Araguaia – cenografia
Por Redação - 22/09/10 às 14:21
Cenografia
As cores, texturas e formas das belas paisagens do centro-oeste brasileiro serviram de inspiração para a cenografia de Araguaia, assinada por Juliana Carneiro. Ela e sua equipe, formada pelos cenógrafos Fumi Hashimoto e Wilson Neto e mais 12 assistentes, tiveram o desafio de construir, em 45 dias, todas as frentes da cidade cenográfica e todos os cenários de estúdio.
“Somando tudo são mais de 21 mil m2 de área implantada”, contabiliza Juliana.
Foram 45 dias de execução, mas o trabalho começou antes disso.
“Iniciamos a pesquisa em março, conversamos bastante com o Marcos Schechtman e viajamos a Goiás para conhecer a fundo a arquitetura, fauna e flora da região retratada na novela”, diz Juliana.
Os grandes destaques da cenografia de Araguaia são a cidade de Girassol, a estância de Antoninha (Regina Duarte), a fazenda de Max (Lima Duarte), a operadora de turismo de Fred (Raphael Viana) e o sítio do padre Emílio (Otávio Augusto).
Como a cidade de Girassol é construída ao longo dos capítulos da novela, a cenografia acompanha esta evolução da trama na vida real.
Materiais locais estão muito presentes em Girassol. Sua igreja, ponto de encontro dos moradores, não tem paredes, apenas uma cobertura de palha de coqueiro e uma estrutura de bambu. O sapê também é um dos elementos do empório de Janaína (Suzana Pires), assim como o eucalipto e a madeira.
A geografia não influenciou apenas na matéria-prima utilizada pela equipe de cenografia em Girassol, mas também no estilo arquitetônico. Como o Araguaia é uma região alagadiça, para representá-la, foram usadas construções de palafitas de madeira típicas de áreas próximas a rios.
O toque final da cidade ficou por conta de sua vista aérea que, com ajuda da computação gráfica, parecerá um girassol. As construções formam o miolo e as plantações da flor desenham suas pétalas. Para dar esse efeito, serão usados mais de dois mil girassóis cenográficos e mais de 500 girassóis reais, que estão sendo plantados no local. A equipe de computação gráfica também é a responsável por inserir imagens do rio na cidade, com o auxílio de backlots.
Longe da cidade de Girassol, fica a estância de Antoninha (Regina Duarte). Como a personagem tem em sua ascendência a mescla do índio com o branco, sua casa possui uma imponente fachada neoclássica, mas com muitas influências indígenas, como o óculo, uma abertura na fachada que decora e ilumina a parte interna.
Os elementos indígenas também estão presentes na operadora de turismo de Fred, que ganhou grafismos feitos com bambu sobre uma plotagem (painel) que reproduz uma esteira de vime.
O imponente projeto conta também com a fazenda de estilo colonial de Max (Lima Duarte), cujo cenário interno foi desenvolvido especialmente pelo diretor de arte Mario Monteiro, e com o sítio do padre Emílio (Otávio Augusto), onde se destacam uma roda d’água e uma casa na árvore.
Produção de Arte
Retratar a riqueza de universos presentes na trama de Araguaia e reunir elementos de todas essas esferas foram os desafios da produção de arte da novela, capitaneados por Fernanda Bedran.
O trabalho da equipe – composta pela produtora, quatro assistentes e seis contra-regras – começou em abril, incluindo pesquisa e visitas às locações em Goiás.
Para ambientar a operadora de turismo de Fred (Raphael Viana), a Caburé (uma espécie de coruja brasileira), foram gravadas cenas nas margens do rio Araguaia com jet skis, caiaques, lanchas, um barco-hotel e até um balão, providenciados pela produção de arte. A identidade visual da operadora foi baseada na coruja e tem muitos elementos coloridos que remetem à aventura e à natureza.
A produção do Circo Gran Tenório foi “um espetáculo à parte”, conta Fernanda. O picadeiro tem um toque vintage em seus objetos, a começar pelo caminhão que transporta a trupe. Outro veículo que merece destaque é o do mascate Mamed (Yunes Chami). São muitos os detalhes da “jubiraca”, um antigo veículo de 1951, comprado em Minas Gerais, que foi totalmente pintado, reformado e decorado com prateleiras, gavetas e cabideiros, que comportam as mercadorias vendidas pelo mascate.
Além dos carros, como a trama tem aspectos rurais, foi necessário encontrar cavalos para alguns personagens. A escolha foi minuciosamente pensada para que a raça, cor e porte dos animais estivessem alinhados à personalidade de seus donos. “Solano (Murilo Rosa), nosso herói, tem um cavalo preto e poderoso. Manuela (Milena Toscano), delicada e valente, monta um cavalo alazão com crina dourada. Max (Lima Duarte), o vilão, possui um cavalo tordilho imponente”, exemplifica a produtora de arte.
Ponto de encontro dos moradores da cidade Girassol, o empório de Janaína (Suzana Pires) é uma venda e um lugar para beber e petiscar. Para criar essa atmosfera, a produção de arte decorou o armazém com inúmeros potes de conserva, enlatados, frutas, legumes, além do retrato de Bento, o falecido marido que Janaína não consegue esquecer. Um destaque do empório são os 20 caules de guariroba, espécie de palmeira típica de Goiás, de onde se extrai um palmito muito utilizado na culinária local.
A cozinha goiana terá um lugar especial nas mesas da novela, com muitos pratos à base de peixe de água doce e iguarias da culinária sertaneja do centro-oeste.
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