Clodovil cai em golpe e vai parar na delegacia

Por - 18/11/05 às 12:40

Fotomontagem

Incauto com relação ao golpe do cartão de celular que anda ocorrendo em São Paulo, Clodovil Hernandes perdeu cerca de R$ 3 mil. Indignado, o apresentador e estilista foi parar no 15º DP, no bairro paulista do Itaim, para dar queixa, na manhã desta sexta-feira, dia 18. O golpe vem sendo aplicado por bandidos, que, de posse de números de cartões de recarga – passados pelas pessoas enganadas com uma suposta promoção que dá prêmios -, recarregam os celulares pré-pagos dos presidiários.

No caso de Clodovil, tudo começou quando, nessa semana, uma pessoa, se dizendo funcionária da Embratel, ligou para o telefone fixo dele, em São Paulo, avisando que sua linha telefônica havia sido sorteada para concorrer a vários prêmios. Porém, Clô deveria comprar 15 cartões de recarga da Tim ou da Claro e, posteriormente, passar os números dos mesmos para a empresa. Com isso, o apresentador supostamente ganharia cinco aparelhos eletrodomésticos. Numa segunda fase, ele poderia ganhar um carro, desde que comprasse mais 21 cartões e, novamente, repassasse os números de recarga para a empresa, que chegou a dar o número de CGC e outras identificações para convencer o apresentador da autenticidade da promoção. Bingo! Um dos números também estava premiado, e Clô ganhou o tal carro.

“Nós fomos comprando os cartões em casas lotéricas, lojas e bancas de jornal, até que, na quarta fase, o prêmio seria um apartamento no bairro carioca de Copacabana. Para isso, teríamos que comprar outros 50 cartões”, contou Adelaide, secretária de Clô.

Ainda segundo ela, que ao falar com a reportagem de OFuxico estava a caminho da delegacia com o apresentador, o golpe só foi descoberto depois que um vendedor de loja da Tim questionou a grande quantidade de cartões que ela queria comprar.

“Foi aí que ele contou que várias pessoas estavam comprando muitos cartões de uma vez só e que a Tim não estava fazendo promoção alguma, pois tratava-se de um golpe feito por bandidos para recarregar os celulares destes, nos presídios”.

“Fomos dar queixa na polícia para que sejam tomadas providências. Talvez pelos números dos cartões passados, se chegue aos culpados”, disse Clodovil ao site.

O caso será investigado

Em conversa com o site, a delegada Ivalda Aleixo, da 15ª DP, disse que outras pessoas já deram queixa sobre o mesmo golpe, porém, com o material levado por Clodovil, talvez a polícia possa chegar até os responsáveis.

"Trata-se de um golpe de estelionato feito pelo PCC, Primeiro Comando da Capital, que tem dado esse golpe para recarregar telefones celulares, não só de presos, mas de bandidos soltos. As pessoas que antes deram queixa não traziam elementos suficientes para que fossem feitas as investigações, conforme o Clodovil fez agora, trazendo os cartões com os números passados e outros dados", explica a policial, acrescentando que, diante desse material, irá entrar em contato com as operadoras envolvidas para ver se há a possibilidade de chegar até os elementos.

O processo da recarga do celular pré-pago

Possuindo os números dos cartões de recarga – que aparecem após os mesmos serem raspados pelo comprador -, o proprietário do aparelho pré-pago liga para uma central e digita o código para reabastecê-lo de créditos, os quais possibilitam novas ligações.


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