Crítica | Capitã Marvel é poderoso, colorido e divertido
Por Redação - 05/03/19 às 14:50
Por ser um filme de origem, Capitã Marvel não se preocupa em ter momentos épicos, assim como assistimos em Vingadores: Guerra Infinita. A preocupação está no fazer os fãs se afeiçoarem, conhecerem e entenderem quem é Carol Danvers, como ela adquiriu seus poderes e como ela se tornou a personagem mais poderosa do MCU. Lembrando o primeiro Capitão América, a trama se desenvolve de forma mais lenta, sem pressa e pretensão de ter momentos inesquecíveis.
Fazendo um bom “feijão com arroz”, Capitã Marvel cumpre o que promete e, de forma bem didática, faz com que todo mundo saia da sala do cinema com a lição de casa feita para esperar Vingadores: Ultimato, já que já se sabe que Carol Danvers estará envolvida no arco de Endgame (lembram da cena pós-crédito de Guerra Infinita e do pager, né?). Porém, confesso que a direção de Anna Boden e seu parceiro Ryan Fleck é um pouco contida demais para um filme onde a protagonista é meio humana e meio raça alienígena. Não que entregar algo bem feito e coeso seja ruim, longe disso, mas faltou um pouco de ousadia e assumir alguns riscos, como vemos em Guardiões da Galáxia e Homem-Formiga.
Deixando de lado essa observação, o filme é incrível. Incrível pelo trabalho da Marvel com mulheres poderosas na frente e por trás das câmeras. Além de Brie como protagonista, Lashana Lynch, que interpreta Maria Rambeau, melhor amiga de Danvers, e todas as outras presenças femininas são fortes e marcantes ao longo da trama. Nos bastidores, o MCU também trabalhou em peso com as mulheres. Prova disso é a direção de Anna, que marca a primeira vez que uma mulher assume um filme da Marvel, e a trilha sonora, assinada por Pinar Tropak.
O filme constrói a história de Carol Danvers com flashbacks de seu passado. Junto com ela, que não se lembra de nada de sua vida na Terra, a gente também vai descobrindo e preenchendo as lacunas de sua vida. Ambientado nos anos 1990, Capitã Marvel é uma aventura completamente nova de um período nunca visitado da história do Universo Cinematográfico da Marvel e que deixa bem explicado como Carol se tornou a heroína mais poderosa do MCU.
Para compor uma história totalmente nova, a escolha dos atores era fundamental e um dos pontos principais do filme é, sem dúvida, a química do elenco. Brie Larson e Samuel L. Jackson têm uma naturalidade e uma troca sem igual, fator que agrega para que a história aconteça deliciosamente. Jude Law e Larson também entregam uma troca que convence e que funciona muitíssimo bem diante das câmeras.
Falando sobre Brie Larson, esqueça sua atuação brilhante em O Quarto de Jack. Talentosa, a ganhadora do Oscar se mostra versátil e inaugura com pé direito sua introdução no mundo Marvel. No primeiro filme solo de uma super-heroína do MCU, a atriz consegue entregar bom humor e cenas de ação impecáveis e muito bem coreografaras, como na cena em que treina com Jude Law e no momento em que se liberta na máquina de memórias dos Skrulls. Divertida, carismática e poderosa, Brie é a Capitã Marvel que a gente queria e fez por merecer todo reconhecimento. Quem acompanhou a atriz nas redes sociais, sabe o quanto ela se dedicou nos treinos e deu seu suor para a construir a personagem. Apesar da enorme responsabilidade que carregou nas costas ao adentrar o mundo Marvel, Brie tirou de letra o desafio.
Capitã Marvel não é só um filme novo e uma personagem nova do MCU, o filme também inaugura o momento em que meninas de todas as idades poderão se espelhar em uma super-heroína. Com um filme poderoso, colorido e girl power, a mágica Marvel transforma Carol Danvers em uma princesa do século XXI, com super-poderes, beleza, força e carisma ímpar.
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