Casal gay é agredido em ataque homofóbico no 1º dia da Copa, na Rússia

Por - 15/06/18 às 10:24

Reprodução

Não demorou muito para acontecer o primeiro ataque anti-gay na Copa do Mundo na Rússia.

Mesmo antes do início da primeira partida – que incluiu as nações anti-LGBT, Rússia e Arábia Saudita -, um casal gay francês foi enviado para o hospital em São Petersburgo depois de ter sido violentamente atacado e um deles ficou gravemente ferido.

O casal foi atacado, roubado de seu dinheiro, cartões de crédito e telefones celulares. O casal viajou para a Rússia para torcer pela seleção francesa na Copa do Mundo, que começou ontem (14), .

O homem, identificado como O.Davrius, foi enviado para o hospital com sinais de lesões cerebrais e uma fratura na mandíbula.

A polícia prendeu dois suspeitos, Ismet Gaidarov e Rasul Magomedov, em conexão com o ataque, segundo a Pink News. Davrius e seu parceiro teriam sido agredidos depois que pegaram um táxi.

Organizações de fãs de futebol LGBT de todo o mundo receberam ameaças anônimas que antecederam a Copa do Mundo, levando os torcedores a temer por sua segurança no país homofóbico.

O grupo Pride in Football, por exemplo, recebeu mensagens dizendo que os fãs LGBT seriam perseguidos e mortos. Ativistas LGBTs vêm alertando os visitantes para serem cautelosos e estão criando espaços seguros para os fãs assistirem aos jogos televisionados.

Mas as ameaças continuam chegando. Unidades paramilitares formadas por membros do grupo étnico cossaco estão patrulhando alguns dos locais que hospedam os jogos, e prometeram “ajudar a polícia a impedir que gays se beijem”, relata Pink News.

Os crimes anti-LGBT aumentaram drasticamente na Rússia desde a promulgação da lei de “propaganda gay” de 2013, que essencialmente proíbe qualquer menção positiva à identidade LGBT ou apoio aos direitos de LGBT em locais acessíveis a menores.

A FIFA, entidade governamental global do futebol, foi criticada por realizar a Copa do Mundo deste ano na Rússia, por causa da lei anti-LGBT, do aumento de crimes e do encarceramento e assassinato de gays e bissexuais na república russa.

Apesar da atmosfera homofóbica no país, o comitê organizador da Copa do Mundo da Rússia assegurou aos fãs LGBT que eles e outros estarão seguros nos jogos e que exibições de orgulho, como bandeiras do arco-íris, serão permitidas. Mas o ativista britânico de direitos LGBT Peter Tatchell foi preso na quinta-feira em Moscou por protestar contra a perseguição na Chechênia.

E em quatro anos a Copa do Mundo será realizada em um país – o Catar – onde a homossexualidade é ilegal. Esperamos que todos na Rússia permaneçam seguros. Neste ponto, ninguém poderia recomendar aos fãs e atletas LGBTQ na Rússia para a Copa do Mundo fazer qualquer coisa, mas esconder de forma proativa sua orientação sexual ou identidade de gênero em público. A FIFA e o governo russo não podem protegê-lo.

Matéria original do site Empoderadxs, cedida gentilmente para OFuxico

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