Aparecida Liberato renuncia pagamento milionário pelo inventário do irmão, Gugu

Passados cinco anos desde a morte de Gugu Liberato, tempo esse marcado por uma disputa judicial intensa, com a mãe dos filhos do apresentador brigando pelo reconhecimento de uma união estável, e consequentemente pelo direito de ficar com boa parte de sua herança, os dois lados da história colocaram um ponto final nas desavenças.

Em entrevista exibida neste domingo, 15 de dezembro, o Fantástico conversou com Aparecida Liberato, irmã de Gugu, nomeada por ele em testamento como sua inventariante e testamenteira. Pela primeira vez desde que tudo começou há 5 anos, ela falou publicamente sobre o caso.

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Vale lembrar que Aparecida teve sua honestidade questionada e enfrentou acusações de suas sobrinhas, Marina e Sofia, e de Rosemiriam, mãe dos filhos de Gugu. Ela relatou como conseguiu lidar a dor da morte do irmão e com os acontecimentos que transformaram a vida de sua família em um verdadeiro inferno, marcado por vazamentos na imprensa, acusações infundadas e muita tristeza de ver o legado construído por Gugu ser muitas vezes esquecido para dar lugar a um roteiro digno de um filme sobre invasão de privacidade e escândalos midiáticos.

OFuxico teve acesso exclusivo a entrevista realizada pela jornalista Carol Raimundi em São Paulo, e revela a seguir a íntegra das falas de Aparecida.

Questionada sobrecomo foi viver 5 anos de disputa judicial, Aparecidaabriu o seu coração: “Muito difícil, foi muito árduo, porque eu tive que lidar com a minha função, que era de ser a pessoa que fazia valer o testamento do meu irmão, porque como última palavra expressa dele em vida, em seu testamento, ele me nomeou com a confiança que ele tinha em mim. Ele pediu que eu honrasse e defendesse o testamento, que eu o fizesse valer. Durante cinco anos foi isso que eu fiz. Eu não posso dizer que me sinto feliz, mas posso dizer que eu sinto que eu honrei aquilo que meu irmão pediu pra mim”, desabafou.

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A numeróloga seguiu falando sobre as tentativas de invalidar o testamento de Gugu: “Não foi fácil, foram anos de muitas lutas, de muitas oposições, muitas oposições ao próprio testamento dele, porque fizeram uma nova interpretação para um testamento que estava absolutamente claro, assinado, com testemunhas inclusive.

Também outras histórias surgiram depois, histórias absolutamente inventadas. Durante esses cinco anos nós tivemos que lutar para que a palavra dele fosse a palavra verdadeira, para que o desejo dele fosse satisfeito”.

GUGU SENTIU QUE IRIA MORRER?

Nomeada como tutora das sobrinhas até a maioridade, Aparecida acredita que seu irmão teria pressentido que poderia morrer e deixar as filhas menores:  “Para mim foi uma honra que meu irmão tivesse depositado essa confiança em mim. Ele era tão intuitivo, visionário em todos os sentidos. Parecia que ele sabia o que ia acontecer alguma coisa com ele precocemente. Isso porque além de ter me deixado como a pessoa que iria defender o testamento dele, ele também me deixou como a tutora dos bens das filhas enquanto elas fossem menores. É como se ele já estivesse prevendo que ele deixaria filhos menores.

Eu sempre penso nisso. Ele tinha alguma conexão que foge do mundo físico. É como se ele já soubesse o que iria acontecer. E assim eu fiz o meu papel e consegui chegar até o final. O testamento dele foi honrado exatamente com todas as linhas que ele colocou. Fiz o que ele queria e agora eu tenho certeza de que ele está em paz”.

A jornalista quis saber sobre os sentimentos de Aparecida com o encerramento da disputa:  “Aliviada. Não me sinto feliz, porque não precisaria ter acontecido dessa maneira. Nós sempre fomos uma família pequena, mas sempre muito unida. O Gugu praticamente cuidou dos nossos filhos junto comigo e com meu irmão. Quando nasceram os filhos dele, os nossos filhos já eram grandes, eram os sobrinhos queridos dele. E o Gugu contemplou a todos. Nossa família, como eu falei, sempre foi muito unida e sempre com muito respeito. E respeitar a vontade dele era sagrado. Então, poderia ter sido tão diferente desde o começo. Gugu expressou a sua vontade. Ele não está mais aqui no meio de nós. A última coisa que ele na vida seria isso. Por que ir contra essa vontade dele?”.

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“GUGU NUNCA FOI CASADO”

“Muita gente criticou dizendo que Gugu não deixou nada para a Rose.E aí Rose entrou com uma ação para reconhecimento de união estável.Como é que você e sua família viram isso?”, perguntou a jornalista.

“Nunca pensamos que Rose poderia ficar sem nada. Para começar, eu acho que preciso esclarecer uma coisa muito importante: Gugu nunca foi casado com ninguém. Gugu prezava demais a liberdade dele. Era muito nítido pra família. Existia e existe um documento que diz que os dois se responsabilizavam por ter e criar filhos, mas não era um documento de união estável. E eles nunca tiveram união estável. Não eram um casal. Esse documento foi posteriormente ratificado com testemunhas, e registrado no cartório, novamente. Isto é, são duas pessoas, dois amigos, que resolveram ter filhos.

