Autor diz que pistas para mistérios de Avenida Brasil estão no 1º capítulo

Por - 21/04/12 às 10:48

Divulgação/TV Globo

Dramaticamente, Avenida Brasil, da Globo, é parecida com Da Cor do Pecado. É o que afirma o autor de ambas, João Emanuel Carneiro. Ele conversou com O Fuxico sobre a história que vem movimentando o horário nobre e deixado todos contagiados, desde o "chiclete" da trolha sonora da abertura (oi, oi, oi!), às tramas pra lá de bem desenvolvidas, de cada personagem.

No bate-papo, João destaca o papel da heroína com ares de vilã, de Débora Falabella, incrementa os mistérios do folhetim e fala de sua inspiração para as histórias. Confira.

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O Fuxico: Vamos começar falando da vilã, Carminha (Adriana Esteves). Quem é ela?

João Emanuel Carneiro: Carminha é uma vilã que eu adoro! Veio do lixão e abriu caminho de alguma forma, aos trancos e barrancos.

OF: A antecessora de Avenida Brasil, Fina Estampa, demorou a cair no gosto do público, bem diferente da sua história que teve empatia imediata…

JE: Eu adorei Fina Estampa, acho que o Aguinaldo acertou muito! A minha novela tem pessoas da Barra, como na dele, mas com passado no subúrbio.

OF: E tem algum personagem gay, ainda não revelado?

JE: Tem, o Rony [Daniel Rocha], mas por enquanto ele está enrustido…

OF: Tem algum personagem especial, que você tem um carinho a mais?

JE: Essa novela é uma palhaçada, vou fazer uma vilã boa. Adoro vilãs e a Nina (Débora Falabella) surgiu porque sempre tive vontade de torcer pelos bandidos nas tramas. Ela é uma heroína que age como vilã. Mas amo a Monalisa (Heloisa Perissé). Ela é forte, guerreira e ao mesmo tempo sonhadora. Ela fez uma pequena fortuna sozinha, correndo atrás, trabalhando muito. Encara muito o espírito da mulher do subúrbio.

OF: A repercussão está sendo ótima. Mas você temeu explorar tanto o subúrbio em detrimento da Zona Sul?

JE: Moro em Ipanema (bairro nobre da Zona Sul do Rio), mas tive uma empregada que morava no Méier (na Zona Norte), a Conceição, e ia todo fim de semana pra casa dela. A Zona Sul muda menos que o subúrbio. Na pesquisa dessa novela, fui muito pra Bangu, Caxias e Nova Iguaçu. Avenida Brasil tem cor, tem um pé Rodrigueano, um humor bem suburbano que agrada.

OF: Esta não é a primeira vez que o lixão aparece numa história sua. Que atração é essa?

JE: Aquela cena da Giovanna Antonelli em Da Cor do Pecado, vestida de noiva, no lixão, ficou marcada. As duas tramas têm dramas bem parecidos, dramaturgicamente. Em Cobras & Lagartos, tinha lixão também. Gosto de lixão, acho que é o inferno da novela. Espero que o público tenha ficado atento à primeira cena da Rita (Débora Falabella). O final do primeiro capítulo revela muito sobre a história toda.

OF: E a Suellen, da Isis Valverde? É esse o tom mesmo, periguetíssima?

JE: Ela chega a ser um pouco trágica, porque é tão intensa, que mete os pés pelas mãos. Ela remete àquelas vedetes pornôs, que são carentes, frágeis…

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