Brasil é uma das estrelas da Paralimpíada de Tóquio
Por Flavia Cirino - 24/08/21 às 12:08
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio iniciaram nesta terça-feira, 24 de agosto, e nos próximos 13 dias atletas do mundo inteiro disputarão medalhas em 22 modalidades.
A cerimônia de abertura foi realizada no Estádio Nacional do Japão sem público presencial, e teve delegações reduzidas em virtude da pandemia. Com o tema “Ventos de Mudança”, o espetáculo de abertura contou com dançarinos que representaram aviões – cada um com uma determinada deficiência e dificuldade, mas todos com a possibilidade de alçar voos. Entre eles, um especial, que usa a mente para voar.
Seiko Hashimoto, presidente do Comitê dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, fez o discurso de abertura. Ex-atleta e medalhista olímpica, ele afirmou que “a imagem de superação de dificuldades inspira muitas pessoas e dá esperanças, principalmente no momento presente.”
O brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, falou em seguida e destacou que “As Paralimpíadas são uma plataforma para mudança, mas [esse momento] a cada quatro anos não é o bastante. Necessitamos fazer a nossa parte todos os dias para sermos inclusivos.”
“Diferença é uma força, não uma fraqueza. Para reconstruirmos melhor o mundo pós-pandemia, devemos ter sociedades em que oportunidades existem para todos. Com a sombra da incerteza, os atletas paralímpicos foram faróis para o mundo”, disse Parsons.
BRASIL PRESENTE
Os medalhistas paralímpicos Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Evelyn Oliveira, da bocha, foram os porta-bandeiras do Brasil no evento, que contou com transmissão ao vivo dos canais Sportv2 e TV Brasil. A delegação brasileira contou ainda com a técnica da classe BC4 da bocha e staff de Evelyn, Ana Carolina Alves, e o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Alberto Martins.
Com direito a “dancinha” de Petrúcio e muita alegria de Evelyn, o Brasil foi o 116º país a desfilar na cerimônia, logo em seguida das Ilhas Faroe, já que a ordem do desfile dos países foi baseada no alfabeto japonês.
“Neste momento, estou emocionado. Já chorei muito, mas foi um choro de alegria. Estar aqui, representando os atletas brasileiros, me deixa muito feliz. Gostaria que todos os outros atletas estivessem aqui, pulando e dançando, pois os brasileiros são os melhores do mundo. Obrigado, Brasil!”, disse Petrúcio, em entrevista ao Sportv, logo após o desfile.
“Estou muito feliz por estar aqui. É uma honra poder representar o esporte paralímpico e todos os atletas brasileiros. Muito obrigado, Brasil”, comemorou, Evelyn.
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Segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), serão 162 países, incluindo a Equipe Paralímpica de Refugiados, que participarão dos Jogos de Tóquio.
No total, foram cerca de 6 mil atletas e integrantes de comissões técnicas que participaram da solenidade, além de 900 pessoas entre patrocinadores e convidados de honra. Também 3,5 mil jornalistas estiveram envolvidos na cobertura do evento.
EXPECTATIVA PARA A DELEGAÇÃO BRASILEIRA
Até agora imbatível, a seleção brasileira de futebol de 5, quatro vezes medalhista de ouro, é uma das estrelas da competição. Só os brasileiros subiram no lugar mais alto do pódio desde a introdução da modalidade no programa paralímpico, em 2004.
Maior medalhista paralímpico da história, com 24 medalhas em três jogos olímpicos (14 de ouro, sete de prata e três de bronze), o nadador brasileiro Daniel Dias também participa.
“Minha motivação é estar apto a ser melhor o tempo todo e mostrar que posso ir além, ter melhores marcas”, disse o nadador ao site oficial dos Jogos.
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A delegação brasileira é composta por 259 atletas, sendo 163 homens e 96 mulheres. Entre elas e eles estão atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro. Eles são os olhos, ouvidos e mãos dos paratletas.
A modalidade com o maior número de participantes é o atletismo, com 65 representantes e 19 atletas-guia. Em seguida, a natação com 36 atletas. O Brasil estará representado em 20 das 22 modalidades: atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, remo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo e vôlei sentado.
EM CAMPO ÀS 21H
O Brasil conquistou 301 medalhas na história dos jogos. Dessas, 87 são medalhas de ouro. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) confia que o país chegue à centésima medalha de ouro ainda nesta edição. Faltam 13 para alcançar a meta. Nos jogos do Rio, em 2016, o Brasil levou 14 ouros para casa.
A delegação brasileira se preparou para os jogos no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O CPB adotou o “formato bolha”, com as seleções brasileiras preparando nesse local seus atletas, obedecendo, segundo o CPB, rígidos protocolos de saúde de segurança. Em maio deste ano, o Brasil recebeu a doação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de vacinas da Pfizer e da Coronavac para aplicação em atletas, comissão técnica, estafe, e demais membros da delegação brasileira que seguiria para Tóquio a partir de 5 de agosto.
O Brasil estreia nos jogos na noite desta terça, 24, com o time de goalball, em partida contra a Lituânia, às 21h (horário de Brasília), na natação, no ciclismo, no tênis de mesa e na esgrima em cadeira de rodas. Na natação, na esgrima em cadeira de rodas e no ciclismo, haverá a disputa de medalhas
A TV Brasil é emissora oficial e transmite as principais competições nas diferentes modalidades, com destaque para a participação dos atletas brasileiros em esportes coletivos e individuais.
As competições terminam dia 05 de setembro.
AFEGANISTÃO
A comitiva que representaria o Afeganistão não pode comparecer aos Jogos Paralímpicos de Tóquio em razão do bloqueio de voos pelo Talibã. A bandeira do país, entretanto, estava presente e foi carregada por um voluntário como homenagem de solidariedade ao país, que passa por um momento de conflito interno com a retirada de tropas norte-americanas.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino