Artistas comentam a trágica morte do cartunista Glauco Villas Boas

O assassinato do cartunista Glauco Villas Boas, 53, e seu filho Raoni, 25, na madrugada desta sexta-feira (12), em Osasco, na Grande São Paulo, pegou de surpresa os amigos e as celebridades lamentaram o acontecido.

O primeiro a se pronunciar foi o Diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho:

“Glauco foi um grande artista e um ser humano admirável. Sua obra ficará na memória das gerações que amaram seus desenhos e no traço dos muitos artistas jovens que sua imaginação influenciou. Era uma pessoa que tinha a doçura de uma criança e a serenidade de um sábio. Sua morte e a de seu filho Raoni são motivo de profunda tristeza, especialmente na Folha, casa profissional do cartunista há mais de três décadas", disse ele para a Folha Online.

Famosos também deixaram o pesar pelo Twitter, como  a Astrid Fontenelle, que ficou revoltada: 

“Difícil dizer, mas têm mortes que doem mais. Glauco era um cara muito gente boa. E morrer dessa forma não é justo! MIL VEZES P** M**!!!”, postou a apresentadora. 

Outro que ainda não se conformou foi Otávio Mesquita: “Entrevistei o Glauco muitas vezes! Era um cara genial! Amava o Geraldão! Como pode isso? Por que um ser humano mata o outro??? Por quê??????”, questionou o apresentador.

O jornalista Datena também deixou as condolências pelo Twitter:

“Hoje é um dia muito triste para mim e muitos brasileiros. O Glauco, grande cartunista e amigo, foi assassinado durante um assalto à sua casa. É claro que todos crimes são horríveis e execráveis, mas quando ele atinge alguém próximo, você fica muito mais abalado”, lamentou Datena.

Outras personalidades também fizeram suas homenagens ao cartunista, como o Serginho Groisman, que comentou em poucas palavras a sua tristeza: “Glauco tinha um traço irônico e atento sobre o Brasil.Triste”, postou.

Mônica Sangalo, Marcelo D2, Glória Perez e muitos outros também se manifestaram no microblog na tarde desta sexta-feira (12).

A polícia já identificou o suspeito de matar o cartunista e seu filho e descartou a possibilidade de assalto. De acordo com o advogado da família, Ricardo Handro, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, era conhecido do cartunista e aparentava estar drogado. O suspeito frequentava os cultos da igreja Céu de Maria, fundada por Glauco há aproximadamente 15 anos, mas andava afastado do culto.

Glauco nasceu no interior do Paraná, em Jandaia do Sul, e começou a publicar suas tirinhas no início dos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto.

Em 1977, Glauco começou a publicar suas obras na Folha de S. Paulo, ainda esporadicamente. A partir de 1985, o cartunista publicava regularmente seus trabalhos na Folha, veículo para o qual ainda trabalhava.

Entre os seus personagens mais famosos, está o Geraldão, um consumidor inveterado, de uns 30 anos, que mora com a mãe, com quem tem uma relação neurótica, e que continua virgem.

Glauco também foi criador de Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros. Com uma reunião de 64 charges políticas sobre Lula, o cartunista lançou o livro Política Zero, em 2006.

No lado religioso, Glauco fundou a igreja Céu de Maria, ligada ao Santo Daime, que usa infusões de cipó para as cerimônias religiosas. 

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