Liniker detalha começo de amizade difícil com Linn da Quebrada
Por Redação - 29/06/22 às 15:30
Liniker foi a convidada escolhida pelo podcast “PodPah” para celebrar o Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+ nesta última terça-feira, 28 de junho. Em um papo descontraído, a cantora refletiu sobre sua vida e carreira e chamou atenção para vários tópicos importantes.
A artista teve um passado muito difícil: “Meu maior sonho era sobreviver. Tinha muito medo de não conseguir, de ter que voltar. Sofri muito e sabia que se eu contasse para minha mãe ela ia me buscar e eu teria voltado para Araraquara. Só que meu sonho era muito maior [que as dificuldades]. Além do meu sonho era sobreviver, era também me formar como atriz. Sempre quis fazer cinema, sempre quis ser profissional de teatro, só que foi muito lindo como a música foi minha parceira. Tanto é que cheguei em Santo André com um violão.
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“Muitas vezes na minha formação, a gente queria fazer uma cena com música e eu estava sempre propondo alguma coisa. Aí, de repente, para sobreviver, eu decidi ‘passar o chapéu’ em São Paulo. Tinha um bar na praça Roosevelt que eu tocava de domingo passando o chapéu com outro cara, o Jeferson, que era da minha turma. Já tocava as minhas músicas e fazendo outras versões e era o meu dinheiro da semana às vezes. Em um dia bom eu tirava 20 reais. Acho que o máximo foi 40 [reais~]. E eu dividia sempre o o Jeferson, o que é justo é justo. E isso não é 2002, foi em 2014, 2015”, complementou.
ENTRADA NO MUNDO DA MÚSICA
Liniker sempre soube que pertencia ao mundo artístico, mas não sabia muito bem em qual nicho iria se encontrar: “Eu queria ser alguma coisa relacionada à arte. Minha família é de sambistas, pagode. Minha mãe sempre teve uma relação com a dança. Em Araraquara tem um baile chamado “Baile do Carmo”, criado de pretos para pretos. E a minha família envolvida nisso a vida inteira. Eu cresci nesse lugar de contexto cultural de chegar nos lugares e tomar conta, na música, na dança, na feijoada. Minha mãe me criou sozinha, então muitas vezes eu ficava com alguém ou minha mãe tinha que me levar. E nessas vezes que minha mãe me levava eu ficava curiosa, era sempre muito curiosa, e acho que isso me possibilitou ser mais à frente sobre a arte principalmente e sobre me ver artista”.
“Eu demorei para assumir [que eu era cantora]. Eu tinha vergonha. Achava que, se eu começasse a cantar, eu ia ser exigida a cantar nos churrascos da minha família. Por mais para fora que eu sempre fui, também sempre fui muito tímida. E na minha família sempre teve essa coisa de “vai, canta, mostra!”. Eu tinha medo nesse lugar. Mas aí essa coisa foi se dissipando. Teve esse momento de me apresentar para a minha família. No meu aniversário de oito anos que o tema era Tarzan inclusive, e aí tem uma foto minha dançando ‘É o Tchan no Egito’ e uma roda todo mundo me olhando”, continuou.
“Eu fui uma criança que cresci no interior e tive essa referência no Baile do Carmo. Araraquara é uma cidade onde se escuta diversos gêneros musicais e eu ali especificamente eu fui englobada dentro do universo da minha cultura preta. Foi no Baile do Carmo que eu fui saber o que era charme, rap, R&B, soul, o que era Djavan. Djavan é um ritmo musical, então acho que isso me deu um pouco de noção até para o que eu faço hoje. É muito baseado no que a minha família me passou”, disse.
AMIZADE COM LINN DA QUEBRADA
O Brasil ficou sabendo da linda história de amizade de Liniker com Linn da Quebrada após a passagem da ex-BBB 22 pela casa mais vigiada do Brasil. A cantora contou para os apresentadores do podcast que o início dessa parceria vem de muito tempo.
“Quando eu cheguei em Santo André sozinha com 18 anos, 150 reais na bolsa, um violão nas costas e uma mala de roupas. Cheguei no dia 2 de fevereiro de 2014. Eu ia passar só duas semanas porque depois eu ia para o processo seletivo da escola [de teatro]. Eu vim, passei, liguei para a minha mãe e falei que ia passar o primeiro mês lá e abril eu voltava para Araraquara na Páscoa e vemos o que fazer, mas eu vou morar aqui. Lembro que minha mãe ficou muito feliz e ao mesmo tempo muito preocupada”, começou a explicar.
“Nessa época de Santo André quem eu encontro? Lina! Moramos juntas porque Lina era do terceiro ano dessa escola, e eu vou morar na casa da Lina. Tinha um menino de Araraquara chamado Igor que já morava em Santo André e me disse que morava numa casa e disse que eu podia ficar lá. Aí fui, cheguei, Lina não estava lá, acho que estava no Rio. Aí conheci as pessoas, todo mundo me ajudou para o teste, a ensaiar os textos, todo mundo era da escola de teatro, era ator ou atriz e estavam ali tentando sobreviver. Aí a Lina chega no final dessa semana, eu abro a porta para ela e falo ‘Oi, eu sou a Liniker’. Foi nosso primeiro encontro. No começo ela demorou para entender que me amava. Eu a amei de cara porque eu sabia dela antes dela chegar [na casa]. O povo já me falava dela, explicava quem era ela. Tanto que quando eu vou abrir a porta para ela eu já abro com intimidade”, contou.
“A gente morava em nove pessoas e ela [Lina] tinha quarto sozinha. Como ela já morava lá há dois anos, as pessoas foram saindo e ela ficou com um quarto só para ela. Eu cheguei e fui dividir quarto com ela. Às vezes ela me deixava dormir no quarto e às vezes eu dormia na sala [risos]. Moramos juntas um ano e meio”, finalizou.
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