Bruno Gagliasso: ‘Beleza não me preocupa’

Quando pensamos em atores brasileiros que conseguem unir perfeitamente talento com beleza, Bruno Gagliasso é um dos primeiros nomes que vem a cabeça. E não é para menos. Além de arrancar suspiros por onde passa, o ator também já mostrou sua versatilidade profissional, e saiu do psicopata que interpretou em Dupla Identidade direto para o cafetão Murilo, de Babilônia. 

Em entrevista para o site do jornal O Globo, ele abriu o jogo e o coração para falar, entre outras coisas, sobre a construção do atual personagem, que foi morto na última quinta-feira (13) em uma das boates usadas de cenário para a trama que ocupa o horário nobre da Globo. 

“Admiro quem consegue separar, eu atravesso a ponte, mas volto. Prefiro não levar o personagem para casa quando ele acabar, aí eu deixo no estúdio. Minha preparação é muito vendo filme em casa, o Sergio Penna (preparador de atores) vem para cá também, a Kátia Achcar, minha outra preparadora, é muito minha amiga. A gente sai para almoçar e fala sobre o personagem. Como não vou levar para casa? Acho clichê, cafona, falarem que não levam o personagem para casa. (…)Tive pouco tempo de preparação entre o Edu e Babilônia. Tinha acabado de construir o Edu com o Sergio Pena e resolvi me desconstruir com ele também. Assistimos a todos os meus últimos trabalhos e procurei me limpar de tudo que havia feito. Construí o Murilo no impulso, no calor. Edu era frio, calculista”, contou ele para o veículo. 

Mesmo sendo fortemente elogiado por sua atuação e achando que o destino escolhido para Murilo foi "perfeito", Gagliasso revelou que, por realmente se entregar às cenas, inclusive as mais fortes, acaba passando mal depois de gravações pesadas, chegando até a cair no choro. 

"Nas cenas pesadas passo mal, choro, não existe botão para desligar. Sofro até parar e pensar em outra coisa. E não me faz mal isso, é o meu processo. Não fiquei maluco por causa disso, não machuquei ninguém, não matei ninguém, não usei droga por causa disso", disse o ator, tranquilizando a todos, porém, com relação a esses momentos, além de afirmar que não se importa em engordar, por exemplo, para um trabalho. 

"Quero fazer um transexual, gêmeos, tudo o que não fiz. O ser humano é complexo, variado. (…) O dia em que deixar de sentir tesão pela profissão deixo de ser ator. Além do trabalho, sinto tesão em estar com meus cachorros, pensar no projeto do meu rancho, viajar, andar de moto…”, falou o bonitão. 

Com vários trabalhos na teledramaturgia brasileira, Bruno não se esquece do início de sua carreira, e relembra com carinho e muita alegria de seus primeiros papéis, como o Rodrigo, que interpretou em Chiquititas, no ano de 2000. 

"Eu me achava péssimo ator. Eu não entendia o ofício, tinha 17 anos. Fiz curso profissionalizante de teatro dos 14 aos 17, me chamaram para fazer um teste e passei. Foi uma fase de descoberta. Fui morar sozinho, mas não tinha maturidade", contou ele, que, logo depois da novelinha infantil de sucesso, emendou a entrada no elenco de As Filhas da Mãe, de 2001, mas foi só em 2003 que realizou um de seus trabalhos mais marcantes.

“O Inácio, de Celebridade, foi o meu primeiro grande encontro profissional. Eu ficava catatônico em cena, e minha mãe me chamava de assassino. Para aquele personagem, eu fiquei estudando de segunda a sexta, quatro horas por dia, por três meses. E durante a novela também. Eu não tive vida social naquele período. Tenho o maior orgulho disso. Ali entendi o ofício e passei a respeitar muito mais a profissão”, falou na ocasião. 

Além de possuir o dom artístico, Bruno também é bem conhecido, principalmente entre as fãs, por sua beleza, que fica ainda mais ressaltada com seus belos olhos azuis. Mesmo com mais esta "fama", porém, o ator não liga muito para o título de galã, e se preocupa mais consigo mesmo do que com a opinião dos outros na hora de compor um personagem.

"Beleza não me preocupa e nem sei se atrapalhou ou ajudou. Nunca pensei em fazer um personagem para provar algo. Não é uma questão se escrevem que sou galã. Não tenho que dizer se sou ou não. Não me incomodo", disse ele sobre o assunto. 

Deixando a vida profissional de lado, o ator também fica completamente derretido ao falar sobre a esposa, a também atriz Giovanna Ewbank, com quem, recentemente, protagonizou um ensaio bem sensual e ousado, além de levarem o romance para a ficção em uma das cenas de Babilônia.

"A gente queria ter umas fotos nossas, pintou o convite e topamos. Há várias maneiras piores de se expor. Temos ótima relação com nossos corpos. Nunca fui tímido. Você não precisa tirar a roupa para se expor, pode ser expor muito mais com palavras”, contou o bonitão sobre a sessão de fotos com a mulher, antes de revelar que, mesmo com toda a pressão para terem um herdeiro, aprendeu, ao longo da vida, a não ter pressa.

"Vou fazer seis anos de casado em março, e estamos juntos há sete. Mas a pressão dos outros para termos filho é muito maior do que a nossa. Filho vem na hora certa. Acredito em sincronicidade, tenho até essa palavra tatuada no braço. Eu, hoje, aprendi a não ter pressa", finalizou Bruno, que pretende viajar para Nova York e Londres depois de gravar o último capítulo da trama, mas já está curtindo alguns dias de descanso em Fernando de Noronha, um de seus destinos preferidos para viagens. 

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