Artistas falam sobre a intensidade do trabalho em O Canto da Sereia
Por Redação - 06/01/13 às 11:33
Tramas centradas no 'quem matou?' não são novidade na teledramaturgia. Mas a microssérie O Canto da Sereia, que estreia dia 8 na Globo, pretende mostrar muito mais do que a busca por um assassino. Apesar de ser esse o mote central, o mistério é acompanhado por outros enigmas. A protagonista Sereia, interpretada por Isis Valverde, uma cantora de axé de sucesso que é morta em pleno Carnaval logo nas primeiras cenas, é apresentada ao público como uma potência da música baiana, cheia de vida e alegria. Mas, ao longo dos quatro capítulos exibidos, uma outra faceta da celebridade é mostrada. Deslumbrada com o poder e solitária, Sereia tem segredos obscuros, revelados através do seu diário.
"Ela é uma menina órfã que, aos 25 anos, é a rainha da Bahia. Só que a morte sempre andou ao lado dela. Então, é uma personagem que mistura esse lado sombrio com o calor baiano e a juventude", analisa Isis, que precisou cantar de verdade em algumas sequências.
Depois que a cantora leva um tiro no peito e morre, o chefe de sua segurança pessoal, Augustão, encarnado por Marcos Palmeira, começa a investigar o passado da moça para descobrir o culpado. E é aí que o enredo da produção, assinada por George Moura, Patrícia Andrade e Sérgio Goldenberg, se desenrola. Baseada na obra homônima de Nelson Motta, a história de Sereia é contada a partir de flashbacks, que misturam os momentos de glória e extrema felicidade de sua trajetória com os de total desespero e tensão por causa de problemas pessoais. E os contrastes não param por aí.
"Tentamos fazer um thriller policial que tivesse também a paixão latina. Tudo de uma forma bem documental", explica o diretor-geral José Luiz Villamarim.
Para conseguir uma linguagem que mostrasse a ficção quase como um documentário, foram usados equipamentos especiais utilizados em séries americanas. Por causa da alta precisão, maior sensibilidade a ambientes pouco iluminados e melhor enquadramento, as câmaras digitais Alexa permitiram que as sequências fossem gravadas na mão com maior qualidade, o que garantiu a mobilidade das cenas. O próprio diretor de fotografia do folhetim, Walter Carvalho, assumiu a câmara em alguns momentos.
Além disso, 70% da produção foi realizada em externas. Alguns takes foram feitos na Argentina para mostrar uma viagem de Sereia ao país, mas Salvador foi a cidade escolhida para ambientar a maioria deles. Uma das cenas mais difíceis de serem realizadas e editadas foi a da morte da cantora em cima de um trio elétrico, durante uma apresentação em Salvador. Por três dias, as sequências foram gravadas com mais de 1.500 figurantes e montadas com a ajuda de computação gráfica e imagens do Carnaval de 2012.
"Gravamos na Praça Castro Alves, que é o centro do circuito de Carnaval e tem uma arquitetura muito particular. Na minissérie, tentamos mostrar uma Bahia moderna e cosmopolita", argumenta José Luiz.
Os atores escolhidos, com a orientação do diretor de ncleo Ricardo Waddington, passaram cerca de 15 dias na cidade para aprender o sotaque nordestino e para entender o espírito e o comportamento regional. Apesar de alguns artistas elencados, como Frank Menezes, Margareth Menezes, João Miguel e Guilherme Silva, serem baianos, muitos são de outros estados e tiveram de se esforçar para aprender o típico jeito de falar. Essa foi uma das maiores preocupações da paranaense Fabiula Nascimento ao interpretar a mãe de santo Marina de Oxum.
"Fiz o que foi possível no tempo disponível. Tive quatro dias para sair do sotaque da Olenka de Avenida Brasil e entrar de vez no da Mãe Marina", conta a atriz, que estudou sobre o candomblé para representar a conselheira espiritual de Sereia.
Marcos Palmeira, que já fez outros baianos na carreira, como em Porto dos Milagres e Renascer, acredita que esse não foi o foco da trama.
"A intenção foi contar uma história verossimilhante. Meu sotaque, por exemplo, foi leve. Nada carregado", descreve.
Alguns dos principais suspeitos do assassinato são o produtor musical e ex-namorado de Sereia, Paulinho de Jesus, vivido por Gabriel Braga Nunes; o governador Doutor Jotabê, de Marcos Caruso; e a empresária da cantora, Mara, encarnada por Camila Morgado.
"Qualquer personagem pode ter matado a Sereia, então eles são todos febris, tensos e têm uma carga firme e quase destemperada", descreve Camila.
Para que o mistério também ficasse vivo na interpretação, algumas cenas foram omitidas no roteiro, o que fez com que o elenco gravasse sem saber qual seria a continuação daquela sequência.
"Foi uma obra fechada, que ganhou esse gás diferente. Foi muito estimulante gravar tentando imaginar o que viria depois daquilo", relembra Gabriel.
Gabriel Braga Nunes teve pouco tempo de preparação para microssérie
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