Andréia Horta celebra boa fase na TV com a Valéria de Amor Eterno Amor

Por - 03/09/12 às 12:02

Pedro Paulo Figueiredo / Carta Z Notícias

 A temática espiritual e a forte presença de personagens sombrios – como a maquiavélica Melissa, de Cássia Kiss Magro poderiam criar um clima pesado em "Amor Eterno Amor", da Globo. O núcleo cômico, no entanto, conseguiu amenizar essa densidade. Principalmente a atrevida Valéria, vivida por Andréia Horta. Desde o início da trama, que chega ao fim no dia 7 de setembro, a moça da ilha do Marajó, no Pará, protagonizou inúmeras brigas e confusões divertidas que chamaram a atenção do público.

"As pessoas têm uma recepção muito calorosa comigo. Elas gostam dos barracos que a Valéria cria", conta a atriz, que se surpreende com a resposta nas ruas.

"As pessoas a imitam muito para mim. O "mãe" exagerado que ela fala virou uma espécie de bordão", diverte-se.

Apesar de o lado bem-humorado ser uma das principais características de Valéria, inicialmente, a personagem não tinha esse tom. Na sinopse da novela, ela aprecia apenas como uma mulher de temperamento forte, que não se incomodava em brigar e discutir para conseguir o que queria.

"A comicidade veio vindo. Nasceu em família, com os pais dela, o Zé e a Carmem, e depois foi se estendendo", constata, citando os personagens de Pedro Paulo Rangel e Vera Mancini.

"Já nas primeiras gravações, a gente olhava para a cena e via as possibilidades. Foi ficando engraçado e começamos a rir de nós mesmos", relembra.

Para compor os trejeitos típicos do papel como o requebrado, a sensualidade, e o jeito insolente de falar, Andréia se preocupou em transformar os pequenos defeitos de Valéria em elementos verossímeis.

"Eu me interessei em explorar bem o lado errado dela. A Valéria é estourada e fala com erros. Não seria certo tentar consertar isso. Acho o ridículo do personagem muito importante", defende.

O figurino chamativo, com roupas curtas, tamancos de madeira e acessórios coloridos, foi fundamental para que a atriz conseguisse incorporar ainda mais o jeito de ser de Valéria.

"O figurino ajuda muito na composição. Agora, na reta final, ela está com o barrigão de grávida, então já é um visual diferente. Mas, mesmo assim, ela mantém o jeito foguento e sem noção", destaca.      

Os inúmeros escândalos de Valéria eram, no início, estimulados pelo ciúmes que a marajoara nutria por Rodrigo, encarnado por Gabriel Braga Nunes. Mas, aos longos dos capítulos, ela engravidou de Josué, interpretado por Raphael Viana, e se casou com ele. Logo, as crises trocaram de alvo, que passou a ser o próprio marido. Apesar disso, Valéria ainda insiste em dizer que não nutre nenhum sentimento por Josué. Agora que ele decidiu esquecê-la de vez, ela começa a perceber que está gostando mesmo do peão.

"Ele é completamente apaixonado por ela, desde sempre. É possível que eles fiquem juntos. Mas não fico torcendo para personagem. Isso é uma grande cilada para o ator", opina.

Valéria é a terceira personagem mais cômica de Andréia na tevê. Antes, fez a universitária Renata, de Alta Estação, da Record, e a traída Bartira de Cordel Encantado, da Globo. A maioria dos papéis, no entanto, foram dramáticos. Caso da geniosa Beatriz de Chamas da Vida, da Record, e da médica Rosângela da série A Cura", da Globo.

"Antes da Valéria e da Bartira, eu tinha feito muitas produções longas, que foram muito importantes para mim. Mas elas tinham muito drama, assassinatos, tragédia. Foi bom ter algo cômico depois. Ficou mais equilibrado", analisa.           

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