Ashley Judd sobre aborto: ‘Sou uma sobrevivente de estupro’

Ashley Judd participou esta semana da 15ª edição da conferência Women in the World, fundada pela jornalista Tina Brown, e tocou o tema do aborto.

A atriz de 50 anos falou a favor do direito das mulheres de escolher ter ou não um filho, dizendo que ela é grata por ter tido acesso ao aborto legal e seguro quando engravidou após ser estuprada, vítima de incesto e agressão sexual.

Judd falou sobre a questão do aborto, que foi legalizado em todo o país em 1973, após uma decisão da Suprema Corte e que agora legisladores conservadores querem abolir.

No mês passado, a legislatura da Geórgia, controlada pelos republicanos, aprovou a proibição de abortos se uma batida cardíaca fetal for detectada, o que pode ocorrer antes que a mulher perceba que está grávida. Judd e muitos outros atores de Hollywood prometeram boicotar o estado se o projeto de lei, uma das medidas antiaborto mais restritivas do país, fosse aprovado.

"Como todo mundo sabe, e eu sou muito aberta sobre isso, eu sou uma sobrevivente de estupro três vezes. E uma das vezes que fui estuprada, houve concepção, e eu sou muito grata por ter conseguido acesso seguro ao aborto legal.".

A atriz também falou sobre suas alegações de má conduta sexual contra Harvey Weinstein. Em 2017, ela foi uma das primeiras famosas a denunciar o famoso produtor de Hollywood, que desde então foi acusado de estupro e agressão sexual contra duas outras mulheres e pode ser julgado em maio. Ele se declarou inocente e nega as alegações de sexo não consensual.

"Eu contei a história do assédio sexual que Harvey fez de mim no momento em que aconteceu", lembrou Judd na conferência Women in the World. "Meu pai estava comigo e eu desci para o lobby do hotel e ele ainda diz até hoje que ele podia ver no meu rosto que algo devastador tinha acontecido… Eu disse a todos sobre isso, mas ninguém foi capaz ou disposto a me ouvir. Isso foi em junho de 1996. ", relembrou.