Autor do SBT diz que crise de Silvio Santos não afeta sua novela
Por Redação - 07/12/10 às 08:16
Desde que Silvio Santos assumiu uma dívida de R$ 2,5 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir o rombo no banco PanAmericano, o clima dos bastidores do SBT ficou tenso. Depois de supostamente proibir as viagens internacionais da novela Amor e Revolução, de Tiago Santiago – que aconteceriam no próximo mês para Cuba e Bolívia – agora o patrão estaria controlando pessoalmente o orçamento da produção. A ordem teria sido enviada à equipe, através de um comunicado.
Segundo uma fonte do Complexo Anhanguera, por se tratar de uma trama de época, o folhetim dirigido pelo ex-global Reynaldo Boury exigiria um alto investimento em cenografia e figurino, além de algumas pequenas viagens ao longo dos próximos meses. Boury não poderia mais oferecer altos cachês para o elenco, como era previsto, e também teria sido obrigado a reduzir a equipe.
Em conversa com O Fuxico, o autor desmentiu qualquer mudança em seu projeto – previsto para estrear em março de 2011 – devido à crise enfrentada pelo empresário.
“Minha novela não sofreu nenhuma mudança. Estamos em fase de contratação de elenco de apoio, dando oportunidade a muitos atores e atrizes de São Paulo. Nunca houve planos de gravações internacionais nesta novela. O que eu disse é que parte da trama – o treinamento para a guerrilha – vai se passar em Cuba, mas vamos gravar essas cenas em um sítio em Santana do Parnaíba. Este já era o plano inicial. Garanto: o clima dos bastidores está muito bom. Todos estão animadíssimos com a novela e com plena confiança no produto que estamos fazendo”, disse o autor.
Santiago – que mantém um ótimo relacionamento com a novelista Íris Abravane, mulher do dono do Baú – confessou que desde que o anúncio da crise do Grupo Silvio Santos ainda não teve oportunidade de debater sobre o futuro de sua trama e da teledramaturgia do SBT, mas acredita que ela não deixará o projeto morrer.
“Infelizmente, eu estava em Buenos Aires, quando dona Íris lançou o livro, e ainda não nos falamos. Porém, sei que ela é uma grande entusiasta do desenvolvimento da teledramaturgia, no SBT, e sempre nos dará toda a força”, aposta.
Alheio à crise, que se soma a um histórico de queda de audiência e redução de salários no SBT, Santiago insiste: com a nova equipe, Amor e Revolução terá a mesma qualidade dos folhetins da Globo.
“Eu acredito muito na seriedade desta empresa. Na verdade, não liguei para dona Íris para o Silvio Santos para não incomodá-los. Mas sei que reunimos um excelente diretor, o Reynaldo Boury; um ótimo produtor, o Sergio Madureira; e agora o SBT passa a ter o mesmo know-how de novelas que a Globo. Conseguimos um elenco brilhante, Claudio Lins, Graziella Schmitt, Lucia Veríssimo, Patricia de Sabrit, Reinaldo Gonzaga, Nico Puig, Jayme Periard, Cacá Rosset, Thais Pacholek, Carlos Thiré, Joanna Limaverde, Luciana Vendramini, Gisele Tigre, Antonio Petrin… Agora, vamos brigar pela liderança!”
Amor e Revolução vai relembrar uma era marcada por grandes agitações políticas e sociais: a Ditadura Militar.A trama narra a trajetória de Maria Paixão, uma líder estudantil vivida por Graziella Schmitt, que se une a grupos de esquerda para promover ações armadas contra o regime. E para escapar da prisão e da tortura, ela assumirá muitas ‘vidas’.
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