Biografia dá detalhes da trajetória de Gonzaguinha e Gonzagão

Por - 30/11/06 às 16:30

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O livro, Gonzaguinha e Gonzagão – Uma história brasileira, conta em detalhes a trajetória desses dois grandes astros da música. Pai e filho, unidos pelo mesmo nome, tiveram no decorrer da vida vários pontos de divergências. Gonzagão era alegre e extrovertido, Gonzaguinha era sofrido e reservado.

Praticamente abandonado pelo pai, que entregou sua criação a um casal de amigos, Gonzaguinha desenvolveu uma personalidade amarga, e só muitos anos depois os dois se reencontraram como pai e filho, e também como artistas.

A biografia da dupla foi escrita pela jornalista Regina Echeverria e pode ser lida como uma grande reportagem. É ilustrada com fotos e reúne uma pesquisa detalhada da vida e carreira desses dois músicos. 

“Uma sombra presente a se alimentar de mistério, dúvida e incerteza fez florescer a personalidade de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior. Essa sombra atendia pelo nome de ‘pai’. Ironia do destino, ele carregou seu mesmo nome pelos 45 anos, quase 46, em que viveu e, para se diferenciar de quem o batizou assim, ganhou a alcunha de Gonzaguinha. De Gonzagão herdou o nome. Mas o amor de pai foi preciso arrancar das entranhas do famoso Rei do Baião. Não só o amor, mas ainda o respeito” – escreveu Regina Echeverria nas primeiras linhas do livro. 

A autora conduz o leitor para uma viagem, por um país, de espantosa transformação em menos de um século, na música, na política, nos costumes, além de traçar os encontros e desencontros de Gonzaguinha e Gonzagão, dois grandes representantes da nossa cultura. 

“A história de amor que uniu pai e filho faz vibrar o imaginário popular. No sonho de um, no desejo do outro, esses dois artistas de vozes e intenções distintas uniram seu nome e destino pela força da própria vontade. E selam entre si seu trágico final feliz”, declarou Regina nas últimas páginas do livro.

 

Um pouco mais sobre a dupla

Luiz Gonzaga (1912-1989), o Gonzagão, era natural de Exu, pequena vila em pleno sertão de Pernambuco. Filho de Januário, lavrador e sanfoneiro. Engajado no Exército, veio para o Rio de Janeiro em 1939, onde inicialmente entrou no meio musical como músico acompanhante. Chegou a ser proibido de cantar por um conterrâneo famoso (Fernando Lobo), na rádio onde este era diretor. Isso não impediu que alcançasse o sucesso, ao lado de seus parceiros Humberto Teixeira e Zé Dantas, criando o baião, uma síntese dos ritmos nordestinos. Asa Branca, Baião de dois, Paraíba e Vozes da seca são apenas alguns títulos das muitas canções que, entre 1945 e 1955, conquistaram primeiro o Brasil, depois o mundo.
 
Gravou 210 discos e 312 composições. O baião, antes da bossa nova, foi o primeiro ritmo brasileiro a ter reconhecimento internacional em grande estilo. Redescoberto pela MPB no final dos anos 60, Gonzagão é reconhecidamente a principal influência na obra de Gilberto Gil, Alceu Valença, Fagner e Elba Ramalho, entre outros.

Seu enterro reuniu autoridades políticas e eclesiásticas, e principalmente milhares de nordestinos de todas as classes sociais, para os quais foi um líder e um exemplo.

Luiz Gonzaga Junior (1945-1991), o Gonzaguinha, nasceu no Rio de Janeiro. Filho da cantora Odaléia, precocemente falecida, foi registrado por Luiz Gonzaga como filho legítimo, apesar das dúvidas.

Criado no morro de São Carlos, bairro do Estácio, berço do samba, formou-se em Economia e foi um dos criadores, ao lado de Ivan Lins e Aldir Blanc, no Movimento Artístico Universitário (MAU), um baluarte na resistência cultural ao governo militar.

Ao longo de sua carreira lançou 20 discos. Compositor profissional desde os festivais universitários do final da década de 1960, só alcançou o reconhecimento popular quase 10 anos depois, com o grande sucesso romântico Grito de alerta, lançado nas vozes de Maria Bethânia e Agnaldo Timóteo.

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