Daniela Galli viverá uma protagonista controversa em telefilme da Record

Por - 03/12/12 às 12:02

Luiza Dantas/CZN

Na mitologia grega, Jocasta se apaixona por Édipo sem saber que é seu filho, gerando um dos maiores mitos da história. Na tevê, Daniela Galli se prepara para viver uma personagem parecida. A atriz será Jô Lisboa, protagonista de A Tragédia da Rua das Flores, novo telefilme da Record.

Na produção, uma adaptação do conto homônimo de Eça de Queiroz, Jô abandona o filho e o marido para morar na Europa. Lá, vive em função do dinheiro dos amantes que encontra. Quando retorna ao Brasil, conhece Victor, interpretado por Arthur Aguiar, com quem vive uma paixão avassaladora, sem desconfiar que ele é seu próprio filho.

"É uma história de amor involuntário", esclarece.

Para começar o processo de composição, Daniela tentou compreender as motivações de sua personagem antes de fazer qualquer tipo de julgamento sobre suas relações na história.

"Espero que o público seja generoso com a Jô. Ela é uma heroína, não é maniqueísta. Tem defeitos e qualidades", defende.

Com o final de Máscaras, em outubro, Daniela foi para Londres fazer um curso, mas logo se surpreendeu com a ligação de Del Rangel, diretor do telefilme.

"Nem hesitei por ser um personagem incrível e por trabalhar com uma linguagem diferente.", justifica.

Voltando às pressas para o Brasil, teve pouco tempo para se preparar para a personagem.

"Li a obra original, de cerca de 400 páginas, em dois dias.", explica.

Antes de aceitar um papel, Daniela analisa a história como um todo. Para esta composição, procurou entender o universo da personagem, suas razões, motivações e também identificar o meio em que vive. Durante a história, Jô passa por uma série de transformações, abandona seu país, vai à Europa se reinventar e volta para viver um grande amor.

"Existe uma Jô antes do Victor, outra depois e uma terceira, que é a que sobrou desse amor", enumera.

Apesar dos apenas 13 dias de gravações, a atriz enaltece a equipe do telefilme, que ainda tem atores como Jonas Bloch e Gabriela Durlo. "O elenco era pequeno, mas dedicado, fascinante e companheiro", comemora.
 

A Tragédia da Rua das Flores é o quinto clássico da literatura a ir parar na Record, sempre em especiais de fim de ano. A possibilidade de reunir cinema e literatura em um projeto de tevê empolga Daniela.

"É maravilhoso. É uma oportunidade de conhecer a obra com uma outra linguagem", comemora.

Uma das principais diferenças entre novelas e telefilmes é o ritmo de gravação, mais lento e artesanal. Para a atriz, outro importante ponto é a trajetória dos personagens, mais maleável nas produções longas.

"No telefilme, posso preparar de antemão as nuances do papel", compara.

Acumulando profissões, como arquiteta, flautista, oboísta e bailarina, ela não pensa em parar para descansar. Em 2013, estreará em duas peças no Rio de Janeiro, Ciranda e outra ainda em fase de negociação.

"Quando preciso relaxar, fujo para o meio do mato para respirar", entrega.

O visual, ainda igual ao da psicanalista Tônia, de Máscaras deve durar algum tempo. Daniela precisará manter o tamanho e o tom do cabelo para um filme que fará nos Estados Unidos no segundo semestre do próximo ano.

"Mudo a favor da história, não da minha vaidade. Por isso pediram e eu fiquei igual", explica.

A Tragédia da Rua das Flores – previsão de estreia para dezembro, na Record. 

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