Atriz fala da preparação para viver prostituta de luxo em seriado

Protagonizar cenas sensuais nunca é simples. Ainda mais quando se trata de dar vida a uma garota de programa. Como é o caso de Michelle Batista, que interpreta Magali, uma das protagonistas de O Negócio, série que o HBO estreia dia 18 de agosto. Por isso mesmo, a atriz se aproveitou da intensa preparação que teve com os diretores Julia Jordão e Michel Tikhomiroff antes do início das gravações. Durante os encontros, além de conversar sobre o perfil de sua personagem, ela assistiu a cenas de sexo de outras produções como referência. E pôde entender a proposta da direção com mais facilidade.

"Eu nunca tinha feito esse tipo de cena. Óbvio que no começo você fica um pouco tensa. Até porque a minha personagem está cada dia com uma pessoa", entrega, aos risos. Mas a convivência com a equipe a fez se sentir mais à vontade no set.

"E as meninas precisam ser elegantes. Eu sabia que isso me protegeria de alguma maneira, que não poderia ser qualquer plano, qualquer cena de sexo", acrescenta ela, que divide o protagonismo da história com Rafaella Mandelli e Juliana Schalch, que vivem Karen e Luna.  

A trama gira em torno de três prostitutas de luxo, que passam a implementar técnicas de marketing para alavancar o empreendimento. Entre elas, Magali é a mais desmedida e jovem, que só pensa em aproveitar as coisas boas da vida. Antes de se tornar prostituta, inclusive, a personagem já tinha o hábito de se envolver com pessoas por conta de interesses financeiros. Por isso, passa a trabalhar como garota de programa quase de maneira natural, depois de conhecer Karen e Luna em um restaurante.

"A Magali namorava donos de hotéis para morar em hotéis de luxo, ficava com dono de restaurante para comer de graça… Ela nunca tinha sido garota de programa, mas entendeu que o que sempre fez da vida não é muito diferente disso. Então, por que não?", indaga.

Diferentemente do que acontece na maioria dos processos de composição, em O Negócio, o laboratório para conhecer de perto o universo das personagens foi dispensado. Assim como Rafaela e Juliana, Michelle não conversou com nenhuma garota de programa e nem visitou pontos de prostituição. A preparação se limitou apenas às instruções dadas pela direção, que indicou que a atriz frequentasse lugares sofisticados para observar de perto a alta sociedade paulistana.

"Não era para fazer nenhum comportamento diferente daquilo que a gente realmente vê nesses lugares", explica ela, que praticamente morou em São Paulo por quase seis meses.

Período em que se dedicou integralmente à série.

"Isso foi ótimo porque me desligou dos meus amigos, da minha família e me deixou muito focada. Claro que no final eu já estava doida para voltar, mas esse processo de sair de casa e viver uma rotina diferente ajudou bastante", assegura.

Irmã gêmea – e idêntica – da também atriz Giselle Batista, Michelle fez apenas dois trabalhos na tevê ao lado dela: na 14ª temporada de Malhação, em 2007, e Clandestinos – O Sonho Começou, em 2010. Buscar a independência artística da irmã, aliás, foi um caminho natural.
 

"Acho muito importante eu batalhar a minha carreira individual e ela, a dela, porque nós não somos uma dupla", frisa.

O que não impede que as duas venham a contracenar em um mesmo projeto. Todas as escolhas de Michelle dependem, na verdade, do tipo de personagem que pode surgir.

"Eu procuro bons papéis. Se o bom papel for para fazer com ela, eu faço. Se é para fazer qualquer coisa, prefiro ficar sozinha", avisa, bem-humorada.