CCXP24: Alice Braga revela conexão de ‘Ainda Estou Aqui’ com a luta indígena
Por Raphael Araujo - 06/12/24 às 16:35
Nesta sexta-feira, 06 de dezembro, Alice Braga realizou uma coletiva de imprensa na CCXP24, na qual comentou sobre a audiometria da audible “YAWARA”.
“Foi um projeto que surgiu em um jantar na qual slide de uma elayorio esquecido na caixa de um museu. Curiosa sobre ele, e já próxima da causa indígena, sabendo do relatório Figueiredo, tive desejo que as pessoas usassem disso para falar mais da questão indígena no Brasil e os impactos da ditadura militar na comunidade. […] Foi uma imersoa pessoal minha dr descobrir mais, não só como pessoa, a uma causa na qual tenho respeito, mas também fazer as pessoas descobrirem mais sobre o assunto por meio da nossa voz”, revelou a atriz sobre o que a admirou no YAWARA e falando do relatório Figueiredo.
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A professora Daiara Tukano, que também estava presente, comentou: “Estamos em um momento especial a olhar para essa questão e recuperar a memória da comunidade indígena na ditadura brasileira. Além da invisibilizacao naquela época, há uma também atualmente”.
“Atualmente no país, se debate se houve tentativa de golpe ou não, outros se mostram saudosistas há um período em que 8 mil indígenas foram assassinados, conforme aponta esse relatório que a Alice descreveu, e que foi escondido e voltou a aparecer após a Comissão da Verdade, que estuda os casos de tortura da Dutadura Militar. […] Os 8 mil assassinados são dos 6 povos contados, mas temos 351 no Brasil, mostrando o choque do que não foi contabilizado”, completou ela, em suma.
Relação de Daiara com Eunice Paiva
Falando do cinema nacional, Alice revelou: “O ‘Ainda Estou Aqui’, esse grande filme brasileiro, fala de Eunice, que tem relação direta com a família da Daiara”.
“Nasci em 1982 em meio ao início da luta pelos direitos indígenas, meu pai estava ativo nessa luta. Nas assembleias, Eunice participava da luta e da comissão do Índio. Quando nasci, não se registrava nomes indígenas, mas Eunice como advogada, assinou para que eu pudesse ser registrada”, afirmou ela, em suma.
“Ela foi nossa advogada nesse período sombrio, mas também permitiu que um bebê tivesse seu nome. Nossa cultura é luta atravessa gerações e eu admiro demais essa mulher”, completou Daiara, em suma.
Aliás, Alice Braga reforcou a importância em se estudar história: “Eu recomendo que todo mundo estude história exatamente para não repetir os erros do passado. Jamais podemos esquecer o que aconteceu, e só ligar o jornal já nos deparamos com esse fato. Sem entrar em detalhes, mas a prova está aí, algo atual remetendo ao passado”.
Cultura como motor de mudança
No decorrer da coletiva, as duas ressaltaram a importância da arte e da cultura para dar viz a histórias apagadas com o tempo: “Eu espero que a gente faça mais filmes, gere mais empregos, ontem mais histórias…” afirmou Alice Bragas, em síntese.
“Temos que celebrar o cinema, nossa arte, mas também celebrar nossa história, relembrar, podermos caminhar para ter mais respeito, mais afeto. […] quero que as pessoas escutem o YAWARA por ser uma história oculta, escondida. Desejo de criar projetos assim, é que cada um de um a um possa transformar a sociedade”, disse.
“O futuro é indígena, pois sem eles a gente não existe, e precisamos ressaltar isso”, refrcou ela em seguida. “Essa iniciativa de por meio do YAWARA se comunicar com os jovens, com a comunidade, é dar valor a essa história”, complementou Daiara, que desabafou sobre a luta indígena.
Conexão com a juventude
“Através da cultura, podemos nos coenvate xom jovens. Filmes, projetos culturais, podem ajudar a suprir essa falta de interesse, e assim nos comunicar. Tenho muita esperança nessa nova geração, vejo uma evolução em sensualidade e sexualidade que me deixa animada. […] O desejo do YAWARA era também se comunicar com esse público, e se um grupo já escutasse, eu ficaria feliz. Trm que tentar fazer acontecer, só assim para duncionar”, Alice Braga declarou.
“Esse papo que a atual geração só fica presa nos 30 segundos dos tiktok é limitador, pois toda a cultura pop é fantástica. A Marvel fala de luta de minorias, de nazismo. Como criadores, temos que focar nisso e não podemos diminuir a capacidade intelectual da juventude. Crianças são capazes de entender essas complexidades. [] Meus heróis são minhas lideranças. Estamos vivendo uma realidade onde a violência, a resistência, o amor, também são fantásticos, e nós fazem seguir em frente. Se não acreditassemos na nossa história, não teríamos força pata lutar adiante”, lembrou Daiara posteriormente.
Reconhecimento da luta
“Quando a gente nasce no buraco, falando enquanto povo indígena, a gente vê lá em cima a superficialidade da visão do outro sobre nós. Ontem a FUNAI fez aniversário, mas o relatório Figueiredo foi feito pelo órgão de proteção ao Índio anterior à ela. Só que faziam o contrário, inclusive criando campos de concentração que testavam técnicas de tortura nos DOPS”, descreveu a professora.
“[…] Olha o quanto a gente andou, temos pela primeira vez na história um Ministério da causa indígena, finalmente um respeito e proteção de fato da nossa história. Inclusive, atualmente toda a presidência da FUNAI é indígena, o que me arrepia”, contou ela.
“Eles criaram campos de concentração para enfrentar quem não queria se render ao que chamavam de integração nacional, falando que éramos contra o país por não apagar nossa cultura. […] Estudiosos afirmam que as culturas e territórios indígenas mantém 82% da biodiversidade brasileira, então fica uma contribuição fundamental da nossa cultura”, afirmou Daiara.
“A gente tá falando do passado, mas também do agora. É necessário estar atento a tudo que acontece no mundo. As mudanças climáticas vão chegar, já começaram, e não adianta achar que está longe”, lembrou Braga.
“Memória é sentimento. Aquilo que acreditamos ser, são baseados nos nossos sentimentos. A grande capacidade da arte é justamente se conectar através do sentimento, da empatia, da identificação, pata que possamos cada vez mais abraçar a realidade do outro. Somos distintos, temos corpos e línguas diversos, então é fundamental”, concluiu Daiara, por fim.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.