Caco Ciocler muda visual radicalmente para filme Boni Bonita
Por Redação - 27/10/17 às 15:20
Após participação na novela Deus Salve o Rei, Caco Ciocler mostrou que sua carreira não para nem por um segundo. O ator retirou os apliques dos cabelos que usou na trama da Rede Globo, que deve estrear em janeiro de 2018, para voltar a atuar no papel de Roger, no filme Boni Bonita.
E por que voltar a atuar? Porque o diretor do longa-metragem, produzido pela Nimboo's, em co-produção com a Urano Films e a Werner Cine, teve a ideia de fazer com que a vida dos personagens evoluísse conforme a vida dos atores na realidade, ou seja, rodou a primeira parte em 2016 e se prepara para a segunda fase agora em 2017.
Tal formato agradou bastante o ator principal. “Me encantou essa oportunidade de fazer o filme em diferentes fases da vida dos personagens e da vida dos atores também. Eu acho que a gente muda muito rápido, pois tem experiências muito radicais. Da primeira fase que eu filmei, até agora, eu já fiz duas novelas, duas peças, escrevi um livro, então eu sou outra pessoa e isso, com certeza, vai influenciar no personagem, pois eu já sou outro ator. E poder aproveitar isso também para curvatura do personagem é algo muito bacana. O Roger é uma outra pessoa nesta segunda fase, assim como eu, então vai ser muito legal. Uma pena a segunda estar grudada na terceira, seria interessante fazer cada fase da vida bem distanciada, mas não vai ser possível. Entretanto, eu acho um ‘achado’ do diretor ter pensado nisso, porque eu envelheci um ano, a barba é outra, cabelo é outro, a pele é outra”, disse em conversa com o OFuxico.
Durante o procedimento, Caco revelou que um fator que o deixou bem entusiasmado para entrar no projeto foi o fato de ter uma equipe jovem por trás disso, que, segundo ele, “faz o cinema ter o tratamento artístico de volta”.
“No Brasil, a gente não faz tanto filme assim, então, eu sinto que eu e meus colegas temos pré-disposição para aceitar projetos interessantes no cinema, assim como este. Para mim, esse é interessante pois é o primeiro filme dessa equipe jovem e isso sempre me encantou, essa coisa de participar dos primeiros filmes de alguém, é uma coisa que eu adoro. Tem uma paixão muito bonita de estar compartilhando, adoro filmes de baixo orçamento, filme de galera, eu gosto desse olhar dos primeiros filmes, faz o cinema ter um tratamento artístico de volta”, revelou.
Outra curiosidade que retrata essa evolução no tempo é que a primeira parte do filme foi rodado em película e agora será digital. “É muito mais artesanal, muito mais arriscado o trabalho (com película), você tem muito menos controle e é muito legal isso no cinema”.
Caco Ciocler ainda fez questão de elogiar o roteiro da trama, que não traz a obviedade que muito filmes brasileiros pecam em utilizar. “O roteiro é muito bom! É um filme de relação interpessoal, mas onde as coisas não são escritas com obviedade, que é algo que pecamos muito por aqui. Queremos explicar muito as coisas na fala. E, neste projeto, é um filme muito maduro neste sentido, não tem essa necessidade, quase infantil, de tudo ser dito na fala, nos diálogos, isso é muito bonito”, contou.
O longa-metragem conta a história de Beatriz, uma garota de 16 anos, que vai morar com o pai ausente no Brasil, após a morte de sua mãe. Durante um show, ela fica encantada por Roger, um vocalista de uma banda de 30 e poucos anos, que luta contra o fantasma de seu avô, que fez bastante sucesso na música. E Caco falou um pouco sobre essa experiência.
“Não dá para falar do Roger sem falar da relação dele, que tem um amor não-óbvio, com essa fã. O Roger vai se revelando mais fraco conforme o filme vai passando, é meio que uma desconstrução dele, porque ele começa como um ídolo dessa menina, mas no final acaba bem pior que isso. É um anti-herói, já que ele vai revelando suas fraquezas”, disse.
Sobre a mudança de visual, Caco contou que isso até facilita na hora da interpretação, pois entra no que ele chama de “brincadeira do faz de conta” do cinema. “A nossa profissão é uma grande brincadeira de faz de conta. Porém, ao mesmo tempo, no cinema, tudo joga contra ao “faz de conta”. É tudo falso, as locações são falsas, é tudo técnico, algo que é bem diferente do teatro que feito tudo ser interrupção. Então, tudo que ajuda nessa brincadeira, é bem-vindo. O figurino te tira do teu cotidiano, a mudança de visual, então é mais fácil entrar nessa brincadeira. Para mim, é muito mais difícil fazer um personagem mais próximo da minha realidade, então eu gosto dessas transformações físicas”, finalizou.
Além de Caco, o longa-metragem, de direção de Daniel Barosa, conta com a atriz argentina Ailín Salas e Ghilherme Lobo no elenco principal, da distribuição será feita pela O2 Play e tem estreia prevista para o ano de 2018.
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