Aos 66 anos, Ângela Leal tem fôlego de iniciante em Dona Xepa
Por Redação - 11/08/13 às 12:03
Atuar em Dona Xepa alterou radicalmente o cotidiano de Ângela Leal. Trabalhando de forma mais tranquila em séries e novelas da Record ao longo dos últimos anos, desde abril, a atriz encara a pesada função de protagonista de novela. Com olhar sereno e sorriso no rosto, Ângela exibe, aos 66 anos, fôlego de iniciante na exaustiva rotina de decorar textos, ensaiar e gravar muito.
"É a primeira vez que encaro um papel principal. Não vou dizer que é fácil, mas é gratificante. Por sorte, tenho todo o apoio para dar conta de tanto trabalho", valoriza.
Com história baseada na peça de Pedro Bloch, Ângela encara sua participação na atual novela da Record como uma volta ao passado. Em 1952, o espetáculo estreou no Rio de Janeiro no Teatro Rival, casa de propriedade da família da atriz. Alguns anos depois, na primeira adaptação do texto para a tevê, exibida pela Globo em 1977, Ângela viveu a ingênua Regina.
"Cheguei a me emocionar bastante nos primeiro dias de gravação ao lembrar da Yara Cortes e da amizade que fizemos nos bastidores", recorda, referindo-se à atriz protagonista da versão original.
Despreocupada com comparações e ciente de que já não precisa mais provar nada para público ou crítica, Ângela fala com orgulho que boa parte de seu desempenho foi inspirado na atuação de Yara.
"Trato esse trabalho como uma espécie de homenagem", justifica.
No entanto, a atriz também quis dar suas próprias impressões ao papel. Para os dias de hoje, Ângela optou por fazer da feirante uma mulher mais independente e forte, algo que só se dissipa nos momentos em que a personagem se mostra subserviente em relação aos filhos, Rosália e Edison, de Thaís Fersoza e Arthur Aguiar.
"Fui filha e hoje sou mãe. Desentendimentos são comuns em qualquer relação. Acho que minha Xepa tem um jeito menos sofrido de lidar com seus contratempos. É uma mulher que olha para o futuro", ressalta.
De origem humilde e sem oportunidade de estudos, Xepa é uma verdadeira "assassina" da língua portuguesa. Por isso, uma das maiores preocupações da atriz em suas sequências é o linguajar pouco nobre da personagem. E, para não cair no estereótipo, todo cuidado é pouco.
"Para mim, é bem complicado falar errado e ainda ficar uma coisa natural e orgânica", assume.
A entrega é tanta que, mesmo longe dos estúdios, Ângela já se pegou falando como Xepa.
"Pode parecer desculpa, mas vivo tanto o cotidiano dela que acaba acontecendo isso", entrega.
Com sua habitual risada, ela afirma que outro ponto onde se cerca de referências e cautela é o sotaque da personagem, fortemente influenciado pelas lembranças dos tempos de infância, quando morou em São Paulo, e no jeito "italianado" de Myriam Muniz, falecida atriz mais conhecida no meio teatral.
"Graças à internet, tive acesso e estudei muito os vídeos da Myriam. Para falar a verdade, fiquei umas três semanas dormindo e acordando com a voz dela", destaca.
Filha do produtor teatral Américo Leal e mãe da atriz Leandra Leal, Ângela nasceu no Rio de Janeiro e sempre buscou na arte seu modo de vida. Ela bem que tentou se desvencilhar da tradição teatral de sua família e se formou em Direito. Mas, na virada das décadas de 1960 para 1970, matriculou-se em um curso de teatro e foi chamada para viver Iolanda, na clássica primeira versão de Irmãos Coragem, da Globo. Na mesma emissora, enfileirou papéis de destaque em tramas como Selva de Pedra, Gabriela e O Astro. Entre uma novela e outra, se deixou levar por outros caminhos. Investiu em sua carreira política, cuidou do teatro da família e dedicou-se à maternidade.
"Foi a época que eu mais fiz cinema. Já que não podia me envolver com projetos longos, os amigos me chamavam para algumas 'pontas'", relembra.
Depois de um período de personagens populares na extinta Manchete, Ângela afirma que se encontrou na Record, onde está desde 2007.
"Uma atriz na minha idade quer respeito e personagens que agreguem ao que já fez. Me sinto prestigiada pela emissora e devolvo isso fazendo o meu melhor", garante.
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