Carminha consagra-se como uma das vilãs mais perversas da tevê

Por - 24/07/12 às 12:30

Foto-Montagem

Avenida Brasil vai entrar para a história das telenovelas brasileiras com uma das vilãs mais assustadoras da telinha. Na última semana, as maldades de Carminha, interpretada com maestria pela atriz Adriana Esteves, fizeram os telespectadores roerem as unhas, num suspense misturado com terror, obtendo invejáveis índices de audiência.

Carminha descobriu que sua dedicada cozinheira Nina (Débora Falabella) , que se transformou até em sua confidente, é, na verdade, Rita, a garota que, no passado, ela abandonou num lixão e agora tenta se vingar, inclusive se transformando numa alma impiedosa. A mulher do jogador Tufão (Murilo Benício) dopou e enterrou Rita numa cova e ainda ameaçou matá-la. Mas outras perversidades estão no currículo de Carminha.

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Maltratar crianças é uma de suas especialidades. Sua filha Ágata (Ana Karolina) vive sendo humilhada por ser gordinha, insegura e desajeitada. Para a família e a comunidade, Carminha é dissimulada, fingindo ser uma mãe de família, defensora da moral e dos bons costumes, mas entre quatro paredes trai o marido com Max (Marcello Novaes) e tem atitudes de mau caráter.

Uma das razões do sucesso da vilã é explorar a dissimulação, o fingimento, o autoritarismo, a traição, a sonsice, a ambição desenfreada, chegando às raias da psicopatia. Carminha tem uma mente desgovernada, suas palavras são capazes de corroer como ácido, suas frases são recheadas de sarcasmo, ironia, deboche; quando atinge seus objetivos, vibra com risada triunfal, arrogância e megalomania.

Na lista de megeras do horário nobre da tevê brasileira, Carminha se consagra com todos os ingredientes de outras pestes. Em Fina Estampa, antecessora de Avenida Brasil, os telespectadores acompanharam a preconceituosa perua Teresa Cristina (Christiane Torloni), que também aprontava para humilhar a heroína Griselda (Lilia Cabral), de origem humilde, honesta e trabalhadora, até com tentativas de morte.

Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), em Senhora do Destino (2004), era uma referência para Teresa Cristina no método de empurrar suas vítimas pela escada. Problemas com a infância são algo em comum entre Carminha e Flora (Patricia Pillar),  de A Favorita (2009). O desejo doentio de enriquecer, de ser poderosa, de ganhar sempre, custe o que custa, passando por cima das pessoas, a hipocrisia, a capacidade de forjar sentimentos e armar situações para prejudicar os outros são outras características dessas pestes em forma de pessoa.

Em alguns momentos de Avenida Brasil, Carminha consegue superar pestes como Odete Roitman (Beatriz Segall) e Maria de Fátima (Glória Pires), de Vale Tudo (1988), Laura Prudente (Cláudia Abreu), de Celebridade (2003-2004), Bia Falcão (Fernanda Montenegro), de Belíssima (2005), Clara (Mariana Ximenes), de Passione (2010-2011), Maria Altiva (Eva Wilma), de A Indomada (1997), Perpétua Esteves (Joana Fomm), de Tieta (1989), entre outras mulheres diabólicas da ficção. Na vida real, o melhor a fazer é fugir da presença de pessoas assim, que destilam o ódio, o prazer sádico de levar sofrimento aos outros e a vontade obsessiva de levar vantagem.

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