Crítica | Umbrella Academy
Por Redação - 15/02/19 às 19:30
Umbrella Academy, assim como seus personagens principais, não é uma série perfeita. Mas é em sua estranheza que ela ganha personalidade e se fortalece.
Inspirada nas HQs do brasileiro Gabriel Bá e de Gerard Way (sim, o vocalista do My Chemical Romance), a série tinha o enorme desafio de levar a esquisitice que vemos nos quadrinhos para a tela e consegue transferir a atmosfera bizarra dos quadrinhos para os 10 episódios. Inclusive, o que não faltam nos episódios são referências diretas às páginas criadas por Bá e Way.
Imagine ter um irmão que viaja no tempo e outro que fala com os mortos? Pois é, Umbrella Academy nos ganha na esquisitice e na imperfeição de seus protagonistas. Enfrentando o bônus e o ônus de terem super poderes, os integrantes da Academia são muito diferentes uns dos outros, mas percebem que juntos são mais fortes, assim como acontece na vida real. Além do universo fantástico, a série é um deslumbre na parte técnica. O CGI usado para criar Pogo, uma espécie de mordomo da mansão dos Hargreeves, é impecável, assim como todos os efeitos visuais que vemos durante as viagens no tempo e espaço do Número Cinco.
Na história, 43 mulheres, que não estavam grávidas quando o dia começou, dão à luz 43 crianças. O milionário Sir Reginlad Hargreeves consegue adotar sete delas e 'inaugura' a primeira classe da Academia Umbrella, composta por jovens dotados de super-poderes um pouco estranhos. Crescendo em um ambiente disfuncional, onde o pai adotivo os enxerga como projetos e 'armas', cada um acaba seguindo seu caminho, o que gerou um distanciamento entre os irmãos. Anos depois, com a morte do pai, os sete membros da famosa equipe precisam se reencontrar e se juntar para resolver um problema: Impedir o fim do mundo.
Um dos componentes principais de Umbrella também é a trilha sonora. Sem economizar nos direitos de reprodução, as músicas embalam cenas de luta, fuga e ação, se fazendo parte essencial na composição e na beleza dos episódios. Só para se ter um gostinho do que estou afirmando aqui, o soundtrack da primeira temporada conta com Queen, Noel Gallagher, Sex Pistols, Radiohead e, claro, My Chemical Romance.
Porém, assim como disse na abertura desta crítica, a série não é perfeita. Com um episódio piloto intenso, Umbrella tem um problema de ritmo. Ao invés de manter o bpm lá no alto, a série começar a desacelerar e tenta preencher o espaço com diálogos facilmente dispensáveis e toda a bizarrice de seus personagens. Apesar do estranho de seus protagonistas ser o diferencial e o diferencial do seriado, tudo que é demais estraga. Por pouco, a lentidão do roteiro em dar mais respostas do que perguntas não faz com que o interesse do espectador se perca por completo.
Com um elenco coeso, composto por Ellen Page (Vanya), Tom Hopper (Luther), Emmy Raver-Lampman (Allison), David Castaneda (Diego), Aidan Gallagher (Número Cinco) e Robert Sheehan (Klaus), os atores conseguem trazer veracidade para seus respectivos papeis, como é o caso de Sheehan, que entrega uma interpretação de Klaus tão convincente, que até acreditamos que é possível conversar com os mortos.
Mesmo com suas falhas de compasso, os pontos positivos de Umbrella Academy falam muito mais alto e acabam compensando. Assim como seus personagens centrais, as partes excelentes se sobressaem e seus defeitos acabam sendo esquecidos.
Redação
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