Babi Xavier: “Nenhuma atriz quer estar parada tanto tempo”
Por Redação - 09/02/13 às 10:08
Contrato longo assinado com uma emissora não é garantia de satisfação para os atores. Que o diga Babi Xavier, que agora pode ser vista na pele da frágil Elisa de José do Egito, da Record. A atriz estava desde 2009, quando encerrou suas cenas como a vilã Juli di Trevi, de Os Mutantes, sem participar dos folhetins da emissora. Agora, depois de quatro anos de jejum, Babi agradece o fato de ter sido escalada para um dos programas mais esperados desta nova fase de teledramaturgia da Record.
"É um luxo poder trabalhar com mais tempo e experimentar bem toda a energia que está em volta da produção. Novela é um processo mais rápido, você tem de entrar na personagem conforme a trama está caminhando no ar", avalia ela, que contou com semanas de workshops antes de iniciar as gravações da minissérie bíblica.
Na trama, ela interpreta a mulher de um dos 12 filhos de Jacó, papel de Celso Frateschi. Com a saúde debilitada, Elisa sofre com a sogra mal encarada Lia, vivida por Denise Del Vecchio. Sua sorte é que, ao contrário de vários casamentos da época, feitos quase sempre por questões de interesse, sua união com Judá, de Victor Jugo, é regada de amor verdadeiro.
"Essa é a terceira minissérie que ele faz na emissora. Por isso, já está familiarizado com esse gênero. Pôde me dar muitos toques importantes. Acabei tirando proveito dessa proximidade", conta.
O Fuxico: Você estava há quatro anos sem fazer novelas ou minisséries. Como surgiu a possibilidade de voltar a atuar na Record?
Babi Xavier: Fiz teste e o Alexandre Avancini me chamou. Meu primeiro trabalho na tevê, na novela Por Amor, foi com ele. E estivemos juntos também em Vidas Opostas e Os Mutantes, já na Record. Foi ele quem me trouxe para a emissora. O teste que eu fiz era para a personagem da Andrea Avancini e também participei da seleção com o Victor Hugo, que interpreta o marido da minha personagem. Abriram os testes para todo mundo e, como minha filha já tinha nascido, dava para eu encarar.
OF: Depois de tanto tempo de carreira e de ser contratada da Record há mais de seis anos, incomoda fazer testes na emissora?
BX: Nenhuma atriz quer estar parada tanto tempo. Se esse é um caminho para trabalhar em algum dos produtos da empresa, então vamos tentar. Tenho uma relação tranquila com testes porque sempre curti fazer provas. Umas vezes a gente se sai muito bem, em outras nem tanto. Fiz para Vidas em Jogo, por exemplo, mas não entrei na novela. Fiquei feliz por ter conseguido agora, já que era um desejo meu participar das minisséries bíblicas.
OF: Por quê?
BX: Quando comecei a fazer novelas, isso não existia. E é diferente, tem aquele caminho de resultado final fechado. Principalmente quando retrata um período histórico. Desde "A História de Ester" eu já comecei a me interessar. Veio "Sansão e Dalila" e, em "Rei Davi", estava torcendo para ser chamada. Não aconteceu, mas acabei grávida. Descobri, inclusive, quando me chamaram para trabalhar, mas era em "Rebelde". Não pude aceitar.
OF: Como foi sua preparação para interpretar a Elisa?
BX: Tive workshops muito bons. Praticamos desde tear, culinária e dança da época até várias coisas inusitadas. Ficamos também 12 horas em uma reprodução do que eram os acampamentos da época. Tudo para nos familiarizarmos com a situação e ainda para que desenvolvêssemos o grau de ligação necessário para trabalharmos cada personagem. Contamos com a ajuda do preparador Sérgio Penna, que foi sensacional.
OF: Quais as coisas mais inusitadas que fizeram nesses "workshops"?
BX: Chegamos a abrir uma galinha. E fizemos pão e um cozido da época, amassando os legumes com a mão. Naquele período, não se usava faca de caçar para cortar os legumes. Cada coisa tinha sua função e a faca era para cortar bicho. Escolhi abrir logo a galinha porque, como é bem diferente do meu universo, já me distanciaria do meu mundo com mais facilidade. Mas foi bem difícil lidar com um bicho que acabara de ser morto.
OF: Além de atuar, você trabalhou muitos anos como apresentadora. Desistiu de exercer essa função na Record?
BX: Amo atuar, mas é fato que não apresento um programa hoje porque a Record não me chamou. Só que também não quero largar minha carreira de atriz. Eles sabem que têm uma apresentadora sentadinha no banco de reserva. Até porque o número de horas que já trabalhei nessa atividade me permite receber um roteiro em uma sexta e, já na segunda, estar gravando. Meu contrato vai até 2016 como atriz, o que me permite, de repente, ter um programa ou um quadro na emissora. Ou até em um canal a cabo. E tenho essa vontade. Tem gente que acha que eu não quero mais. Sinceramente, não fico me oferecendo por aí. Mas quero muito que um dia aconteça.
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