Anderson Di Rizzi: ‘Não saberia amar como Zé dos Porcos’

Por - 27/04/16 às 13:10

Reprodução/Instagram

Anderson Di Rizzi já é um rosto bastante conhecido na telinha da Globo. Ele já interpretou o Sargento Xavier, em Morde & Assopra, e ganhou o Prêmio de Ator Revelação do Melhores do Ano pela atuação em Amor à Vida, onde viveu Carlito. Agora, ela vem chamando a atenção mais uma vez ao interpretar Zé dos Porcos, em Êta Mundo Bom, novela das 18h da emissora.

Em entrevista a OFuxico, o ator falou sobre as semelhanças de seu personagem, o sotaque para fazer Zé dos Porcos, o clima com os atores de seu núcleo na novela, cinema e o futuro de sua carreira.

Uma coisa notável na trama é o sotaque de muitos personagens, principalmente os que atuam na fazenda Dom Pedro, e um deles é Zé dos Porcos. Porém, Anderson Di Rizzi contou que não teve muita dificuldade neste aspecto por conta de sua “veia interiorana”.

“O sotaque para mim foi tranquilo, porque eu sou do interior, de Campinas e, por parte do meu pai, a família é toda mineira. Então, já foi uma coisa mais fácil, apesar de serem sotaques diferentes do que eu uso na novela. Eu também tenho alguns amigos em Piracicaba, que eu até fiz até uma pesquisa lá para o Sargento Xavier que eu interpretei. Então, para o Zé dos Porcos, foi só reforçar isso. Eu também fui para Piracicaba cuidar dos porcos, da fazenda, ver como era esse universo e acabei revendo um pouco do sotaque”, afirmou.

E, segundo o ator, ele também tem muitas semelhanças com o Zé dos Porcos em sua vida real. Ele contou que é uma pessoa que também é do interior, gosta de roça e de animais.

“Tem muita semelhança! Na verdade, amo todo tipo de bicho. Tenho alguns cachorros adotados, gosto de gatos, cavalos, cabritos, vaca, boi, tudo o que você imaginar. Para você ter uma ideia, eu não mato nada. Não mato formiga, não mato abelha. Para você ter uma ideia, minha namorada briga comigo, porque ela vai matar pernilongo e eu falo: 'Não precisa matar, é só expulsar ele daqui'. Acho que, como nós temos nosso espaço, os bichos tem o espaço deles. Lá na fazenda, durante as gravações, eu gosto de dar uma comidinha para os animais, para já ficar mais amigo deles, então na hora de gravar fica mais fácil. Não é tão fácil assim, mas o bicho já pega um carinho maior por você”, contou.

Anderson Di Rizzi também contou que é parecido nas características sentimentais com Zé dos Porcos, mas uma específica ele revelou que não conseguiria seguir como seu personagem.

“Acho que o Zé dos Porcos é um cara que não tem maldade e eu também sou uma pessoa que não tem isso. Ele é um homem romântico, ele age mais do que fala e eu me considero um pouco assim. Eu acho ele muito sábio, porque ele quer ver a Mafalda feliz, independentemente se for com ele ou não e, nesse ponto, eu já seria diferente. Eu não sou tão evoluído quanto ele nesse sentido. Não saberia amar alguém e esse amor não ser correspondido, ter essa coisa de que 'eu gosto tanto dela que quero ver ela feliz, mesmo com outra pessoa', eu não conseguiria ser assim”, afirmou o ator.

Mas o ator quer que seu personagem tenha o melhor final possível, pois é uma pessoa muito boa. “Espero que o Zé dos Porcos seja correspondido no amor, que é o que ele sente pela Mafalda, que é um amor muito bonito, muito puro”.

Marcado por personagens com a veia cômica mais aflorada, Anderson di Rizzi contou que não tem medo de ficar rotulado como um “ator para comédias”, pois, apesar de seus trabalhos na televisão tenham sido deste gênero, em outras vertentes ele já interpretou outros tipos de personagem.

“Não, não tenho medo. No cinema, acabei de fazer Eu Te Levo, que é um filme bem cult, bem cabeça e faço um personagem que sorri pouco, mais pesado. É um cara completamente complexado. No teatro, também fiz A Toca do Coelho, que eu era um pai que perdia um filho atropelado, tem um sofrimento ali também. Eu já fiz trabalhos no teatro como Shakespeare, tragédia grega, então eu sou aquele ator que é pau para toda obra. Claro que quero ter a oportunidade de fazer personagens assim na televisão também, mas, enquanto está vindo comédia, estou me divertindo muito”, disse.

A beleza também é algo que chama a atenção em Anderson Di Rizzi, mas o ator também não fica incomodado com o fato de não ter feito um papel de galã, pois, segundo ele, o público é que rotula os atores deste modo.

“Não é fazer papel de galã, eu acho que eu faria mais um papel de um mocinho apaixonado. Eu não rotularia dessa maneira. Mas, se fosse um cara que não tivesse casado e se relacionasse com duas ou três mulheres, eu levaria com a maior verdade do mundo. Acho que essa coisa de galã fica mais para essa visão do público mesmo”, contou.

Em Êta Mundo Bom, Anderson Di Rizzi atua ao lado de grandes nomes da televisão como Elizabeth Savala, Ary Fontoura, Rosi Campos, entre outros e contou que o clima entre eles não poderia ser melhor.

“O clima é muito legal. Eu me dou bem com todo mundo, sinto saudade da galera quando a gente fica um tempo sem gravar junto e temos um grupo no Whatsapp que chama Fazenda Dom Pedro (risos) e a gente se fala bastante por ali. A Rosi (Campos) fez minha mãe no filme Eu Te Levo, a Camila (Queiroz) é parceira demais. O Ary (Fontoura) é um menino, tem 83 anos, mas é um cara que tem uma energia incrível, engraçado, inteligente. Tem a Dhu (Moraes), o Flavio Migliaccio, o Miguel (Rômulo), a Jennifer (Nascimento). A (Elizabeth) Savala fazendo minha sogra de novo. Então, posso dizer que nesse núcleo não tem stress e na hora de gravar flui melhor, não tem um peso”, revelou.

E, com relação ao público perante seu personagem, Anderson contou que só tem a agredecer por toda a repercussão. “Na rua, é um sucesso. Eu percebo isso quando vou para o interior e o pessoal fala que está gostando do personagem, está achando engraçado, bonitinho, querem que ele fique com a Mafalda. Então, só posso dizer que a repercussão tá ótima e só tenho a agradecer”, finalizou. 

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