Daniela Beyruti quer expandir o SBT na área de comunicação
Por Redação - 15/08/11 às 18:25
Após a crise que o Grupo Silvio Santos sofreu em 2010, na qual o Banco PanAmericano foi vendido ao BTG Pactual, Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos, assumiu a dianteira da emissora em dezembro de 2010 e conseguiu contornar o cenário negativo.
Formada e pós-graduada em comunicação de massa pela Lynn University, na Florida, Estados Unidos, a filha mais velha do casamento de Silvio Santos com Iris Abravanel, concedeu uma entrevista à Revista Meio & Mensagem, na qual falou sobre o posicionamento da emissora e também sobre o futuro do SBT.
Daniela revelou o desejo de investir em uma rede de rádio, criar um portal e expandir na área de comunicação. Ela falou ainda sobre a sucessão de seu pai e sobre os problemas de audiência que enfrentou com o crescimento da Record.
Confira os principais trechos da entrevista:
M&M: Nos último anos, o mercado assistiu a ascensão da TV Record, que passou a travar uma disputa bastante acirrada pelo segundo lugar na TV aberta do Brasil. Como o SBT vem lidando com isso?
DB: Nosso principal objetivo hoje é reconquistar aquilo que já foi nosso – que seria a segunda posição no ranking do Ibope. A história do SBT sempre foi a de uma luta contra um “gigante”, que no caso era a TV Globo. Sempre fez parte do nosso DNA o foco na classe C, nas camadas mais populares. Recentemente, com a ascensão da Record, o SBT perdeu um pouco esse foco, deixando de buscar aquilo que o povo queria assistir. Ficamos olhando demais para o que o nosso concorrente estava fazendo e perdemos a nossa linha.
M&M: Que armas a emissora utilizou para se reaproximar de seu público-alvo?
DB: Desde junho de 2008 nós estabilizamos a grade de programação. Sempre fez parte da trajetória do SBT o hábito de alterar a grade, mas na hora em que percebemos que nosso telespectador estava reclamando muito dessas mudanças, descobrimos que, no intuito de agradar, estávamos desagradando.
M&M: Ao observar a grade de programação da emissora, percebemos que não existe um programa especialmente voltado ao público jovem. O SBT tem algum projeto para desenvolver uma atração desse tipo?
DB: Existe um novo projeto, para o ano de 2012, de um reality com um conceito quase 100% interativo. Sempre pensamos no público jovem, mas com o cuidado de fazer programas que não excluam as outras faixas etárias. (…). Gravamos um piloto para ver como aquilo fica no ar, pois às vezes o resultado sai completamente diferente da ideia. Por meio desse laboratório percebemos, sim, que estamos carentes de um programa de humor, com uma linguagem mais jovem.
M&M: Em termos de teledramaturgia, como você avalia o SBT:
DB: Acredito que estamos reencontrando o nosso caminho. Existe um tempo de maturação para isso. Se existe algo que o brasileiro entende, é de novelas, e o padrão do público é muito alto.
M&M: O SBT nunca comercializou espaço para igrejas. E imagino que o assédio por parte dessas instituições seja grande.
DB: O SBT não para de ser assediado (risos). Mas sempre fez parte da nossa filosofia não terceirizar a programação para nada e nem para ninguém. Isso é uma coisa que pode tornar o relacionamento desleal, pois o que elas (as igrejas) oferecem é muito por pouco tempo de espaço na sua grade. Mas esta é a nossa filosofia e, se Deus quiser, vamos mantê-la por um bom tempo.
M&M: E como é lidar e trabalhar com o Silvio, sendo filha dele? Você consegue convencê-lo a mudar de ideia quando você acha necessário?
DB: Tenho muito o que aprender com o meu pai. Faço muita questão de conversar com ele. […] Sempre checo as coisas com ele, pergunto se está legal, se estamos no caminho certo. A grande preocupação dele é com o público.
M&M: O seu pai tem 80 anos. Como vocês estão trabalhando a sucessão dentro da emissora?
DB: Acredito que vamos profissionalizar a empresa sem tirar a família do comando e sem perder as características de uma empresa familiar.
M&M: Após a crise do Banco PanAmericano, muito se falou sobre a possibilidade de o SBT ser vendido. Essa possibilidade existe?
DB: Não está nos nossos planos. Na verdade, o assédio ao SBT sempre existiu e, com o caso do banco, mais interessados se aproximaram.
M&M: Como você projeta e espera ver a emissora nos próximos anos?
DB: Eu sinto não ter uma rede de rádio, um jornal, um portal. Minha vontade é expandir dentro da área de comunicação, criar um grupo que tenha não apenas uma emissora de tevê, mas também um portal, um jornal, uma rádio… Talvez começando com o portal, com o mais digital, para depois ir voltando às mídias tradicionais. Tenho muita vontade de ter isso.
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