Âncora da Globo News escreve texto sobre adeus a Gugu

Por - 01/12/19 às 16:00

Edu Moraes / Record TV

Aline Midlej, âncora do Edição das 10h, jornal da Globo News, escreveu em sua coluna no G1, um texto a respeito do adeus a Gugu Liberato, que morreu no último dia 22. Com o título de Eles tinham a dimensão, a jornalista relembrou os últimos momentos de Gugu e Ricardo Boechat, que também morreu neste 2019.

O texto começou assim: “Olha meu filho, como você era querido”, disse Maria do Céu, no cortejo a caminho do cemitério. Conversava com o filho diante das homenagens que testemunhava no trajeto. Gugu seria enterrado minutos depois, na sexta-feira. Esther Rocha, assessora do apresentador por muitos anos, me contou isso quando a procurei pra saber se ele tinha a dimensão do que era, do que representava. Ele não tinha. Tinha noção do sucesso, da relevância no contexto em que atuava, mas não do afeto profundo que desconhecidos do Brasil inteiro nutriam por ele. Há anos. Durante o velório, os próprios fãs diziam não saber, até ali, que o amavam tanto. “Certamente ele não tinha essa dimensão. Sabia que era muito querido, mas não tinha. Ninguém da família tinha essa dimensão. Durante o velório, o cortejo, todos falavam exatamente isso, como ele era amado. "

Ao falar de Boechat, a jornalista disse: "Perdemos muita gente incrível e necessária neste 2019. Mas perdemos dois gênios da comunicação de forma trágica e inesperada. Navegamos no incompreensível. Nos sentimos órfãos. Gugu e Boechat se encontravam no talento, na simplicidade e na despretensão. E não tiveram tempo de saber o quanto eram amados num lugar da admiração, da conexão humana, onde poucos chegam. Boechat era de verdade, externava no microfone o que era e se arriscava pra ser de verdade. A verdade alcança lugares profundos dos nossos sentimentos. Dez meses depois da queda do helicóptero, a viúva de um dos maiores jornalistas do país me disse que Boechat sabia da relevância e repercussão de seu trabalho, mas não tinha a dimensão do quanto as pessoas gostavam dele."

"Gugu se despediu ao som dos aplausos de quem se divertiu uma vida inteira com ele. Boechat foi embora ao som das buzinas de taxistas que não sabiam mais como seria começar o dia sem ouvi-lo na rádio. Sons de um amor que só os gênios provocam e vão, um dia, tragicamente, sem ter essa dimensão. Eles tinham esse dimensão?", finalizou a jornalista.

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