Conheça as primeiras mulheres que narraram um jogo de Copa

Por - 02/07/18 às 17:48

Reprodução/Instagram

A Copa do Mundo de 2018, que está acontecendo na Rússia, vem quebrando diversos paradigmas. As vitórias para os brasileiros, e todas as outras nações participantes, estão sendo tanto dentro, quanto fora dos campos. Conhecida por ser um país repleto de leis fortes, algumas até bem difíceis de lidar, devido à rigidez, a Rússia está sendo palco de grandes partidas, com os maiores astros do futebol da atualidade, e também de conquistas imensuráveis, inclusive nas transmissões do Mundial.

A emissora Fox Sports, que vem investindo fortemente no setor esportivo, decidiu inovar demais nos jogos e na cobertura da Copa. Tudo começou ao inserir um programa na sua grade, Comenta Quem Sabe, composto por mulheres muito qualificadas, comentando sobre fatos do futebol e de demais esportes. Isso resultou de uma seletiva da emissora, que escolheu três grandes nomes do jornalismo esportivo feminino para realizar algumas narrações, tanto da abertura, quanto de partidas do evento.

Não foram só eles que tomaram essa atitude, a Rede Globo, emissora oficial da televisão aberta também colocou grandes nomes de seu time principal para fazer parte deste momento, a jornalista Fernanda Gentil é um dos exemplos.

Pela primeira vez, desde 1930, quando aconteceu a primeira edição do torneio, uma equipe cem por cento de mulheres esteve no comando dos microfones. Esse momento histórico foi protagonizado por Isabely Morais.

“Rola a bola, primeira partida começa na Copa do Mundo Fifa 2018, venha conosco, Rússia e Arábia Saudita”, foi assim que ela abriu a transmissão, para essa partida histórica. Ao lado dela, Vanessa Riche nos comentários e Nadine Bastos para analisar a arbitragem, entraram para história. 

A partida comandada por elas não foi um jogo qualquer, e sim a primeira partida da Copa do Mundo desse ano, entre Rússia e Arábia Saudita. Não faltou segurança e emoção na transmissão dela durante o jogo que teve cinco gols para Isabely narrar. Além disso, ela e as duas outras integrantes da equipe souberam manter o ritmo de falas e comentários baseados em questões táticas, históricas e estatísticas para justificar os acontecimentos da partida.

“O que eu quero que aconteça daqui para frente é que as pessoas percebam que é possível sim uma mulher narrar futebol. Durante décadas, a gente que acompanha futebol se acostumou com a narração masculina, e essa voz ficou naturalizada pra gente. Nós nunca ouvimos narração de mulher, então causa uma estranheza, porque é diferente”, afirmou Isabelly.

A web foi à loucura com a novidade e comemorou bastante a conquista, o que deve ser muito valorizado por todos nós, afinal o lugar de mulher é onde ela quiser, e todas têm direito de mostrar o quanto sabem e o quanto podem agregar no que possuem certa maestria para conduzir, inclusive jogos de futebol, até porque não é exclusivo de um gênero a profissão.

“Tudo que é incomum causa estranheza. Mas o que eu espero a partir de agora é que outras mulheres possam se inserir nesses meios para que a voz feminina na narração comece a se naturalizar, que vire normal”, declarou a jornalista.

O programa Narra Quem Sabe, feito pela emissora que teve uma espécie de ‘intensivão’ com as garotas, escolheu além de Isabely, mais duas colegas de profissão dela para fazer parte desse momento histórico. Vamos conhecer um pouco mais sobre elas:

Uma das escolhidas foi Renata Silveira, carioca, 28 anos, formada em educação física e com pós-graduação em jornalismo esportivo, narrou na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, no jogo Costa Rica e Uruguai, pela Rádio Globo.

Renata Silveira já havia atuado na última Copa do Mundo pela Rádio Globo

Já a mineira, Isabelly Morais, 20 anos, fez a sua estreia no microfone na temporada passada pela Rádio Inconfidência Mineira, em Belo Horizonte. Nesta temporada, a jovem promissora narrou o clássico mineiro Cruzeiro e Atlético. Com pouco mais de 20 anos, ela já tinha sido a primeira mulher a transmitir um jogo de futebol masculino pela rádio em Belo Horizonte, Minas Gerais, no ano passado.

Isabely Morais comentou sobre a conquista pela emissora Fox Sports

A terceira escolhida trata-se de Manuela Avena, 29 anos, que veio da Bahia, é publicitária com pós-graduação em gestão esportiva, nunca fez uma narração profissional e aprendeu o ofício na própria Fox, durante o processo seletivo que ofereceu aulas de narração com acompanhamento de especialistas.

Manuela Avena participou do processo Narra Quem Sabe, na Fox

Além delas, outros nomes foram selecionados para realizar comentários durante as narrações, ampliando ainda mais o espaço das moças no cenário do futebol mundial. Que possamos comemorar mais ainda esse tipo de conquistas, não só na Copa do Mundo, mas nos principais campeonatos de todo o mundo e esse ato se torne algo comum, como sempre deveria ter sido. Brilhem garotas, vocês merecem! Todas vocês!

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