Ator do seriado A Teia fala da diversidade de seus personagens

Por - 02/02/13 às 09:00

Jorge Rodirgues Jorge/ Carta Z Notícias

Por trás do jeito tranquilo e da voz em tons baixos de João Miguel, esconde-se um dos atores mais intensos e produtivos do atual cinema brasileiro. Protagonista de Cinema, Aspirinas e Urubus e Estômago – dois de seus filmes mais premiados e  conhecidos do público , o ator baiano agora resolve apostar alto na tevê. A partir de abril, na pele do policial federal Macedo, João encabeçará o elenco e a resolução dos mistérios de A Teia, próximo seriado da Globo.

"Essa aproximação com a tevê é estimulante e surpreendente para mim. Macedo é um personagem rico e, mais uma vez, bem diferente dos tipos que tenho interpretado", conta.

Sob a direção de Rogério Gomes, em 10 episódios, o novo seriado retrata o cotidiano de prisões, apreensões e solução de crimes de uma equipe da Polícia Federal. Com roteiro assinado por Bráulio Mantovani e Carolina Kotscho, as gravações começaram no início de janeiro e devem ir além dos estúdios e locações no Rio de Janeiro, passando por cidades como Brasília e Fortaleza. Além do texto, parte importante da preparação de João para o novo personagem foi conversar e observar de perto o trabalho de alguns policiais federais.

"Comecei a composição no final de dezembro e estou mergulhado nesse universo. A série tem uma 'pegada' forte, densa e extremamente realista", adianta.

O seriado policial surge para celebrar a forte aproximação do ator com a televisão. Desde o final do ano passado, João marcou presença nas microsséries Xingu e Gonzaga de Pai para Filho, ambas concebidas como filmes e adaptadas para a televisão –, além de O Canto da Sereia. Na contramão da limitação artística bem comum na tevê, a versatilidade de João fica evidente ao analisar o perfil de suas últimas aparições no vídeo. Na história épica dirigida por Cao Hambuger, o ator deu vida a Claudio, um explorador apaixonado pela cultura indígena. Na superprodução que conta a história de Gonzagão e Gonzaguinha, João era Miguelzinho, um desajeitado interiorano. Enquanto em O Canto da Sereia, na pele do afetado e performático Só Love, o ator revelou-se um fã capaz até de matar sua cantora preferida.

"O melhor desse meu passeio pela televisão é a liberdade", comemora.

Antes dessas quatro produções, por estar sempre envolvido em algum longa-metragem, João acabou acumulando aparições bissextas na tevê. A primeira experiência nos estúdios foi uma pequena participação na minissérie Pastores da Noite, em 2002. De forma tímida, ao longo da última década, ele também esteve em alguns episódios de Antônia, Ó Paí Ó e A Grande Família. Dentre tantas participações, o ator se empolga ao lembrar de sua primeira novela, Cordel Encantado, de 2011, onde viveu o intrépido cangaceiro Belarmino.

"Foi muito divertido. A cada capítulo, meu personagem estava diferente, fantasiado e sempre metido em confusões. Era um cangaceiro de 1001 faces", rememora.

Ator desde nove anos de idade, quando começou a participar de peças amadoras e programas de tevê em Salvador, João segue na construção de uma trajetória equilibrada entre o teor alternativo e visceral de seus personagens no cinema e no teatro e as experiências mais populares e abrangentes da tevê. Entre os planos para depois de A Teia, o ator já arquiteta sua volta aos palcos, anseia por levar um roteiro seu para o cinema e aguarda a estreia do inédito Éden, longa dirigido por Bruno Safadi.

"Me sinto realizado em poder transitar por diferentes linguagens. Aprendo muito a cada novo trabalho e a ideia é continuar nessa corrente de risco e experimentação", analisa.

João Miguel, o Só Love de O Canto da Sereia, prestigia peça no Rio
João Miguel comemora novo trabalho na TV

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