Atores de Belíssima e Sinhá Moça interpretam poesias

Cauã Reymond e Maria Flor, da novela Belíssima, e Jackson Antunes, de Sinhá Moça, participaram do projeto Serenata em Dó de Amor, interpretando poemas de Fernando Pessoa e Florbela Espanca. O evento, apresentado na noite de terça-feira, 2 de maio, no Armazém Digital, de Botafogo, zona sul do Rio, tem roteiro de Iris Gomes da Costa e  direção de Jorge Monclar. Reúne, além da poesia, música, dança e artes plásticas com uma finalidade: despertar o amor, o encantamento e a sensibilidade, conforme afirma Miriam Rezende, uma das atrizes do elenco fixo do projeto.

Foi a primeira vez que o intérprete do Mateus, de Belíssima, participou de uma leitura dramatizada. E Cauã não esconde que ficou meio tímido.
“Acho que a minha timidez estava visível durante a leitura do primeiro poema. Quando voltei ao palco para ler o segundo, já me achei mais solto”, reconhece o ator, que tem no chileno Pablo Neruda seu poeta predileto, embora conheça parte da obra do português Fernando Pessoa.

Cauã é modesto quanto aos seus dotes de músico e de poeta:
“Dedilho violão e quanto aos poemas que escrevo, não devem ser levados a sério. Tanto que só faço isso, quando não tenho outra coisa para fazer”, brinca.

Maria Flor, a Taís da novela de Sílvio de Abreu – personagem que passa por maus momentos, uma vez que seu amor, Narciso (Vladimir Brichta), romperá o namoro após descobrir que ela foi garota de programa na Grécia –, já é mais tarimbada nesse tipo de evento em que conta a improvisação. Acompanhada da mãe, Márcia Leite, a atriz revela que acha mais difícil interpretar poemas.

“Não sei se por causa da rima ou da meta-linguagem, considero a poesia mais difícil que o texto em forma de prosa para se interpretar. Mas é um estilo literário que adoro, tanto que quando estava no último ano do colégio, junto com uma amiga, fiz um livro de poesias e uma delas, escrita por mim, ganhou o primeiro lugar. Mas não penso em me aventurar profissionalmente por esse caminho. Meus poetas prediletos são Manoel de Barros e Manoel Bandeira, que têm mais um cunho social em suas obras, mas adoro os poemas românticos também”.

Jackson Antunes, o delegado Antero de Sinhá Moça, é macaco velho na junção de poesia e música. Há sete anos ele viaja o Brasil com o espetáculo Coração Caipira, em que declama versos e toca viola. Sua interpretação de Fernando Pessoa comoveu a platéia, apesar de Jackson, como bom mineiro – como faz questão de frisar – ser mais fã da obra de Carlos Drummond de Andrade.
“A poesia me faz ser menos bairrista, porque gosto muito da obra do Paulo Bonfim, que é paulista, e sou apaixonado mesmo é pelo poeta cearense, Patativa do Acare, que morreu há pouco tempo”.

Serenata em Dó de Amor

Além dos atores convidados, Serenata em Dó de Amor conta com cinco artistas fixos. São eles: Miriam Rezende e Franco Almada (atores), João Pinheiro (cantor) e os músicos Samir Fonoli (saxofone) e André Angra (violão).

Serenata em Dó Maior é descrito por seus organizadores como a história de um casal com seus encontros e desencontros amorosos. Aborda o amor e seus diferentes estágios, apresentando-se ao público através de poemas ditos pelos personagens Ele e Ela.

O casal se encontra e se separa e acaba por decidir por uma relação mais moderna. Reúne uma coletânea de poetas que inclui Adélia Prado, Álvares Azevedo, Augusto dos Anjos, Cecília Meireles, entre outros.