Cauã Reymond: ‘Nunca me preocupei em ser bonito’

Por - 26/07/16 às 08:30

AgNews

A cada dia da semana, uma  história. Contada sob diferentes formas, possibilitando que sejam avaliadas sob diversos prismas. Até onde justiça e vingança se entrelaçam ou se divergem? Esse será o questionamento da série Justiça, de Manoela Dias, que estreia na Globo no dia 22 de agosto.

“A ideia é fazer do formato um atrativo e não uma dificuldade. A cada dia, a cada cena conjunta que une personagens das quatro tramas, o pblico vai ganhar um presente: uma mesma situação será vista por vários pontos de vista. E a cada repetição de cena, o público vai perceber algum detalhe novo”, explicou o diretor, José Luiz Villamarim.

Na noite de segunda-feira (25), elenco, direção e equipe técnica se reuniram no restaurante Rubayat, no Jóquei Clube do Rio de Janeiro, para apresentar a trama à imprensa. Num clima pra lá de amistoso, o diretor artístico e a autora destacaram a dedicação integral de todos os envolvidos.

Nessa minissérie, forma é conteúdo. A ideia do formato e a ideia das histórias nasceram juntas. O que é justo depende do ponto de vista em que vemos a questão, por isso, contar a história sob diversos pontos de vista é uma questão estrutural que explora o contedo trazendo uma nova forma narrativa, destacou Manoela Dias.

Entre as histórias, está a de Elisa, personagem de Debora Bloch. Ela vê sua filha, vivida por Marina Ruy Barbosa, ser assassinada pelo namorado.

“Não me coloco nessa situação. Eu, Debora, não consigo conceber essa ideia. Não saberia lidar com o perdão. O assassino fica preso por sete anos e ao longo esse período, a Elisa se dedica a acabar com ele, quando sair da cadeia. Ela aprende a atirar, quer fazer justiça com as próprias mãos”, contou Debora Bloch à reportagem de OFuxico.

Para a personagem, a atriz fez aulas de tiro.

Foi a primeira vez que peguei numa arma, destacou.

Outra boa história é a de Fátima, uma mulher simples vivida por Adriana Esteves. Ela é presa injustamente, também por sete anos.

“Deixo as vilãs para interpretar uma para interpretar uma mulher batalhadora, movida pela esperança. Ela sobrevive a cada dia lutando com suas próprias armas, sua ética e amor ao próximo", disse a atriz à OFuxico.

Ao lado do marido, com quem não atuava desde Kubanakan, novela exibida na Globo em 2003, Adriana comemorou, assim como ele, a dobradinha.

Eu sempre fui admirador e fã do trabalho dela. Temos um hiato de dez anos sem trabalhar juntos na TV, fizemos outras coisas fora, e é interessante porque nunca conversamos tanto sobre trabalho quanto agora. Temos uma ou duas cenas juntos, a filha da personagem dela vai trabalhar no prostíbulo do qual sou dono”, explica Vladimir.

Outra boa trama de Justiça envolve Maurício, personagem de Cauã Reymond. O ator se despe dos personagens mais jovens e interpreta um homem de cabelos ligeiramente grisalhos, camisas largas, sem o look geração saúde.

“Nunca me preocupei em ser bonito, nunca busquei isso e me cuido por uma questão de saúde. Eu me espelho no meu pai, adiro como ele está recebendo bem o passar dos anos. E desta forma, estou vibrando com essa possibilidade de interpretar um cara mais velho, um personagem que foge do meu biotipo. Da mesma forma que posso a qualquer momento voltar a fazer um mais jovem. Mas nesse momento estou mais interessado em jogar para frente”, avaliou Cauã em conversa com a reportagem de OFuxico.

O ator ainda enfatizou que a alcunha de galã não o incomoda.

A imagem de bonito não me incomoda. Se minha filha falar que estou bonito, ótimo”.

Seu personagem, Maurício, comete eutanásia na mulher que amava e por isso, é preso, ao mesmo tempo em que cultua um sentimento de vingança.

Passei por isso, meu avô ficou no hospital vivendo sob aparelhos. Lógico que sou a favor da lei, mas é duro”.

Marina Ruy Barbosa, cuja personagem que morre assassinada, destacou a inovação da série.

Acho que todo ator quer desafios. Quer fazer coisas diferentes. Ter essa oportunidade depois de Totalmente Demais é muito bacana, é um outro tipo de trabalho. Minhas cenas foram bem fortes. É a terceira vez que morro em cena”, disse.

Jesuíta Babosa, que vive o namorado assassino, não poupou seu personagem.

“Eu não consigo defende-lo. Ele precisava pagar por um crime que ele cometeu. É como se o perdão para ele fosse totalmente inalcançável”.

Leandra Leal, Julia Dalavia, Marjorie Estiano Enrique Diaz, Angelo Antonio, Luisa Arraes, Jessica Ellen, entre outros, também estiveram no lançamento da série.

Com estreia programada para 22 de agosto, um dia após o término dos Jogos Olímpicos do Rio, Justiça promete levar o telespectador a reflexões inesperadas.

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