Camila Pitanga opina sobre feminismo, sexo, assédio e amor

Por - 11/06/18 às 08:00

Reprodução/Instagram

Camila Pitanga está cada vez mais interada nas causas sociais e vem sempre pregando e buscando um mundo melhor para as mulheres. Não é à toa que ela é tão elogiada, não só como atriz, mas por seus pensamentos e ideais. 

A musa foi convidada para bater um papo muito legal com a revista Cosmopolitan, onde conversou sobre feminismo, sexo e vida. Ela também mostrou a grande importância de querer dar um bom exemplo para as filhas, Antônia, de dez anos, e Maria Luiza, de 19, que é filha de consideração. 

Não há como pensar no feminismo hoje sem falar de feminismo negro. Como lida com isso no dia a dia? 

Na juventude, caí no caminho clássico de achar que a responsabilidade sobre a loucura do outro é nossa. Quando falo isso, me refiro a abuso e assédios. Tentava me vestir de uma maneira que me protegesse e tinha uma postura mais séria, porque achava que era responsabilidade minha se o outro estava abusando, sendo indelicado. Quando surgiu a campanha Meu Primeiro Assédio, foi muito revelador. Caíram fichas de coisas muito triviais. Nesse sentido, o feminismo negro é uma das fichas recentes na minha vida. Estou estudando, buscando o entendimento. 

 

Você sempre entendeu que é uma mulher negra? 

Sim, mas sempre fui protegida. Uma mulher negra da periferia vive outra realidade. Sou filha de artistas e estou em um meio diferenciado do que grande parte das mulheres negras vive. Não dá para comparar, mas dá para pensar. Entender a pluralidade do feminismo. Entendi que o buraco é mais embaixo. 

 

Como você leva o feminismo para a sua vida prática? 

São várias esferas. Uma é você ter respeito por si, por sua liberdade e seus direitos. Outra é exercer a sororidade. Tenho feito reuniões em casa para que nós, mulheres, possamos nos escutar, conversar e pensar sobre o que é ser mulher. Falar sobre o que queremos desconstruir, o que queremos negar. O feminismo não é contra alguém, é a favor. Entender isso é importante. Ele é a favor da igualdade dos direitos e de uma nova harmonização que vai fazer bem para os homens também. Dar a mão para o feminismo, para mim, é isso. É estabelecer novos paradigmas e novos limties, mas muito mais no sentido de ser a favor de um bem comum do que ser contra alguma coisa. 

 

Falamos cada vez mais sobre como sexo é importante para a mulher. Você conseguiu entender a importância de saber dizer "gosto disso, não gosto daquilo"? 

É fundamental. A mulher tem que gozar, sentir prazer, se conhecer. Precisamos quebrar tabus com nosso corpo, porque isso é descobrir a alegria, a simplicidade de você ter prazer.

Tenho 40 anos, o tempo é um bom amigo. Ele nos deixa mais íntegras com nossos desejos e faz com que respeitemos mais nossos limites. Mas é óbvio que ainda piso em casca de banana. São tabus que temos e nem sabemos. Não vou dizer que conquistei essa liberdade toda, mas tenho prazer, gosto de sexo, acho importante. 

 

Qual é a característica que mais admira em um homem? 

Tesão. Tem de ter tesão pela vida, pelo trabalho e pelo sexo. Ter entusiasmo. 

 

Você está amando? 

Estou amando a vida. Não uma pessoa exatamente. 

 

O que é amor para você? 

Ah, só isso né? 'O que é amor'. O amor é o que conecta as pessoas. Ele pode transbordar em paixão e pode ser perenidade também. O amor depende do momento da vida de alguém. Mas é uma força de conexão. 

 

O que é mais perto de felicidade para você hoje? 

Ver as realizações das minhas filhas. Isso é um superalimento para mim. Gosto ainda de ver o tesão do meu pai pela vida. Dançar, estar com os amigos, mergulhar no mar, ir ao cinema e ao teatro, sentir o tempo que entra e atravessa você, são coisas que me trazem um estado de felicidade. A felicidade são lampejos. Você sente. 

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