Crítica | Bohemian Rhapsody é uma experiência única
Por Redação - 05/11/18 às 12:20
Bohemian Rhapsody é, sem dúvida, uma experiência única. Emocionante e divertido, o filme faz a plateia arrepiar ao contar a história de um dos maiores astros e ídolos que já passaram por este mundo: Freddie Mercury.
Difícil, como fã, me distanciar e analisar uma obra que gira em torno de Freddie, mas preciso dizer que Bohemian não é perfeito. Apesar de mexer com nossas emoções, nos fazer cantar baixinho no cinema em cada hit do Queen, a história não espelha exatamente a vida de Mercury, assim como a cronologia, cá para nós, está bem bagunçada. Um exemplo básico: na sequencia de fatos do filme, a apresentação do Queen no primeiro e icônico Rock in Rio se passa cinco anos antes da data que, de fato, aconteceu.
Claro, há toda uma liberdade artística em cinebiografias, mas quando se trata de Queen o tempo, o espaço e a ordem das coisas são informações conhecidas do grande público, e poderiam ter sido melhor organizadas. Além disso, a história foi contada sob a ótica de Brian May (Gwilym Lee) e Roger Taylor (Ben Hardy), produtores do filme. Ou seja, temos apenas um lado da moeda, já que Freddie morreu, vítima de AIDS, em 1991. É a visão deles dos acontecimentos, o que deixa um pouco de ego e vitimismo sendo fatores que contribuem para que o filme pecasse em sua narrativa.
A trama segue a história do Queen desde seu início, quando Freddie conhece May e Taylor, passa pelos amores da vida do vocalista, a relação de Mercury com Mary Austin (Lucy Boynton), sua parceira e melhor amiga, o relacionamento com sua família até chegar ao inesquecível Live Aid, em 1985, quando a banda, após um período separada, volta a se apresentar. Inclusive, esse período de separação do Queen é mais um furo cruel no roteiro, já que, na época, eles deram um pause na banda em comum acordo, para que todos pudessem se dedicar a projetos paralelos, e não por uma “traição” de Mercury.
Vale ressaltar que Bohemian Rhapsody passou por grandes turbulências ao longo de seu percurso. Desde o protagonista, que inicialmente era para ser Sacha Baron Cohen (ator que interpreta o Borat, sabe?), até o diretor Bryan Singer, demitido após consecutivas ausências do set, que segue creditado no longa, mesmo sem ter finalizado o mesmo (as últimas semanas de filmagem foram conduzidas por Dexter Fletcher).
Mesmo diante de vários problemas de produção e pontos negativos do filme, precisamos falar da maestria de Rami Malek como Freddie Mercury. Malek carrega o filme nas costas do início ao fim, fazendo com que seja impossível tirar os olhos dele durante as 2h15 de duração. Depois de horas e mais horas de preparação, Malek entrega os trejeitos, olhares, danças, sotaque, ironia e o jeito único do vocalista do Queen. É um deleite para os fãs e para o público.
Mesmo com seus problemas, Bohemian Rhapsody é uma experiência deliciosa, comandada por um Rami Malek grandioso que desaparece ao interpretar Freddie Mercury, com uma trilha sonora de alta qualidade e um final digno do Queen: uma reprodução de tirar o fôlego da apresentação do Live Aid.
Bohemian Rhapsody é hipnotizante e apaixonante.
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