Carnaval: Tudo sobre o desfile da Mocidade Alegre
Por Esther Rocha - 21/04/22 às 13:00 - Última Atualização: 20 abril 2022
3ª escola a desfilar na madrugada de sábado, dia 23 de abril para domingo, 24.
Colocação em 2020: 3º lugar – grupo Especial
Enredo: “Quelémentina, Cadê Você?”
Ficha técnica:
Fundação: 24/09/1967
Cores oficiais: vermelho e verde
Presidente: Solange Cruz Bichara Rezende
Carnavalesco: Edson Pereira
Mestre de Bateria: Mestre Sombra
Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Uilian Cesário e Karina Zamparolli
Direção de Carnaval: Junior Dentista
Direção de Harmonia: Carlos Magno
Rainha de bateria: Aline Oliveira
Intérprete: Igor Sorriso
Coreógrafo da Comissão de Frente: Jhean Allex
Famosos: Thelma Assis
O ENREDO
A Mocidade Alegre explora a figura de Clementina de Jesus numa homenagem direta. Nesse cenário, a Morada do Samba, reverencia, segundo palavras da sinopse, de joelhos a figura de uma mulher que é a cara do Brasil: preta, favelada, do samba, a voz de navalha é apresentada em verso e prosa na temática.
O enredo foi escolhido estrategicamente porque, em 2021, ano em que a pandemia se alastrou e não houve desfiles, completou-se 120 anos da sambista, que morreu em julho de 1987, aos 86 anos.
Na avenida será enfatizado o batuque que fervia na relva verde dos campos de Valença, onde ela nasceu, ritmado pelo canto das lavadeiras que entretinham o tempo e relembravam o passado ancestral de sua gente. Herança que ganharia forma na voz inconfundível daquela que, desde sempre Rainha, seria, enfim, décadas depois, coroada.
A fé, que nasceu com ela no Carambita e se fez presente em toda a sua vida, terá especial atenção. No seu espírito alegre qual uma flor, a tradição das Áfricas será lembrada, bem como os Jongos, Curimas, Pastoris, Folias de Reis, que se protegia com o poder do banzo e da mãe ganhadeira de beira de rio com devoção de rezadeira.
Negra da voz rasgada, Clementina trazia no peito a cruz para fechar o corpo e o terço protetor de Nossa Senhora da Glória. Saiu da roça para viver e ser o próprio morro, lavadeira e doméstica com orgulho . Subia e descia ladeiras, desde nova andando pelas bandas de Oswaldo Cruz e depois enroscando-se aos Pés da Mangueira, o samba na veia e a Mocidade pretende “se ajoelhar aos pés da Rainha Quelé”.
Compositores: Marcio André / Fabiano Sorriso / China Da Morada / Marquinhos Biel / Lucas Donato / Daniel Katar / Bello / Marcelo Valencia
Letra do samba enredo da Mocidade Alegre:
É lindo ver a mulher negra lutar!
Quem te vê sorrir, não há de te ver chorar!
Rainha Quelé, vem ser coroada!
Na minha, na sua, na nossa Morada!
Negra na alma e na cor
Flor de raíz africana
Batuque de jongo, Folia de Reis
Orgulho de ser Valenciana
Saiu da roça, iaiá!
Foi pra cidade
Voou com a Águia altaneira
Cercada de bambas, caiu no samba
De verde e rosa lá em Mangueira
Senhora da Glória, de tantas batalhas
A Rosa dos palcos, a voz de navalha
Na hora da sede você pensa em mim (ê, laiá!)
Não vadeia, Clementina!
Eu vou vadiar!
Foi o tombo do navio
Marinheiro só!
No balanço do mar!
Yô, yô! Yô, yô!
O seu cantar é uma prece
No altar do samba resplandece
Aonde Deus fez a morada
Emana a luz do nosso Senhor
E o Saravá de todos Orixás
Filha de Zambi!
Identidade, alma ancestral
Da negritude, retrato mestiço
De fato a voz dos escravos
Ginga, capoeira, partideira, axé!
A Mocidade se ajoelha aos seus pés!
Idealizadora do site OFuxico, em 2000 segue como CEO e Diretora de Conteúdo do site. Formada em jornalismo pela Faculdade Casper Líbero, desde os anos 1980 trabalha na área do jornalismo de entretenimento. Apaixonada por novelas, séries, reality, cinema e estilo de vida dos famosos.