Ator conta como será a saída de seu personagem de Sangue Bom
Por Redação - 31/08/13 às 17:04
O lado filosófico de Josafá Filho, que, sem soar piegas, cita pensadores e livros de filosofia, é um contraste marcante diante da personalidade de Filipinho. Se seu personagem em Sangue Bom não mede esforços para atingir o estrelato, a carreira de Josafá vem crescendo de forma gradual.
"Sempre escrevi minhas próprias peças e juntava a galera para assistir", relembra.
Desde os 17 anos, quando trocou o teatro amador pelo profissional, o trabalho do ator vem tomando certa projeção. Após estrear no remake de Ti-Ti-Ti, como o doutor Eduardo, caiu nas graças da dupla de autores Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari e logo foi convidado para participar da atual trama das sete.
O bom desenvolvimento de seu personagem na novela, no entanto, não garantiu a Josafá sua permanência até o final do folhetim. Em cenas que estão previstas para ir ao ar na próxima semana, Filipinho se despede de Sangue Bom.
"Depois que se assumir gay, ele sofrerá muito com o preconceito e sairá do país", adianta.
Segundo o ator, a polêmica envolvendo a sexualidade de um personagem em uma trama jovem abre portas para um diálogo maior sobre o assunto.
"A novela tem gerado uma reflexão das pessoas, saindo da obviedade e forçando a olhar os dois lados da moeda. Algumas pessoas ainda encaram o fato de ser gay como um defeito", lamenta.
A volta do filho de Rosemere e Perácio, personagens de Malu Mader e Felipe Camargo, segundo ele, está garantida como uma das reviravoltas do final da novela.
"Torço para que ele volte seguro de que o preconceito não lhe tira o direito de ter uma vida feliz", torce.
Perfil:
Nome: Josafá Alves de Oliveira Filho.
Nascimento: 20 de março de 1985, em São Paulo.
Primeiro trabalho na tevê: Como o doutor Eduardo, em Ti-Ti-Ti, novela exibida pela Globo em 2010.
Interpretação memorável: A atriz e diretora Georgette Fadel fazendo a Joana, do espetáculo Gota D'Água".
Momento marcante: Um momento marcante, mas bem simples, foi apresentar o espetáculo 100 Shakespeare em uma praça na Espanha, em 2007.
O que gosta de assistir: Basicamente Sangue Bom e canais de jornalismo.
O que falta na televisão: Programas mais jovens de entrevista, que discutam essa nova galera da mídia tecnológica.
O que sobra na televisão: Programas sensacionalistas e jornalismo sanguinário.
Nas horas livres: Gosto de correr na praia e ficar quieto, na minha, em silêncio.
Ator: Sean Penn.
Atriz: Meryl Streep.
Se não fosse ator, o que seria: Sinto que poderia ser qualquer coisa, mas acho que faria algo ligado à educação.
Novela preferida: Tieta, de Aguinaldo Silva, exibida em 1989 pela Globo. Lembro de assistir à novela com a minha mãe. Gostava dessa jornada da heroína, que sai da sua cidade e volta depois.
Personagem mais difícil de compor: O Filipinho, de Sangue Bom.
Melhor bordão da televisão: Não é brinquedo, não!, de Dona Jura, personagem de Solange Couto em O Clone.
Humorista: Chico Anysio.
Que papel gostaria de representar: Tom, da peça teatral Zoológico de Vidro, versão brasileira para o texto de Tennessee Williams. É um cara sonhador que foge para ir ao cinema em meio ao caos que é a sua família.
Com quem gostaria de fazer par romântico: Ellen Page, famosa por protagonizar o filme Juno.
Filme: Eu, Você e Todos Nós, de Miranda July.
Livro de cabeceira: O Homem e Seus Símbolos, de Carl G. Jung.
Diretor: Ingmar Bergman.
Mania: Entrar sempre em cena com um pedaço do texto no bolso.
Vexame: Já ri muitas vezes em cena, daquelas gargalhadas incontroláveis e sem motivo.
Um medo: De ser mal interpretado.
Projeto: Tenho desejo de levantar a minha banda performática, chamada Devas.
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