Crítica | Bandersnatch fala das consequências de nossas escolhas

Por - 29/12/18 às 22:47

Divulgação

A Netflix inovou e atualizou o conceito da frase “isso é muito Black Mirror”. Com um clima misterioso e data de lançamento revelada um dia antes, o filme interativo Bandersnatch chegou à plataforma causando uma verdadeira comoção nas redes sociais.  

De forma simples, o espectador é convidado a participar da narrativa e dita o rumo que a história vai tomar. Com o controle remoto, escolhemos entre duas opções que aparecem na tela e a trama vai desenrolando conforme a decisão. 

Na história, somos levados aos anos 80, onde os jogos começam a ganhar espaço e o programador Stefan Butler (Fionn Whitehead) consegue a chance de desenvolver seu primeiro trabalho, baseado no livro Bandersnatch, que oferece ao leitor vários caminhos a seguir e múltiplas escolhas. 

Com uma proposta nunca vista antes no streaming, Charlie Brooker, criador de Black Mirror, continua fazendo o público pensar, debater e refletir sobre a tecnologia e o quanto a mesma interfere no nosso dia a dia. Diante de uma narrativa que lida com a complexidade do livre-arbítrio, quem decide o rumo que a história se vê preso em uma discussão sobre as consequências de suas escolhas. 

Apesar da ideia e da execução serem excelentes, resultado da mente fora do comum de Brooker e de David Slade (que dirigiu o filme e também o episódio Metalhead), a narrativa complexa e a falta de empatia com relação aos personagens acaba tornando a experiência cansativa a partir de certo ponto. 

Servindo-se de pura metalinguagem, já que o filme nos faz escolher para falar sobre escolhas, livre-arbítrio e as consequências, Bandersnatch é complexo, intenso e abre o horizonte para uma nova experiência tecnológica.

 
 

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