Cigarro eletrônico: Saiba quais famosos sofrem com os efeitos do vício e como combatê-lo
Por Flavia Cirino - 02/07/22 às 09:00 - Última Atualização: 1 julho 2022
No último dia 25 de junho, Lucas Viana precisou ser hospitalizado depois de ter sido socorrido às pressas em uma festa após fazer uso de cigarro eletrônico e sentir falta de ar. Em maio deste ano, Doja Cat cancelou sua turnê após precisar fazer uma cirurgia de emergência nas amígdalas devido ao consumo excessivo de cigarros eletrônicos. Segundo a artista, o produto, junto ao álcool, levou à piora de uma ferida que ela estava na garganta.
Lucas e Doja não são os únicos famosos a desenvolverem problemas de saúde pelo uso dos aparelhos. Apesar da defensores afirmem que eles apresentam riscos menores que o cigarro tradicional, especialistas de saúde condenam o modelo e contestam a alegação.
A Anvisa tem avaliado a possível regularização dos aparelhos no Brasil. Mesmo com a comercialização proibida desde 2009, os cigarros eletrônicos circulam sem fiscalização e chegam a ser utilizados por cerca de 3% da população adulta brasileira, segundo pesquisa Datafolha.
Vale destacar que no último dia 23 de junho a FDA (Food and Drug Administration), agência regulatória de saúde dos Estados Unidos, proibiu a Juul Labs de comercializar cigarros eletrônicos no país. Segundo a decisão, a empresa – que é a principal fornecedora do item nos EUA – não forneceu dados suficientes sobre produtos químicos potencialmente nocivos contidos no produto.
“Esta medida é um avanço adicional no compromisso da FDA para garantir que todos os produtos de cigarros eletrônicos e sistemas eletrônicos de fornecimento de nicotina que são comercializados produtos cumpram com nossos padrões de saúde pública”, disse o comissário da entidade, Robert Califf, em um comunicado.
Por aqui, o ex-A Fazenda prometeu deixar de fazer uso do dispositivo e também contou que vai precisar ser submetido a outros exames para identificar se há mais complicações. Já a cantora gringa afirmou que vai deixar os cigarros eletrônicos depois que a substância “venenosa” penetrou na “ferida completamente aberta” em sua garganta.
Confira quais famosos também enfrentam problemas de saúde e lutam para se livrar do vício no cigarro eletrônico.
Zé Neto
O cantor que faz dupla com Cristiano descobriu no ano passado uma doença no pulmão por conta do uso do dispositivo. Em dezembro ele apresentava foco de vidro do pulmão, motivo pelo qual sentia um pouco de falta de ar para cantar.
“Realmente passei por um problema sério no pulmão devido a cigarro, esses Vapes [cigarros eletrônicos]. Inclusive, dou um alerta para quem mexe com essa porcaria… Para com isso porque é um cigarro como qualquer outro e faz mal do mesmo jeito ou até mais”, desabafou o cantor.
Solange Almeida
A cantora por pouco não abandonou a carreira por conta do cigarro eletrônico. O consumo excessivo da nicotina presente no dispositivo afetou as cordas vocais da artista, que se tornou dependente durante a pandemia.
“Eu perdi toda a vontade do mundo de cantar. Comecei a ficar com a mucosa ressecada, dificuldade para cantar e para respirar”, disse a ex-vocalista do Aviões do Forró.
Lindsay Lohan
A atriz, modelo, cantora e socialite norte-americana cumpria prisão domiciliar em maio de 2011 por conta de seus problemas com drogas e álcool. Em casa, ela fez uma propaganda de cigarro eletrônico. Na ocasião, a companhia Blu Cigs produziu fotos com Lohan e usou o histórico da atriz em sua divulgação.
“Lindsay está determinada a melhorar sua carreira e sua saúde e começou usando Blu Cigs como forma de evitar acender um cigarro”, dizia a campanha.
