Bianca Jhordão lança primeiro videoclipe de seu novo projeto paralelo

Há 10 anos na estrada com a sua banda Leela, Bianca Jhordão agora também dedica seu tempo a um novo projeto em parceria com a escritora e filósofa gaúcha Carol Teixeira. Batizado de Brollies & Apples, as duas dão asas à imaginação e fazem um som com uma pegada electro-sexy-grunge bem interessante com a maioria das letras em inglês. Lançando o videoclipe do primeiro single desde trabalho, She, Bianca revela para O Fuxico como surgiu a ideia do projeto com Carol e explica a principal diferença entre o Leela e B&A.

O Fuxico: Como surgiu a ideia do Brollies & Apples? E a ideia da parceria com a Carol Teixeira?

Bianca Jhordão: O Brollies & Apples surgiu quando eu e Carol Teixeira (escritora e filósofa gaúcha) nos conhecemos nos bastidores de uma premiação, em Porto Alegre.  Na volta para São Paulo, fui presenteada com seu segundo livro Verdades & Mentiras e adorei.  Começamos a manter contato, rolaram afinidades e tivemos uma ideia de projeto musical.  Meses depois nos encontramos em Londres e, de volta ao Brasil, começamos a criar músicas por e-mail. A Carol escrevia as letras, o produtor Chernobyl criava as bases e riffs e eu e o guitarrista do Leela, Rodrigo Brandão, completávamos com vocais, melodias, synths e guitarras. Depois de algumas músicas prontas, gravamos dois videoclipes em Punta Del Este (Uruguai), dirigidos pelo premiado cineasta Bruno Safadi. O clipe da música Rented Dreams foi exibido na programação da MTV, Play TV e Multishow e Not My Fault saiu nos portais de video. Também tivemos um convite do jornalista Lúcio Ribeiro para tocar com a banda inglesa Friendly Fires no festival Popload Gig 2 em SP e na edição do Rio (no Circo Voador) – que foi ao ar no canal Multishow.

OF: Como foi escolhido o nome da banda?

BJ: Brollies & Apples surgiu durante essa viagem à Europa, quando me deparei com esses dois nomes, em separado, e em situações distintas, mas que ficaram na minha cabeça. Quando deitei na cama, veio a ideia de juntá-los para batizar o novo projeto.  É um nome bem dadaísta, non-sense, que representa bem o nosso grupo. (Brollies é um modo particular que os ingleses chamam o guarda-chuva e Apples são maçãs.)

OF: Vocês acabaram de lançar o primeiro disco This Is An Organized Orgy, já pensam no segundo?

BJ: Sim, estamos pensamos em criar novas músicas. Por enquanto vamos curtir o lançamento do primeiro álbum, afinal ele foi lançado no final de 2010 e tem muito pra ser mostrado ainda. Os shows de lançamento, do álbum e do clipe, irão acontecer nos dias 28/03 na D-Edge e dia 20/04 na Lions, em São Paulo. 

OF: O que você faz neste projeto que com o Leela você não consegue?

BJ: As principais diferenças são que no B&A a maioria das músicas são em inglês e no Leela eu canto em português.  O B&A tem uma pegada electro-sexy-grunge e o Leela faz um indie-rock-alternativo. Com o Leela, por exemplo, não rola tocar em clubes-electro, já que a banda é bem orgânica e com o Brollies já funciona porque também temos um formato Live P.A. Ainda toco um pouco de bateria no Brollies & Apples e adoro.

OF: O primeiro single She já está nas rádios?

BJ: O novo single “SHE” ainda não está nas rádios.  A música é bem pesada, com riffs hipnóticos, em inglês e bem maximal, lembra um pouco o som industrial dos anos 90.  Se as rádios começarem a tocar, seria incrível.

OF: Por que a escolha dessa música?

BJ: Foi escolhida por ter essa pegada electro-punk e porque, visualmente, trouxe a ideia para o roteiro do clipe.  E também porque é muito boa e achamos que representa bem o som da banda!

OF: Como e onde foi gravado o videoclipe?

BJ: O clipe foi gravado em Paranapiacaba (Santo André / São Paulo) em meio à densa neblina característica do vilarejo que surgiu como centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens São Paulo Railway.  Como muitos ingleses moravam lá no final do século XIX, trouxeram até mesmo uma réplica do famoso relógio Big-Ben que existe em Londres. Já que Londres é uma referência para o Brollies & Apples, achamos a ideia de filmar lá, do diretor Raul Machado, genial.

OF: Do que fala a história do vídeo?

BJ: Nos inspiramos no cineasta espanhol Luis Buñuel para dar o toque surrealista de SHE com uma atmosfera de pesadelo, suspense e tensão.  Carol e eu interpretamos a mesma personagem e Rodrigo e Chernobyl idem. Os personagens se confundem e não conseguem se libertar de seus medos, não lembram se os fatos aconteceram e o que realmente aconteceu.

O videoclipe de SHE foi dirigido pelo polêmico Raul Machado (que dirigiu clipes de Chico Science & Nação Zumbi, Planet Hemp, Raimundos, CPM22) com o fotógrafo Jorge Lepesteur, figurinos estilosos de Nicole Nativa e Marquinhos Cherevek, make de Ed Gomes e a Pousada Shamballah como locação, além de cenas pelo vilarejo.

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