Autor garante que sumiço de personagem de Calloni estava previsto em Páginas da Vida

Por - 16/08/06 às 17:00

OFuxico

Páginas da Vida realmente virou a polêmica da vez. A mais nova se refere à saída de Antonio Calloni, que teria pedido para se afastar da trama por cansaço, uma vez que não tira férias há um ano e meio, emendando cinco trabalhos nesse período (Páginas é o sexto). Seu personagem morre no capítulo de terça-feira, dia 22, vítima de desastre de carro. Contrariando boatos de que Calloni teria pedido para deixar a trama devido ao atraso no recebimento dos capítulos, o autor Manoel Carlos tem outra versão. Segundo ele, o sumiço do interesseiro Gustavo já estava previsto na sinopse. O personagem voltaria posteriormente, mas com o pedido de afastamento por parte do ator, alegando cansaço, Gustavo morre.

“Estava previsto que o Gustavo iria para Nova Iorque e lá desapareceria, levantando-se a hipótese de que ele poderia estar entre as pessoas que desapareceram dentro do World Trade Center. Mas, depois eu achei que ficaria de mau gosto colocar um personagem de ficção no meio de uma desgraça  dessas, que matou tanta gente de verdade. Então, optei pelo desastre de carro”, conta o autor.

Mudança na trama

Maneco ainda explica que a morte de Gustavo traz mudanças na trama, no que diz respeito ao personagem Márcia (Helena Ranaldi).

“Altera, na medida em que Márcia fica viúva e não mais uma mulher que não sabe se o marido morreu ou não, como estava previsto.”

Nada de brigas

OFuxico também ouviu Ilse Calloni, mulher e assessora de imprensa de Calloni, que deixou tudo em pratos limpos. Ela desmentiu que o motivo do ator sair de Páginas da Vida seja em função de alguma briga dele com o autor ou o diretor Jayme Monjardim, como foi ventilado.

“Os dois entenderam os argumentos do Calloni de que não iria agüentar o tranco até março de 2007, quando a novela termina, porque está exausto. Em um ano e meio, ele fez Começar de Novo, a minissérie JK, três filmes – O Passageiro, Anjos do Sol e Porraslouquinhos – além de ter dublado o Garfield 2”.

Antônio Calloni, segundo Ilse, tomou essa decisão agora por considerar que sua saída é de fácil solução.

“É quando a novela sofrerá uma passagem de tempo. O Calloni achou que seria pior insistir e, lá pela frente, adoecer e ter de sair de Páginas numa hora comprometedora para a história. O Manoel Carlos, então, decidiu matar o Gustavo em um desastre de carro”.

Ilse conta ainda que seu marido tem noção da dimensão real de sua atitude.

“O Calloni diz que parece loucura o que ele fez, porque o que tem de ator querendo fazer uma novela das oito, ainda mais do Manoel Carlos, não está no mapa. E ele larga essa oportunidade, que foi a sua primeira chance de trabalhar com o autor.”

Atrasos na entrega dos scripts

Antônio Calloni tem se assustado também com outras mentiras que vêm sendo publicadas a respeito de sua decisão. Um exemplo: a de que ele resolveu sair de Páginas por causa da pequena frente de capítulos.

“Isso é outra inverdade. Todos os atores sabem, e o Jayme já havia avisado em uma reunião de elenco que o Manoel Carlos não trabalha com muita frente de capítulos. Cada autor tem sua maneira de escrever, de adiantar ou não a trama. Tudo bem que a frente ficou menor, porque o Maneco teve de dar muitas entrevistas depois do depoimento daquela senhora que falou sobre masturbação, o que, certamente, atrasou um pouco a finalização de alguns capítulos. Mas ter uma frente pequena, quando se refere ao Maneco, não é novidade. Ele é assim. E todo mundo é doido para fazer uma trama dele.”

Ilse diz que apoiou a decisão do marido e dá sua justificativa:

“Sou testemunha do quanto o Calloni se dedica aos personagens. E percebi que ele não agüentaria mesmo todo o desgaste emocional que uma novela requer ao longo de pelo menos oito meses”, conclui.

A morte de Gustavo

A página oficial da novela Páginas da Vida na Internet publicou uma nota contando como ocorrerá a morte de Gustavo.

O fato acontece em dezembro de 2002. Gustavo está dentro do carro, na porta de um restaurante. Mantém o carro ligado e acelera de vez em quando. Parece irritado.

De repente, do restaurante sai Márcia. Ela está acompanhada de um homem elegante. Trocam beijos. O homem gentilmente abre a porta do carro para que ela entre. No que ela se acomoda, escuta pneus do carro cantando. Gustavo arranca perigosamente. O casal começa então uma discussão séria.

O cavalheiro era um ex-namorado de Márcia que viera conversar com ela durante o jantar. O tom de Gustavo é agressivo. Bebera demais. Acelera o carro, voa. Numa curva fechada, ele perde o controle do carro e morre.

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