Camila Pitanga celebra vitória no TRE: ‘A Justiça está fazendo seu papel’
Por Raphael Araujo - 04/09/21 às 17:15
Camila Pitanga é uma das artistas mais talentosas e queridas de sua geração, além de estar frequentemente se posicionando e comentando sobre assuntos da sociedade por meio de suas redes sociais.
Porém, isso chamou a atenção do Ministério Público Eleitoral (MPE) do Rio de Janeiro, que entrou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a acusando de boca de urna por declarar seu voto em Benedita da Silva (PT), sua madrasta, para prefeita da cidade nas eleições de 2020.
Felizmente, ela foi vitoriosa no processo, com o resultado sendo oficializado na última terça-feira, 31 de agosto, com o TER a absolvendo por unanimidade dos votos, e em entrevista ao site F5, Camila Pitanga celebrou o fato.
“Eu não vejo esse processo de outra forma que não uma maneira de silenciamento. A Justiça Eleitoral tem regras, e eu não infringi nada. Qualquer cidadão tem o direito de poder exercer a sua voz, tem o direito de falar da sua escolha política, seja nas redes sociais ou em uma entrevista”, disse ela.
“Acho que essa sentença é exemplar ao mostrar que a Justiça está fazendo o seu papel de delimitar, de não entrar neste campo golpista, de delírio, que não respeita a liberdade de expressão das pessoas, a liberdade de pensamento. Você não pode odiar uma pessoa porque ela pensa diferente de você”, afirmou.
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“Tem coisas tão mais graves de pessoas disseminando mentiras, fake news. Isso precisa ser eliminado da nossa prática social. Isso sim precisa ser combatido. Agora a pessoa emitir uma opinião afetiva, porque ainda tem isso, a dimensão do afeto que eu tenho com a Benedita obviamente. E eu não posso falar disso?”
“Mais do que nunca, a gente não deve se intimidar. A gente tem que confiar na Justiça, no rito democrático, no rito da lei, para coibir esse tipo de delírio, de obscurantismo”, concluiu Camila Pitanga.
ENTENDA O CASO
Tudo começou quando Camila Pitanga anunciou seu voto nas eleições municipais do Rio de Janeiro, quando ela publicou no Instagram uma foto de Benedita e do seu pai, Antonio Pitanga, e escreveu na legenda que votaria nela.
“Minha madrasta, amiga, família, mulher e cidadã que trabalha e pretende trabalhar ainda mais para que o Rio de Janeiro volte a ser uma cidade maravilhosa”, escreveu.
Após a repercussão, o MPE-RJ afirmou que a atriz teve como objetivo angariar votos para a candidata. A Promotoria sugeriu a suspensão condicional do processo desde que Camila pagasse R$ 64 mil por dano moral coletivo, deixasse o Instagram enquanto o processo estivesse paralisado e ficasse proibida de deixar o Rio sem autorização da Justiça Eleitoral.
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Lofo de cara, a 211ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro rejeitou a abertura de ação penal eleitoral. O MPE-RJ entrou com recurso, que foi rejeitado na terça-feira, 31 de agosto, pela relatora, a desembargadora Alessandra Bilac Pinto, que votou por absolver sumariamente a atriz, e foi acompanhada por todos os demais integrantes do TRE-RJ.
O tribunal ponderou que “declaração de voto em rede social é manifestação da liberdade de pensamento e não constitui propaganda eleitoral quando não ficar configurada panfletagem ou impulsionamento”.
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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.