Era um dos sonhos do Gugu ter filhos. E assim foi. Por que desrespeitar isso? Era uma relação de amizade, era bonita a relação de amizade e sempre ficou muito claro como é que era. É claro que existia uma convivência por causa dos filhos. Gugu não merecia isso, de jeito nenhum”.

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POR QUE ROSEMIRIAM BRIGOU PELA UNIÃO ESTÁVEL?

Outra questão apresentada por Carol Raimundi foi sobre a motivação de Rose para entrar com um processo de reconhecimento de união estável. “Prefiro não me manifestar sobre isso”, respondeu Aparecida que fez questão de pontuar o sofrimento de sua mãe durante todo esse processo. Foram cinco anos de dor para todos, principalmente para os filhos dele. Para minha mãe, idosa, 95 anos, enfrentar tudo aquilo nas redes sociais, acusando o Gugu de ter sido uma pessoa que não cuidou de um ou de outro. Isso não existe. Gugu sempre foi, sempre teve uma empatia enorme pelas pessoas. Sabia muito bem o que ele estava fazendo. Cuidou dos filhos muito bem. Cuidou da Rose. Nunca faltou nada pra ela”, explicou.

“Vocês tinham a intenção de continuar amparando o Roger mesmo depois da morte do Gugu?”, quis saber a jornalista. A resposta foi direta: “Na nossa família, os mais novos cuidam dos mais velhos. Sempre foi o esperado e é normal, uma atitude normal. Então, com certeza, os filhos do Gugu iriam cuidar da mãe”.

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Aparecida afirmou ainda que a família tentou contornar os problemas para que o caso não se arrastasse por tantos anos. “Tentamos. Tentamos porque não precisava esse estresse todo para depois voltar ao mesmo. Gugu fez um testamento, tinha um desejo e assim foi. Nada mudou, mas foram cinco anos de estresse, de dor. Tentamos conversar”.

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MÃE, FILHAS E IRMÃOS EM LADOS OPOSTOS

O rompimento que marcou a vida da família nestes últimos cinco anos foram analisados pela numeróloga: “O João viu tudo o que estava acontecendo, ele viu a realidade e presou por respeitar o testamento do pai. E isso foi muito ruim pra ele. E tenho certeza de que foi muito ruim pras irmãs dele também. Não precisaria ter acontecido. Nunca imaginamos que iria acontecer isso. Foi tudo muito repentino. Existe uma coisa que é amor. Confiança. Quando você tem confiança numa pessoa, quando você tem amor pela pessoa, um sentimento bom por essa pessoa, você respeita essa pessoa, e isso não aconteceu”.

ACUSADA DE DESVIAR O PATRIMÔNIO DO IRMÃO

Em um momento da disputa a irmã de Gugu foi acusada pelas sobrinhas, Maria e Sofia de desviar parte do dinheiro, dos bens, se aproveitando do posto inventariante.  Aparecida não escondeu sua tristeza em relação ao episódio: “Muito difícil, muito pesado. Eu era pessoa de confiança do Gugu, escolhida para dar continuidade ao legado, já que ele não estava mais aqui. Assim como eu respeitei, eu poderia ter sido respeitada. Essas coisas acontecem porque às vezes as pessoas não são esclarecidas, mas é preciso ter respeito na vida pelos outros. Isso é imprescindível, senão como é que você serve em sua vida, não é? Isso foi difícil, lidar com isso foi difícil. Foi uma coisa que me afetou, afetou a todos nós. E é uma coisa que eu tenho certeza de que o Gugu não aprovaria”.

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Carol surpreendeu Aparecida ao perguntar sobre o que ela recebeu pelos anos de trabalho em prol do inventário: “Você como inventariante teria direito a até 5% da herança. Por que você abriu mão?”.

A resposta foi direta: “Pra mim é absolutamente natural. Eu não levei isso como um trabalho, como um fardo, esperando uma compensação financeira. Meu irmão fez um pedido pra mim e eu realizei o pedido dele. Fiz isso por amor, por amor fraterno, por lealdade a ele. Não tem nada a ver com dinheiro, nada a ver. É uma responsabilidade que eu assumi pra mim e cumpri. Essa é a minha satisfação, ter cumprido aquilo que ele queria”, respondeu.

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Aparecida encerrou sua entrevista com “Existem coisas mais importantes do que o dinheiro. A lealdade é uma delas, a ética, a moral, o amor que você tem pela outra pessoa, que não é comprado.  Qualquer acordo que se faz com um amigo, que se faz com a família, com um funcionário, qualquer pessoa, a gente cumpre aquilo que prometeu para o outro. Isso é fundamental”.

Antes de finalizar a conversa, a repórter contou que, em sua entrevista, Rosemiriam  agradeceu a família Liberato pela conclusão do caso, pediu desculpas e afirmou que gostaria de resgatar os laços com a numeróloga. “Como é que é a sua relação com a Rose? Existe relação?”, perguntou.

Aparecida foi sincera: “Vai demorar, vai demorar. Existe muita mágoa. Então, eu acho que vai demorar, nada é impossível, não é? Eu acho que o perdão e as desculpas devem ser pedidos para o Gugu. É pra ele. As relações, elas vão se ajeitando com o tempo, não é? Com o tempo”.