Barbados deixa de ser colônia britânica e Rihanna se torna heroína nacional
Por Flavia Cirino - 30/11/21 às 09:18
Uma noite histórica para Barbados, na segunda-feira, 29 de novembro. A República foi declarada na National Heroes Square, em Bridgetown, capital do país. Desta forma, quase 400 anos depois da chegada da Grã-Bretanha, a Rainha Elizabeth II deixou de ser a chefe de Estado do país caribenho. Ex-colônia britânica, Barbados conquistou a sua independência há 55 anos, mas a decisão de se separar da monarquia foi anunciada em setembro de 2020.
A advogada Sandra Mason foi nomeada governadora-geral de Barbados pela Rainha Elizabeth II em janeiro de 2018, cargo que ocupou até assumir a presidência do país na segunda-feira, 29.
Esta é a 1ª vez em quase 30 anos que a rainha é removida do posto. O último país a fazê-lo foi as Ilhas Maurício, em 1992. Em 1999, a Austrália apresentou um referendo sobre o assunto, mas a proposta de desvinculação foi derrotada. O príncipe Charles, filho da rainha Elizabeth II, participou das celebrações republicanas em Bridgetown e foi alvo de críticas.
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RIHANNA É DECLARADA HEROÍNA NACIONAL
Nascida em Barbados, Rihanna foi declarada “Herói Nacional de Barbados” durante uma cerimônia que celebrou a transformação do país em uma república, na noite de segunda-feira, 30 de novembro. Barbados deixou de ser uma monarquia constitucional e removeu a Rainha Elizabeth II como chefe de estado.
Coube à rimeira-ministra Mia Amor Mottley, presentear Rihanna com a designação: “Que você continue a brilhar como um diamante e honrar sua nação com suas palavras, suas ações e dar crédito aonde quer que você vá”, disse Mia.
A Ordem dos Heróis Nacionais de Barbados foi criada em 1998, quando dez proeminentes barbadianos foram indicados para o grupo. O governo convocou nomeações públicas para adicionar à ordem em março de 2021.
Rihanna é a segunda mulher a ser homenageada desde que a ordem foi estabelecida. Ela passa a ser reconhecida no país como a Honorável Robyn “Rihanna” Fenty.
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QUEM É A PRESIDENTE DE BARBADOS
Sandra Prunella Mason nasceu no dia 17 de janeiro de 1949 em East Point, St. Philip, Barbados. Advogada, Mason coleciona uma série de conquistas históricas para o seu país: foi a 1ª mulher admitida na Ordem dos Advogados em Barbados, a 1ª mulher nomeada embaixadora e a 1ª mulher a integrar o Tribunal de Apelações do país.
A governadora-geral, agora transformada em presidente, começou sua carreira como professora de escola secundária e trabalhou no banco Barclays.
Em 1978, ingressou como magistrada no Juizado de Menores e Família enquanto lecionava Direito da Família na UWI (Universidade das Índias Ocidentais, na sigla em inglês).
Sandra também atuou no Comitê da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os Direitos da Criança (1991-1999) e integrou a comissão da Caricom, comunidade do Caribe com 13 membros.
Mason foi Embaixadora barbadiana para Venezuela, Chile, Colômbia e Brasil de 1993 a 1994. Ao retornar a Barbados, foi nomeada magistrada-chefe e, mais tarde, tornou-se integrante da Suprema Corte.
Em 2005, foi nomeada para a Ordem dos Advogados de Barbados como Conselheira da Rainha. Mais tarde naquele ano, ingressou no Supremo Tribunal do Caribe Oriental, onde atuou até 2008, quando se tornou juíza do Tribunal de Apelação do Supremo Tribunal do país.
No dia 1º de janeiro de 2014, foi a 1ª barbadiana membro do CSAT (Tribunal Arbitral do Secretariado da Commonwealth), com sede em Londres. Em 2017, foi eleita a 1ª mulher presidente desse tribunal.
Além de Barbados e do Reino Unido, outros 14 países têm a Rainha Elizabeth 2ª como chefe de Estado: Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão e Tuvalu.
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PRÍNCIPE CHARLES É ALVO DE CRÍTICAS
A cerimônia, com a presença do príncipe Charles, filho mais velho de Elizabeth II, e a cantora Rihanna, não foi aberta ao público, apesar da suspensão temporária do toque de recolher imposto devido ao coronavírus para permitir que a população aproveitasse as festividades, que incluíram fogos de artifício em toda a ilha.
Durante sua estadia em Barbados, o príncipe de Gales foi alvo de críticas por comentários que teria feito há alguns anos sobre a cor da pele dos futuros filhos de seu filho Harry e Meghan Markle, confome OFuxico destacou.
As declarações, incluídas em um livro que será publicado nesta terça-feira, 30 de novembro, foram negadas pelo gabinete do príncipe Charles: “Isso é ficção e não merece mais comentários”, disse um porta-voz da coroa britânica.
O legado de séculos de escravidão continua muito presente na ilha. Os problemas da influência britânica e o racismo foram dois elementos-chave na decisão de Barbados de virar uma república.
BARBADOS, O PARAÍSO DE RIHANNA
Barbados é uma ilha caribenha com cerca de 288 mil habitantes, a maioria de ascendência africana (82,4%) e cristã (75,6%), segundo o Censo de 2010. Ex-colônia britânica, conquistou sua independência em 1966.
Tem o inglês como língua oficial, usado para comunicações do governo e na administração pública. Uma variante regional desse idioma, conhecida como Bajan, é falada pela maioria dos barbadianos no dia-a-dia.
O país tem cerca de 430 km² de extensão. Sua capital e cidade mais populosa é Bridgetown, que fica no sudoeste da ilha.
Antes dependente das exportações de açúcar, se tornou um importante destino turístico e uma das ilhas mais desenvolvidas da região, com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,81, de acordo com dados de 2019. O índice coloca o país na 58ª posição entre 189 países e territórios.
Sua premiê é Mia Mottley, eleita em 2018. Entre os barbadianos mais famosos está Rihanna, cantora e empresária do ramo de moda.
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A embaixada de Barbados no Brasil fica em Brasília. A unidade presta auxílio aos cidadãos do país que vivem ou visitam o Brasil e aos brasileiros que querem ir para o país caribenho, além de realizar atividades diplomáticas. Barbados ainda mantém consulados no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Recentemente, a ilha se tornou o 1º país a adquirir um “terreno” virtual para criar uma embaixada no metaverso. O Ministério de Relações Exteriores e Comércio Exterior do país assinou um acordo com a Decentraland no dia 14 de novembro e diz estar em contato com outras plataformas.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino