Crítica | Vidro encerra a trilogia de forma perspicaz

Por - 17/01/19 às 11:35

Divulgação
Vidro é a sequência que queríamos mesmo sem saber que queríamos. Preciso, redondo e cheio de sacadas inteligentes por parte do diretor, M. Night Shayamalan, o filme encerra uma trilogia de forma perspicaz.  
 
Glass é o fim de uma jornada que começou em Corpo Fechado (2000) e seguiu com Fragmentado (2017). Mesmo sem ter imaginado uma história dividida em três partes, Shayamalan costura os  filmes de forma que fica difícil não imaginar que já estava tudo programado para que acontecessem. 
 
Com direito a participação especial de Shayamalan em uma cena, Vidro tem tudo na medida certa: o humor, a ação e a agilidade do roteiro, que se desenvolve aparando as arestas deixadas pelos outros filmes. Na trama, conhecemos Ellie Staple (Sarah Paulson), uma médica que tem como objetivo estudar e convencer pessoas que acreditam ter algum 'poder' especial de que, na verdade, tudo não passa de ilusão. Com a história basicamente se passando dentro de um hospital psiquiátrico, nossos três superhumanos são expostos ao seus limites, físicos e emocionais, enquanto Sr. Glass (Samuel L. Jackson) lidera a história como quem escreve uma HQ da Marvel ou DC.
 
Um dos pontos altos do filme é a atuação de James McAvoy, que dá um show à parte. Interpretando múltiplas personalidades, McAvoy consegue mostrar todo seu talento e maestria na arte de atuar ao entregar inúmeros personagens diferentes usando somente suas expressões, fala e tom de voz, sem dispor de figurinos mirabolantes ou maquiagem. Para elevar ainda mais o nível do talento, Sarah Paulson entrou para o elenco, composto também por ótimas atuações de Samuel L. Jackson e Bruce Willis, para somar e, de fato, somou. 
 
Se servindo de pura metalinguagem, em Vidro, assistimos ao ciclo de quase duas décadas se encerrando com um final fora do óbvio, surpreendente e cheio de reviravoltas.
 
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