Bruno Ferrari busca referências do cotidiano para compor vilão

Por - 05/10/12 às 14:32

Divulgação

Bruno Ferrari defende que um ator está sempre trabalhando e estudando, mesmo quando está fora dos estúdios. Para o intérprete do vilão Norberto, de Balacobaco, o seu ofício tem por objetivo a observação e absorção da realidade e da ficção. Isso reflete diretamente no que os telespectadores veem em cena.

"Se estou em casa vendo um filme isso para mim é trabalho", explica ele, que utiliza a sétima arte como uma das diversas ferramentas de composição de seus personagens.

Na história de Gisele Joras, Norberto é o típico amigo da onça do seu sócio Eduardo, vivido por Victor Pecoraro. Ele planeja um grande golpe contra o parceiro porque nunca se conformou em ter uma participação inferior na empresa de turismo ecológico, em perder a namorada para o colega de trabalho e ainda ser obrigado a conviver com as duas realidades diariamente. Para o ator, a maneira mais clara para deixar o personagem convincente é fazendo com que os objetivos dele fiquem explícitos em suas ações.

"Ninguém faz nada sem um objetivo. Procuro fundamentar esses objetivos para deixar o personagem o mais crível possível e para ele ter base para chegar onde precisa", frisa.

Acostumado a viver mocinhos, Bruno garante que está preparado para as mais diferentes reações do público.

"Vou fazer o tom baixo uma hora e, em outra, vou ficar no meio. Mas uma hora acerto. Sou muito crítico com meu trabalho. É uma das nicas vaidades que tenho", destaca, entre risos.

OFuxico – Você está distante da tevê desde Bela, A Feia, em 2009. Na época, interpretou um mocinho e, agora, volta como um vilão. Quais são os fatores preponderantes na hora de aceitar um novo trabalho?

Bruno Ferrari – No começo de carreira a gente vai fazendo e as coisas é que vão aparecendo. Mas, aos poucos, você vai começando a buscar coisas que te interessam mais. Estava buscando isso, esse vilão. Estava procurando personagens diferentes daqueles que eu já tinha feito.

OF – Você deixou seus cabelos loiros para Balacobaco. Qual a importância do visual na composição do Norberto?

BF – É importantíssima. A ideia do cabelo foi do diretor Edson Spinello. Inicialmente, ele queria que eu pintasse o cabelo de branco para dar uma diferenciada. Aí fomos chegando em um tom e ele disse: "vamos deixar assim porque é bacana". Além disso, revi filmes como Hannibal e Cabo do Medo, e acrescentei acessórios, como anéis, um isqueiro e uma bombinha de asma, que estão me ajudando a completar esse papel.

OF – Sua estreia na tevê aconteceu em 2002, na novela Sabor da Paixão, da Globo. Com diversas produções no currículo, como Celebridade, Malhação, da Globo, Cidadão Brasileiro e Luz do Sol, da Record, entre outras, você se sente mais maduro e seguro para este personagem?

BF – Sempre aconteceu de o personagem chegar no momento certo. O Norberto chegou no momento em que ele devia vir. O primeiro personagem que eu fiz era pequenininho, tinha o conflito dele, era o que eu podia aguentar e era o meu espaço. Nunca peguei nenhum trabalho que me fizesse pensar: 'Caramba, não vou conseguir fazer isso'.

OF – Em 2008, você viveu um personagem dúbio, o Tomás de Chamas da Vida. Ele começou a trama flertando com a vilania, mas logo depois mudou de caráter e se mostrou mais leve. Há espaço para essa alteração na sua interpretação do Norberto de Balacobaco?

BF – O Tomás de Chamas da Vida foi muito legal porque era um cara que inicialmente me disseram que era um vilão, mas no meio da novela entendi que ele era na verdade o filho da vilã. E aí comecei a trabalhar mais o humor dele, deixando ele mais gostoso e leve, foi uma novela muito feliz. Mas no caso do Norberto, não tem espaço para essa mudança, nem na minha concepção e nem na da autora.

Bruno Ferrari e Paloma Duarte trocam beijos em aeroporto
Bruno Ferrari vive bandido preso no teatro
 

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.