Ator preso pode ter sido confundido com assaltante

Por - 25/02/14 às 10:08

Ag News

 O ator Vinícius Romão de Souza, de 27 anos, que fez uma participação na novela Lado a Lado, da Globo, está preso desde o último dia 10. O jovem, detido na Rua Amaro Cavalcanti, no Méier, bairro da zona Norte carioca, foi acusado de assaltar uma copeira do Hospital Pasteur. No entanto, segundo amigos, Vinícius teria sido preso apenas por ser negro.

Segundo seu advogado, Rubens Nogueira de Abreu, vídeos de segurança do hospital e de prédios vizinhos mostram que o verdadeiro ladrão, que também era negro, vestia apenas uma bermuda, enquanto Vinícius estava com uma calça e uma camisa pretas. Ele informou que já entrou com um pedido de liberdade provisória, que ainda não foi apreciado pela Justiça.

 O jovem foi preso à noite, minutos depois de deixar o Norte Shopping, onde trabalha como vendedor em uma loja de roupas. Ele seguia a pé para casa, no Méier, quando foi abordado por dois policiais que acompanhavam a vítima, perto do Viaduto de todos os Santos, também na Zona Norte.

Vinícius foi obrigado a se deitar de bruços no chão e, depois, levado à 25ª DP (Engenho Novo). Na delegacia, a copeira chorava muito quando o reconheceu como o homem que a havia assaltado minutos antes. E é este testemunho que está mantendo o jovem na prisão.

O delegado Niandro Lima, titular da 25ª DP (Engenho Novo), informou que vai solicitar imagens de câmeras de seguranças da Amaro Cavalcanti para auxiliar nas investigações. Para a família do ator, a vítima do roubo foi induzida pelo policial militar a fazer o reconhecimento.

O policial falou: “Foi ele, não foi?”. A mulher, nervosa, acabou dizendo que sim. Meu filho não tem necessidade de roubar. Mora em apartamento próprio. Se ele estivesse errado, eu mesmo ia querer que pagasse, disse o tenente-coronel da reserva do Exército Jair Romão de Souza, de 64 anos, pai de Vinícius, ao jornal Extra.

Segundo o registro de ocorrência, a vítima teve roubada uma bolsa, onde havia R$ 10 e um RioCard – nada foi encontrado com o rapaz. A Polícia Civil informou, ainda, que caso seja constatado que houve equívoco no reconhecimento de Vinícius, o delegado vai solicitar à Justiça o relaxamento de sua prisão.

Segundo o advogado, a demora na análise do pedido de liberdade provisória seria culpa da burocracia. Ele explica que o caso foi distribuído para a 33ª Vara Criminal, cujo juiz estaria de férias, o caso e pedido de liberdade estaria à espera da análise de um juiz substituto. Enquanto isso, Vinícius permanece detido na Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo, para onde foi levado no dia 11 de fevereiro. Nogueira diz que também requereu a imediata transferência do jovem para outra unidade prisional, já que Vinícius, que se graduou em psicologia recentemente, tem direito a prisão especial.

 O caso alcançou grande repercussão na internet. Nos últimos dias, amigos de Vinícius afirmaram nas redes sociais que ele foi vítima de racismo e pediram solidariedade à família do ator.

Segundo a Polícia Civil, a prisão só ocorreu depois de a vítima ter reconhecido Vinícius por duas vezes. Em nota, conta que um policial civil que estava com a vítima disse que ela o reconheceu como o assaltante. E que, na 25ª DP, a vítima, novamente, fez o reconhecimento formal. A polícia diz que, como a prisão foi em flagrante, o procedimento já foi encaminhado à Justiça. No entanto, diz que o delegado titular da 25ª DP, Niandro Lima, solicitou as imagens do prédio e que, se for constatado que houve equívoco da vítima no reconhecimento, vai solicitar à Justiça o relaxamento da prisão.

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