André Bankoff : “O teatro é sempre um bom refúgio entre uma novela e outra”

Por - 16/09/13 às 15:00

Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

Ver um personagem ir além do óbvio é o desejo de qualquer ator. É por isso que os olhos azuis de André Bankoff não escondem seu contentamento com Pedro, o ativista inveterado que ele interpreta no remake de Saramandaia. 

"Nem sempre quem está no núcleo central tem a garantia de desenvolver da melhor forma seu personagem. Mas, com o Pedro, pude variar nuances e testar possibilidades de atuação", garante Bankoff, lembrando de sequências dramáticas ao lado de Lilia Cabral e das cenas ousadas divididas com Thaís Melchior.

"Seja nas manifestações políticas, na descoberta das mentiras da família ou nas cenas quentes ao lado da Thaís, tudo foi tratado com muita delicadeza e coragem", elogia.

Natural de Americana, interior de São Paulo, Bankoff estreou na tevê em 2005, na superprodução Mad Maria, da Globo. No ano seguinte, transferiu-se para a Record, onde ficou até 2010.

"Saí da emissora e investi no teatro. Estava ansiando por novidades", garante ele, que faz parte do prestigiado grupo de teatro paulistano Tapa.

A volta à Globo ocorreu de forma tímida na controversa Morde & Assopra. Mas como o personagem quase não apareceu, ele enxerga Saramandaia como seu trabalho de maior repercussão recente dentro da emissora.

"A novela anterior foi meio que um trabalho de passagem. Não conta muito. Já o Pedro me deu tantas alegrias que vou usar como referência", valoriza.

O Fuxico: Próximo do final de Saramandaia, qual o balanço que você faz de sua participação na trama?

André Bankoff: O projeto já era importante por si só. Mas gostei muito de como meu personagem se desenvolveu dentro da trama. Meu núcleo é sensacional e acabei fazendo amigos nos bastidores. Foi a novela certa na hora mais propícia possível. Foi bonito ver as manifestações em prol de uma sociedade menos desigual e contra a corrupção dentro e fora da televisão. Pude reivindicar meus direitos nas manifestações que ocorreram no Rio de Janeiro e o Pedro lutou por Saramandaia (risos).

OF: Participar das manifestações, de alguma forma, influenciou na sua atuação?

AB: Sem dúvida. As manifestações ocorridas em junho foram uma experiência única para quem pôde participar e era assunto nos corredores da novela. Mas minha relação com a militância política não é de agora.

OF: Como assim?

AB: Coisa de família. Na minha casa, política sempre foi um assunto frequente. Minha mãe foi militante durante muito tempo. Com seis anos, eu já a acompanhava em passeatas. Então, a vontade de revolução e transformação já está no sangue. Minha mãe foi e é totalmente de esquerda. Minha principal fonte de inspiração para essa faceta do personagem foi ela. Como ele é descendente de fazendeiros, me preocupei também em ter uma vivência bem específica para gravar as cenas nas propriedades da família Vilar.

OF: Você é de Americana, interior de São Paulo. Usou alguma fazenda da região na preparação?

AB: Exatamente. Passei um mês em uma fazenda em uma localidade distrital da minha cidade. Na mesma época, frequentei a Usina Furlan, onde acompanhei o corte e a moenda da cana de açúcar. Foi interessante ver o processo de fabricação do Etanol, do açúcar e da cachaça. Foi uma pesquisa importante e que nem era tão obrigatória para o papel, mas que me deu embasamento para interpretar o Pedro.

OF: Depois de alguns anos na Record, Saramandaia é sua segunda novela depois do retorno para a Globo, em Morde & Assopra, de 2011. Já existe algum projeto de continuar na emissora?

AB: Eu adoraria continuar a fazer tevê e espero que a repercussão do personagem garanta minha permanência no universo das novelas. Mas, caso isso não aconteça, tenho o longa Do Lado de Fora para finalizar e devo voltar a trabalhar com o Grupo Tapa. O teatro é sempre um bom refúgio entre uma novela e outra. É como nós, atores, nos reciclamos e experimentamos outras possibilidades.

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