CCXP Worlds 21: Maurício de Sousa e Jim Davis entrevistam um ao outro

A CCXP Worlds 21 ficou marcada por momentos extremamente memoráveis, e um deles com certeza foi a entrevista que Maurício de Sousa e Jim Davis, criador do Garfield, fizeram um com o outro a acerca de seus personagens.

Maurício foi quem começou perguntando, e questionou se o colega de profissão participa ativamente do processo criativo das tirinhas do gato mais conhecido e adorado de todo o mundo, e Davis aproveitou para relembrar o encontro que eles tiveram anos atrás.

“Estou radiante do jantar que tivemos juntos anos trás, a minha passada ´por ai no seu escritório, você é muito legal”, declarou ele. “Eu trabalho com maioria da minha equipe há 30 anos, acredite se quiser, então eu confio em todo mundo que coloca as mãos nesse projeto”, garantiu.

Eu trabalho com pessoas de diversos locais dos estados unidos, e elas conhecem o Garfield tanto quanto eu, ou até mais, então é muito prazeroso e tranquilo, sei que o personagem está em boas mãos”.

Sobre a produção das tirinhas, ele detalhou: “Eu faço os roteiros e alguns esboços, e então outra pessoa cuida da arte final, das linhas azuis, e vou acompanhando cada etapa, inclusive a te enviar à para os jornais parceiros”.

INSPIRAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS

Ainda, Jim Davis garantiu que: “Fazer os quadrinhos do Garfield me faz levantar d acama todas as manhãs”.

“Engraçado que ele tem mais de 40 anos, então o público e a época mudam frequentemente, e eu preciso sempre adaptar o humor das tirinhas para cada momento que estamos”.

Por isso evito fazer comentários políticos e sociais, mas em momentos que o Garfield faz uma bela reflexão, principalmente do dia a dia ou de algo muito grande, como a pandemia, não deixo escapar, pois acho muito importante”.

Sobre a origem do nome, ele revelou: “Garfield era o nome do meu avô, James Garfield Davis, que era um cara grande e rabugento, mas nos olhos denunciava diversos sentimentos, e era um cara muito legal.

Mas o Garfield é inspirado em diversas pessoas que conheci no decorrer da vida. Costumo colocar nome de familiares nos personagens, mas o Garfield não foi exatamente o mesmo caso”.

FALAS DE MAURÍCIO

Na hora da troca, Jim Davis começou questionado se escrever a Mônica ficou mais fácil ou mais difícil, e Maurício foi bem enfático na reposta: “Escrever a Mônica foi ficando mais fácil, minha equipe aumentou, foi ficando melhor, ai tenho tempo de criar mais coisa, mais projetos”.

Sobre qual seção de sua criação ele mais curte trabalhar, o brasileiro revelou: “Sem sombra de dúvidas os projetos sociais, que permitem um contato meu com um público diversificado, é uma beleza estar falando com a sociedade”.

Finalizando suas perguntas, Jim Davis então perguntou a Maurício de Sousa como ele enxerga as histórias em quadrinhos no futuro, e se ele acredita que ainda existirão jornais no futuro.

Espero que sim, mas se não houver, sempre haverá uma superfície para o artista falar alguma coisa com a arte, com desenhos, pinturas, vai haver sempre, nem que seja uma pedra roliça e um cinzel para sabermos o que tivermos de bom nas artes pós históricas”.

Jim então se despediu: “Foi muito bom conversar com você Maurício, adorei conhecer mais sobre seus personagens”. “Igualmente Jim, adorei conversar com você, mesmo que virtual, que possamos nos ver presencialmente em breve, adoro falar com você”, concluiu Maurício de Sousa.

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