Cid Moreira sobre a era digital: ‘Sobreviverá o melhor texto’
Por Redação - 05/05/19 às 12:00
Ele faz muito sucesso com seu vozeirão! Cid Moreira comemora, neste domingo (5) 50 anos de Rede Globo e 73 anos de carreira.
Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, há 91 anos, Cid começou na rádio Difusora daquela cidade como contador. Naquela época, seu vozeirão já fazia diferença e, então, foi chamado para ser locutor.
Em 1955 atuou no filme Angu de Caroço e em 1958 esteve no elenco do longa Traficantes do Crime.
Narrou documentários, orações para canais da internet, propagandas de pasta de dente, posto de gasolina, refrigerantes, supermercados, spots ou jingles comerciais. Valia tudo, desde anúncios da pasta de dentes, um mundo de coisas que se destacaram com a ajuda da voz mais querida do Brasil.
De 1969 até 1996, esteve na bancada do Jornal Nacional, da Globo, batendo recorde: foi o âncora que ficou mais tempo à frente de um mesmo telejornal. Aliás, O JN também comemora este ano: 50 anos, no próximo dia 1 de setembro.
Uma versão falada da Bíblia também ganhou a voz de Cid. Os CDs e DVDs da obra chegaram a 33 milhões de cópias vendidas.
Lançou o livro Boa Noite (2010), uma biografia que teve como título sua famosa frase no final de cadsa edição do jornal na TV.
Em 24 de abril de 2015 apresentou um bloco do Jornal Nacional junto com Sérgio Chapelin, em homenagem da emissora aos dois jornalistas.
Simpático ao extremo, uma voz incomparável e o jornalismo bombando nas veias, em entrevisata a OFuxico Cid contou algumas passagens desses anos de trabalho e ainda falou sobre o jornalismo na era digital. Vem saber!
OFuxico – São 50 anos de Rede Globo, 73 de carreira, marcando a vida de milhares de pessoas com sua voz e estilo incomparáveis. Quando iniciou no jornalismo, você imaginou que seria esse sucesso tamanho?
Cid Moreira: Nem em sonho em poderia imaginar isso para a minha vida! Iniciei numa rádio do interior de São Paulo, na Difusora de Taubaté. O rádio era o máximo, nem se falava em Televisão ainda… A televisão foi um divisor de águas na minha carreira. Não bastava ter voz bonita na época, para ingressar na TV. A postura, interpretação, tudo contava na Televisão. Sou muito grato pelas experiências que passei.
OF: Qual foi a pior e qual a mais feliz notícia que você deu neste tempo todo?
CM: Foram muitas, muito tristes. Perdi amigos em reportagens, que morreram em acidentes durante o trajeto. Mas a morte de um cinegrafista na Nicarágua, que levou o primeiro tiro e ainda tentou manter firme a câmera e logo em seguida caiu com um outro tiro, me marcou muito. A morte do poeta Carlos Drummond de Andrade também me tocou muito. A transmissão da saída do primeiro á lua foi muito marcante. E a primeira vez que a televisão transmitiu em cores foi a linda festa da uva, direto do Rio Grande do Sul.Fiquei impressionado com a evolução e a tecnologia.
OF: Você é muito disputado para fazer narração?
CM: Graças á Deus faço muitos trabalhos sim! Teve uma época que eu gravava comerciais e que a cada 10 comerciais na TV oito eram com a minha voz. Depois vieram os contratos da Globo com exclusividade. Mas agora estou fazendo novamente comerciais, com a minha voz e até na internet.
OF: Neste mundo da informatização, você agora tem seu Instagram e vira e mexe "bomba" com publicações na web. O que mais te chama a atenção nas redes sociais?
CM: É um mundo novo. Nova opção. Um jeito novo de contato com o público. Um novo desafio. Isso me rejuvenesce. Estou aprendendo ainda as ferramentas. Por exemplo, vou fazer a primeira live dia cinco, em @ocidmoreira, domingo, as 20hs. Vai ser uma emoção como do início da TV, tenho certeza.
OF: Você mesmo atualiza suas redes sociais?
CM: Eu trabalho com a Fátima (esposa). Sozinho eu não tenho muita paciência. Gosto de dar umas idéias, gravar os vídeos, mas sozinho eu não faria. Precisa de alguém junto..Eu conto as histórias logo pela manhã. Sempre posto uma historinha engraçada ou emocionante que passei, mas ela me ajuda a elaborar…Só nós dois…
OF: A geração de jornalistas da internet: você acha que perderam muito, em relação a aprendizado da profissão?
CM: Acredito que, como em outros meios, vão sobreviver os profissionais que terão audiência por causa dos melhores textos, criatividade, e claro, eles vão atrair um certo tipo de público. Mas as bobagens e fofocas sempre terão a sua vez, pois tem gente para todos os gostos.
OF: Conta pra gente sobre seu canal de poesias?
CM: Venho estudando há algum tempo os grande poetas. Não estudo só as poesias deles. Quero conhecer seus costumes, como viviam, o momento político e cultural da época, para assim entender a mensagem que queriam deixar. Amo esse universo e espero deixar em algum blog, ou na Igtv, gravados para quem gosta poder apreciar. Acho que a vida é isso. Não perder a curiosidade! A vontade de conhecer, se aprofundar! Esse é mais um desafio para mim!
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