CCXP25: ‘Fazer um perdedor é muito difícil’, diz Allan Sousa Lima

O Prime Vídeo teve um painel focado em suas produções nacionais, a começar pela segunda temporada de “Cangaço Novo”, que teve a presença dos atores Alice de Carvalho, Thainá Duarte, Allan Souza Lima e Xamã.

Allan de cara falou da representação do cangaço na série: “Existe uma dialética, uma dualidade muito grande quando a gente fala de cangaço. Ao mesmo tempo, quando a gente fala desse trabalho, existe muita amor, e eu falo muito por mim também. O processo de entrega é muito grande. É muito difícil a gente ficar muito tempo longe de casa. Isso, naturalmente, reflete diretamente ao nosso trabalho, ao nosso personagem, à nossa criação”.

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“Então, quando a gente fala de amor, a gente fala de ódio. E eu acho que esse trabalho reflete muito realmente o que a gente viveu. Fomos grandes irmãos ali, muitas vezes fora desse trabalho. Muita gente sabe quando acompanhou na primeira temporada. E eu acho que são grandes reflexos para chegar nesse gran finale, nessa entrega desses personagens. E óbvio que a questão geográfica, a relação do tempo, o espaço, a relação da forma como a gente criou, a preparação, a entrega. […] Talvez seja um pouco mais violenta do que a segunda, eu acho. Do que a primeira”, completou em seguida.

Se misturando com o personagem

Aliás, Allan Souza Lima falou do drama de seu protagonista: “No início da primeira temporada, você fazer um personagem perdedor é muito difícil. Esse foi um grande conflito que eu tinha no início, de que você não faz nada. Você não fazia nada, ele fazia muita coisa. E esse silêncio foi me atormentando durante muito tempo. Eu acabei me confrontando com ele na vida pessoal”.

“Você se deparar com essa criança, essa relação entre personagem e ator. E aí quando você se intera com isso, você começa a entender o processo de transformação. […] isso vai refletir em você. Pra mim, não teve como. Me atravessou. Mas, ao mesmo tempo, você entende que ele tem uma transitória. Todo personagem, de uma certa forma, ele vai mexer com você. E ele vai te transformar, de uma forma ou de outra, independente se tenha dor ou não”, disse posteriormente.

“Hoje, eu tive a graciosidade, no final da temporada, dessa transformação do personagens. Um personagem que me relaciono muito. E consegui me encontrar no final com ele. […] Tem uma cena final, óbvio que eu não vou dar spoiler, onde a gente tenta encontrar um lugar de afeto. Foi a primeira vez que eu senti a necessidade de sorrir com o personagem. E aquele dia foi o dia que realmente eu me emocionei. Foi bom, acho que eu consegui me transformar com ele”, concluiu o astro.

Xamã muito feliz em participar

Xamã então revelou: “Quando eu comecei a fazer ‘Renascer, uma história com a Alice, e aí eu vi ‘Cangaço Novo’, falei que era a melhor série que eu já vi na vida. Falava muito pra ela arrumarum espaço para mim no elenco. E aí, eu tive a oportunidade de fazer o Cangaço Novo, e foi sensacional”.

“O fato da gente estudar também com as pessoas que tinham as armas, e como a gente tinha que se comportar como o personagem… o meu é ex-militar, então foi uma coisa muito sonho pra mim.[…] É o meu primeiro projeto de audiovisual que eu consigo fazer uma cena de ação mais intensa, a preparação também foi muito incrível”, garantiu o rapper.

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Alice e a raiva

Alice de Carvalho comentou em seguida a preparação para o papel: “De uns anos para cá, conheci a atriz Fátima Toledo. E o método da vida energética dela foi uma coisa revolucionária da minha vida. Fui tratada por tanto amor para os jovens, amor, cuidado, carinho nessa descoberta da personagem. E ela me permitiu olhar para o meu belo e para o meu feio e ter coragem de colocar o que eu acho feio para fora”.

“Eu sou violenta, eu não sou violenta demais, mas tenho minha violência. E como colocar isso num lugar certo, ou desço dessa raiva? A gente é ensinada que a gente não pode sentir raiva. Meninas, de certos lugares, sendo parte de qualquer grupo desse, que é visto como desviado, a gente é colocada num lugar de não poder expressar raiva em nossos sentimentos mais”, refletiu ela.

“Nas cenas de bater e violência, ela era responsável pelo meu vetor de colocar pra fora a minha raiva. […] Tudo que a gente faz, a gente tem muita verdade, porque na maioria das vezes é de verdade”, completou Alice, em síntese.

Desafios do papel de Thainá

Thainá vive Dilvânia, uma personagem que não fala, e isso troude desafios a todos como artistas: “Foi um convite para nós três sairmos da nossa zona de conforto. Enquanto os dois (Allan e Alice) faziam uma bio para soltar a raiva, eu estava olhando para os dois e eu tive que ficar em silêncio. São tipos de exercícios onde você libera o que você está sentindo pelo som. E eu não podia ouvir som nenhum”.

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“Foi muito dolorido, mas também como atriz eu aprendi a olhar o outro. Olhar, pausar, estar em silêncio para ativar a escuta. Então eu podia olhar muito bem os meus companheiros de cena criando os personagens deles. Foi muito gratificante. A série já começa, porradaria, porradaria, porradaria, e aí chega na cena com a Dilvânia e fica em silêncio. Falei, nossa, fez sentido mesmo ficar em silêncio, a dor valeu a pena na tela, sabe, que é de ser alguma coisa que nenhuma palavra alcança”, afirmou.

Corrida dos Bichos e Marília Mendonça

Ainda no painel, foram reveladas as primeiras informações sobre o filme original Peime Vídeo Brasil “Corrida dos Bichos”. Passado em um futuro distópico na qual o jogo do bicho sobreviveu e se transformou, ele promete bastante ação, aventura e reviravoltas. Aliás, Anitta será uma influenciadora no longa.

Por fim, o painel da Prime Video encerrou exibindo primeiro teaser do documentário de Marília Mendonça, “Sentimento Louco”. Assim como as outras obras, chega em 2026 na plataforma.