Katherine Heigl
A justificativa da atriz e modelo americana, conhecida pela sua participação na série “Grey’s Anatomy” é clássica: tentar parar de fumar o cigarro convencional.
Ela chegou a exibiu sua caneta vaporizadora no show de David Letterman.
“Eu já tentei de tudo. Tentei os adesivos, academia…”, disse ela em 2011, no programa de TV.
Leonardo DiCaprio
Ganhador do Oscar de melhor ator por “The Revenant”, ele foi flagrado na premiação SAGA Awards, em 2016, com seu cigarro eletrônico. O seu sabor favorito do bonito é menta.
Ben Affleck
O ator é sempre flagrado fumando o seu vape dentro do carro.
Katy Perry
A cantora e compositora norte-americana foi vista vaporizando a caneta Vape roxa Ego Twist pela primeira vez em sua própria Festa do Dia do Trabalho, em 2013.
Samuel L. Jackson
O ator e produtor estadunidense costuma circular com um enorme vaporizador, bastante parecido com um cachimbo.
Jack Nicholson
O ator, cineasta, produtor de cinema e roteirista estadunidense fo clicado com seu vaporizador várias vezes, algumas delas no Staples Center, em Los Angeles.
Zac Efron
Zachary David Alexander Efron, mais conhecido como Zac Efron é um ator, cantor e produtor executivo norte-americano.
Johnny Depp
Intérprete do Capitão Jack Sparrow da franquia “Piratas do Caribe”, do Willy Wonka, de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e do Chapeleiro Maluco nos filmes “Alice no País das Maravilhas” e “Alice através do Espelho”, Depp adora o cigarro eletrônico sabor tabaco. O astro carrega o dispositivo desde experimentou pela primeira vez em uma cena no filme “Turista”.
Snoop Dogg
O rapper é dono de uma marca de vaporizadores que levam seu nome! O “Snoop Dogg G Pen Grenco Science”, um vaporizador de ervas (ervas secas) o mais vendido. Ele comercializa ainda a linha de produtos “Grenco Science do Gangster Snoop Dogg”, versão da erva queimada em combustão.
MICHELLE RODRIGUEZ
Outra famosa que começou a vaporizar alegando a tentativa de parar de fumar o cigarro tradicional.
O QUE SE DIZ CONTRA E A FAVOR DO CIGARRO ELETRÔNICO
Os defensores insistem que o modelo é mais saudável que o cigarro tradicional por não envolver a queima de determinadas substâncias tóxicas, como o alcatrão, e não produzir monóxido de carbono – uma vez que o vapor é produzido quando o aparelho esquenta o líquido interno, e não pela combustão.
Um estudo da University College de Londres (UCL) estimou que cerca de 50 mil pessoas haviam deixado de fumar no Reino Unido em 2017 graças à ajuda dos modelos eletrônicos. Diante disso, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) publicou diretrizes, em outubro do ano passado, para que empresas solicitem o registro de aparelhos que poderão ser prescritos com licença médica para quem quer largar o cigarro à combustão.
No entanto, especialistas da área da saúde rebatem esses argumentos e defendem que os riscos apresentados pelo modelo eletrônico são semelhantes ao do tradicional. Eles ressaltam que fatores como a facilidade no consumo – por não ter o incômodo da queima e contar com a adição de sabores – levam ao uso exacerbado, especialmente entre jovens, que estão aderindo à prática pela primeira vez por meio dos dispositivos. Um relatório Covitel realizado neste ano, que envolveu uma pesquisa com mais de 9 mil pessoas, mostrou que um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos no Brasil já usaram os “vapes”.
Outro fator: doses elevadas de nicotina nos aparelhos, favorecem o desenvolvimento do vício. Um estudo polonês publicado na revista “International Journal of Environmental Research and Public Health” analisou usuários jovens de cigarros eletrônicos e de cigarros à combustão e constatou que os níveis de dependência da nicotina eram maiores no primeiro grupo.
A opção para não correr riscos é uma só: deixar o cigarro eletrônico de lado.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino