Claudia Rodrigues se recupera de doença e continua gravando o Zorra Total

Por - 20/04/11 às 17:38

Divulgação/TV Globo

Claudia Rodrigues voltou, na semana passada, ao Zorra Total, da Globo, após um ano e três meses afastada da tevê. A atriz está com o antigo quadro Ofélia, o mesmo que fazia antes de ter seu programa solo (A Diarista) e depois ter precisado se ausentar por conta da doença que enfrenta: esclerose múltipla.

No humorístico, Ofélia é mulher de Fernandinho (Lúcio Mauro) e sempre provoca divertidas confusões, já que se confunde a todo instante e fala de maneira equivocada. De acordo com a assessoria de imprensa da Globo, Claudia continua no ar e já gravou mais de um programa. Na semana passada, o público se surpreendeu com a volta da excelente atriz no vídeo. Era visível sua satisfação e recuperação, embora podia-se notar um certa lentidão em sua fala.

A assessoria da Globo informou que, como o Zorra Total não tem quadros fixos, não é possível afirmar que Ofélia e Fernandinho estarão no ar todos os sábados, mas garantiu que o quadro volta ao Zorra em definitivo, com a presença da atriz. Certo é que ela já gravou outros programas e ainda vai gravar de novo na próxima semana.

Esclerose Múltipla, a doença que Claudia enfrenta, é uma doença do Sistema Nervoso Central, é neurológica crônica, ainda de causa desconhecida. A doença faz com que o paciente fique com fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e falta de coordenação motora. Em alguns casos, pode acontecer do paciente sentir dificuldade para andar, além de tremores e formigamentos em partes do corpo e problemas na memória.

O tratamento é feito com terapia, que atrasam a progressão da doença e visam melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas.

Antes de voltar à tevê, após a doença ter atingido seu pior estágio, em 2009, Claudia concedeu uma entrevista à Revista Época, na semana passada. Nela, a atriz contou detalhes da doença, revelou que sua memória está boa e que não se sente insegurança.

Confira os principais trechos da entrevista:

Como você descobriu que sofria de esclerose múltipla? 

"Estava na peça Monólogos da vagina, em São Paulo, quando senti uma dormência no braço esquerdo. Achei que fosse cansaço ou algum problema de coluna. O pessoal da produção disse que eu poderia estar infartando, então fui ao hospital. Segunda-feira eu vim a uma clínica no Rio. Fiz exames, não deu nada. A médica pediu ressonância do cérebro. Eu respondi: “Minha cabeça é vazia, mas se você quiser ver…”. Uma médica entrou e disse: “Chamei outro médico para falar com você”. Perguntei o que eu tinha. Ela disse: “Ah, o neurologista vai te explicar”. Ele entrou e foi bem direto: “Esclerose múltipla”. O nome não me dizia muita coisa, mas assustou. O médico disse que eu poderia ter uma vida normal e mais para frente poderia sentir alguma coisa. Saí do quarto e me acabei de chorar. Voltei e perguntei: “Doutor, tenho uma pergunta só: vou poder ser mãe?”. Ele disse que sim. Fiquei um pouco mais tranquila".

Quando a doença passou a incomodar? 

"Foi por volta de junho de 2009. Passei a sofrer problemas de memória durante as gravações de A diarista. Eu nunca tinha problemas para decorar textos. Me passavam em cima da hora, eu ia lá e fazia. Nunca tinha pedido texto no meio da gravação. O esquecimento me abateu. As gravações foram interrompidas. Fiquei chateada".

Como a doença a afetava? 

"Não conseguia nem falar, né? Eu falava era um “blã, blã, blã”. Eu tinha dificuldades para andar. Agora estou andando melhor. E a memória, né?"

Como foi interromper a carreira? 

"Foi muito complicado. Eu sou formada em educação física, dei aulas por três anos. Não sinto muitas saudades. Me descobri atriz. Não sei fazer outra coisa. Minha mãe até perguntava se eu iria ficar parada em casa. “Mãe, eu só quero atuar.” (Silêncio.) Fico chateada. Não tinha costume de ficar em casa. Agora fico muito tempo aqui".

Como é ficar sem atuar? 

"Eu vejo televisão e penso: “Por que eu não estou lá?”. Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar. Depois que você sai do foco, as pessoas te esquecem".

E o tratamento? 

"Eu fiz em São Paulo. Logo eu, que sempre fiz piada de São Paulo, uma cidade com muita gente, prédio pra caramba, com pessoas que falam mal de carioca… (a agente, paulistana, faz cara feia). Não adianta fazer essa cara, não (risos). Me consultei com o doutor Charles Tibery, do (Hospital Albert) Einstein. Eu falei: “Meu cérebro não está bom, né?”. Ele disse que não. “Então tchau”, respondi. Ele disse: “Tchau, não. Você vai ficar aqui uns dias”. Comecei a tomar o natalizumabe (medicamento) e melhorei muito".

E hoje, você acha que está boa? 

"Minha memória está bacana. Coisas de que eu não lembrava, como números de telefone, agora eu me lembro. Outro dia lembrei da minha matrícula da faculdade. Eu me sinto bem".

O que pretende fazer agora? 

"Se Deus quiser, sexta-feira vou ao Projac e gravo uma Ofélia. Tomara que seja a primeira de muitas".

Ansiosa? 

"Mais ou menos. Quero voltar a interpretar e fazer bem o papel".

Alguma insegurança? 

"Não".

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