Bill Cosby relembra a dor de ter o filho assassinado

Por - 04/06/20 às 21:00

Reprodução/Instagram

O comediante Bill Cosby falou dos protestos do Black Lives Matter após a morte de George Floyd, assassinado por um policial branco, em Minneapolis dia 25 de maio, e relembrou o assassinato de seu próprio filho, ocorrido em 1997.

Em um longo post no Instagram, Cosby insistiu que entendia os sentimentos de dor e desamparo como um pai que perdeu um filho por causa do 'ódio racista'. Um imigrante ucraniano de 18 anos, Mikhail Markhasev, foi condenado por atirar e matar o filho do comediante, Ennis Cosby, após um roubo que deu errado em Los Angeles.

"Quando penso em George Floyd, Breonna Taylor, Ahmaud Arbery e outras incontáveis pessoas negras assassinadas por causa desse ódio racista, lembro do meu filho Ennis, que foi brutalmente assassinado", Cosby falou.

"Antes do tiro de ódio contra a cabeça do nosso amado Ennis e que tirou sua vida, aquele homem infernal disse 'MORRA PRETO' antes de puxar o gatilho. Eu entendo a dor; entendo o desamparo; e eu também entendo que NENHUM PAI OU MÃE pediu para entrar no clube 'meu filho foi assassinado por causa do ódio racial'", reclama emotivo.

Cosby atacou os membros do chamado 'grupo de poder' por criarem essa 'prisão do racismo na América' e incitou os policiais a abandonarem seus equipamentos e armas e se juntarem aos ativistas que exigem justiça por Floyd e outras vítimas por causa do abuso de poder.

"Vamos, é sua oportunidade de ouro", comentou, sobre os policiais que também deveriam aderir ao movimento anti-racista.

 

Caso George Floyd

 

No feriado de Memorial Day, nos Estados Unidos, 25 de maio, George Floyd, um americano de 46 anos, foi à loja Cup Foods em Minneapolis, Minnesota, para comprar cigarros por volta das 20:00. Uma vez no local, ao pagar, o funcionário responsável, um adolescente, deduziu que a nota de US$ 20 que o homem usou para pagar, era falsa e chamou a polícia.

Durante a ligação para o 911, o funcionário da loja informou que havia exigido que Floyd devolvesse os cigarros, mas não queria. Além disso, o jovem indicou que o homem parecia estar 'bêbado' e que 'ele não estava no controle de si mesmo'.

Minutos depois, por volta das 20h20, dois policiais chegaram ao local. Floyd estava com outras pessoas em um carro estacionado na esquina da loja. Até aquele momento, os agentes se moveram, e um deles, Thomas Lane, imediatamente pegou sua arma e apontou para Floyd, ordenando que ele lhe mostrasse as mãos.  

O policial afirma que 'Floyd resistiu ativamente a ser algemado', e quando foram colocá-lo na viatura, ele disse que era claustrofóbico. Os policiais disseram no relatório que 'ele ficou tenso' e acabou sendo derrubado no chão. Foi nesse momento que o agente Derek Chauvin chegou. Com o homem caído no chão, Chauvin colocou o joelho no pescoço do detento, pressionando-o brutalmente, por quase nove minutos.

Testemunhas começaram a registrar o que estava acontecendo: a angústia de Floyd, que pediu desesperadamente a Chauvin para parar:  "Por favor, por favor, por favor. Eu não consigo respirar", ele gritava. 8 minutos e 46 segundos se passaram até que Floyd deixou de se mover. Diante disso, testemunhas exigiram que seu pulso fosse verificado e o oficial Kueng afirmou que não detectou pulso.

Chauvin finalmente retirou o joelho e chamou uma ambulância. George Floyd foi transferido para o Centro Médico do Condado de Hennepin, onde uma hora depois ele foi declarado morto.

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