Carol Dias abre o jogo: ‘Cheguei a ficar trancada em flat’

Carol Dias é referencia de corpo, beleza e saúde, mas resolveu abrir o jogo e mostrar uma outra face dessa busca excessiva pelo corpo perfeito. Recentemente, a panicat, que também faz matérias divertidas para o pânico na Band, revelou que desencadeou uma síndrome do Pânico intensa depois de entrar em uma paranóia com o corpo, chegando a desenvolver transtornos alimentares.

Em entrevista ao OFuxico, Carol revelou como tudo começou e afirmou que está totalmente disposta a ajudar outras pessoas que passam pelas mesmas coisas.

“Fiquei um bom tempo sem abri isso. Ano passado fiquei quita e não conseguia falar. Isso é  um alerta para outras meninas e para outras pessoas que podem vir a desenvolver a síndrome do pânico e não conseguem identificar isso. É uma doença mundial e acho que as pessoas tinham que dar mais atenção.

Passei o dia respondendo emails de pessoas que estão passando pela mesma experiência que eu e que começaram a me mandar mensagens desde que resolvi expor isso.

O Começo

“Tudo começou porque fiquei um pouco mais ‘cheinha’ depois das férias e comecei a ficar neurótica, achando que eu era gorda. Comecei emagrecer e sequei bem rápido.Inicialmente, tudo estava perfeito, cheguei onde eu queria,  mas depois vieram todos os sintomas que são conseqüência disso. Fazia uma dieta rigorosa, cortei grande parte dos nutrientes necessários, comecei a ter crises de choro, brigava com todo mundo da minha família. Me tornei uma pessoa insuportável, vivia por dieta, vomitava toda comida, não deixava nada ficar dentro, tomava laxantes. Tinha crise de insônia. Eu estava ficando muito doente. Comecei a emagrecer, mas achava que eu estava gorda.  A partir disso, fui me isolando cada vez mais, me irritei com o mundo, não tinha paciência para ninguém,. Cheguei a ficar isolada em flat várias vezes porque não conseguia me relacionar com ninguém, nem com minha mãe.  Cheguei a passar dias e dias trancada e não ouvia ninguém, só vozes na minha cabeça”,contou.

A Volta por Cima

“Minha irmã foi um anjo na minha vida, ela foi a melhor pessoa do mundo comigo. Me acompanhou em todos os surtos. Ia parar três, quatro vezes no hospital e ela estava sempre comigo.

Comecei a passar em um psiquiatra e foi o que me ajudou e muito. Antes achava que isso era coisa de louco, mas foi o que me ajudou. Ele conseguiu fazer com que minhas crises diminuíssem, tive que ficar a base de tarja preta. Vou até hoje no meu psiquiatra, ele me equilibrou emocionalmente.

Comecei a ter pensamento suicidas, angustia, mágoa, tristeza… Minha mãe que falou para eu ir de novo ao psiquiatra e reavaliar. A partir desse momento ele ligou as coisas e viu que tudo era stress, por causa da rotina de trabalho intensa, não tinha descanso. Ele falou para cortar a dieta, mania de magreza, os treinos e, aos poucos, fui voltando a sair com minhas amigas, comecei a me distrair. Por duas vezes tive que sair do palco do Pânico, com suspeita de pneumonia, mas não era, quando passei na minha endocrinologista, vi que meus hormônios estavam totalmente alterados, por causa de dieta exagerada, treino exagerado, cheguei a ficar com 10 de testosterona, que é um absurdo. Meu nutricionista, Rodolfo Peres, também me ajudou e foi graças a ele que fiquei com o melhor corpo que já tive.

Abri isso com a maior tranqüilidade, pois fiquei muito tempo escondendo. Estou disposta a ajudar as pessoas, a falar sobre a síndrome do pânico. Hoje eu levanto a bandeira da saúde, não importa o seu tipo de corpo, se é mais gordinho, mais magrinho, o importante é cuidar da saúde mental e também física, pois eu senti na pele o que é ser uma pessoa exagerada e que teve uma síndrome muito forte.

Eu estou muito contente de poder ajudar várias pessoas na internet, estou podendo orientar, falar mais sobre isso. Me sinto feliz de dividir isso e ajudar o próximo com minha experiência.

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